segunda-feira, 23 de abril de 2012

Para Simão Bar Jonas

Para Simão Bhar Jonas segue esta singela canção

1.Para um homem acostumado a querenar seu barco às margens do lendário lago de Genesaré, aventurar-se na pesca certa a noite inteirinha ao longo de seus 24 km de extensão, às vezes à deriva, depois ao enfunar das velas de morim, para um homem de semblante rude, testa larga, nariz aquilino, de braços fortes que ouvia a linguagem serena  dos ventos e das estrelas.

2.Para um homem assente no presente em sua labuta e fé judaica do Torá, um homem simples, de fala direta e poucas palavras, um homem que amava e odiava ao mesmo tempo, forte, lhano e que buscava nos livros santos as explicações para seu tempo, tumultuado pela 'Pax Romana', para um homem que sonhava libertar seu povo e não sabia como.

3.Para um homem de compleição alta, olhos sonhadores, vida digna, para um homem que fizera do Tiberíades seu lar, das suas margens verdes a contemplação, de suas areias claras seu descanso, para um homem que vivia no fascínio do perigo entre Betsaida e Cafarnaum.

4.Para um homem que aproava seu barco, que segurava firme a sirga, que vogava a noite toda, que perscrutava a escuridão, que conversava com os ventos e as marés...

5.Para um homem que do cheiro dos peixes fizera seu perfume estival, das vagas alterosas sua viagem segura, para um homem que naquelas horas tristes para o povo eleito em que as sandálias, elmos e espadas alheias sufocavam seus anseios de liberdade, viu surgir a primeira alvura da madrugada...

6. E uma voz diferente soprou em seu rosto algo espetacular: 'vem e segue-me' que  se tornará o guardião das portas eternas, que dará o equilíbrio ao universo doravante, que será lembrado com carinho, respeito e veneração pelos séculos a fora na voz serena e intempestiva do Grande Pescador...

7.Para Simão Bar Jonas, o homem que  foi chamado pelo Mestre Divino para ser a pedra e fundamento de sua Igreja, para o homem que não tinha ouro nem prata mas uma fé robusta e impetuosa segue esta singela canção. Que este homem possa nos ligar a um tempo novo de esperança espiritual e repetir: 'Salva nos, quia perimus.'

8.Para um homem das visões, das contemplações, que tomou posições, que acreditou na era da luz, que da sublimidade burilou seu carácter, para o homem dos perdões, das quedas e sobressaltos vai esta singela canção.

9.Para Simão Bar Jonas, que mereceu do Mestre a promessa do primado, anulando seu eu, plasmou no mundo um tempo de expectativas... Um santo, um herói que estabeleceu as bases do Cordeiro  crucificado a tal ponto que deteve para os séculos futuros as chaves do reino e que as portas contrárias não prevaleceriam 'adversus ea'.

10.Para um homem que ultrapassou as barreiras do mestrado, da filosofia, da poesia e da sabedoria e abismou-se na grandeza do Nazareno, para um homem que não fazia alianças com o poder, que não se vangloriava de seus dons, que agia in persona Cristhi, que assistia os necessitados , para um homem de fé imutável.

11.Para um homem que afugentou as trevas do pecado, contrariou a autoridade docente dos fariseus, para um homem que compreendeu o sentido do amor de Hillel, Gamaliel, Saulo de Tarso.

12.Para um homem que não fazia dinheiro com assuntos sagrados, mas esmerou sua existência em Jesus Crucificado, que se espelhou no Mestre e alargou os horizontes de seu tempo na contemplação das infinitas perfeições de seu Deus.

13.Para Simão Bar Jonas, homem da fé messiânica perfeita, iniciado nos mistérios de Deus, Uno e Trino, outorgado em sua missão de fundamento da Igreja, selou com o sangue seu profícuo apostolado.

14.Para um homem que iluminou todas as nações, não foi conivente com o apartheid de seu tempo, inaugurou uma nova era abrindo as portas da Igreja a todos os povos, para um homem que foi contra a plutocracia de Seth e franqueou o Evangelho a todos segue esta singela canção.

15.Para Simão Bar Jonas, o primeiro papa da Igreja, que desejou para si e para o mundo 'as colinas eternas' ofereço estas linhas que 'profusionam' a inspiração para tornarem-se um preito de gratidão ao Grande Pedro de todas as eras, que na certa receberá esta sincera homenagem do coração.

16.Para Cefas, o homem das multidões, o primeiro grande eleito de Cristo, o homem que aprendeu a contemplar pelo olhar do Mestre, os olivais de Jerusalém, as cotovias do Hebron, os lírios da Samaria e que compreendeu que as chaves a si confiadas não eram de brilho material, aquiescendo pouco a pouco as palavras do Nazareno entendeu os desdobramentos de um reino que não era deste mundo. Obrigado Pedro, Cefas, Simão Bar Jonas.

17.E num êxtase profundo este gigante da primeira hora cristã, juntou em oração suas mãos calejadas do antigo mister e repetiu enlevado em seu sotaque inconfundível: Yeshua! Yeshua! Yeshua!

18.Numa tarde de aglomeração do povo em torno de Jesus, ele ouviu o grande sermão da montanha e entendeu como ninguém a fugacidade da vida e amou as plagas eternas... Encarnou em sua vida apostólica o ideal do Cordeiro, a justiça do trono, a bondade do Homem Deus e compassivo foi apascentar na santidade o rebanho a ele confiado pelos desígnios do Altíssimo Senhor.

19.Amigos, não nos iludamos, foi sobre esta pedra firme e sólida que Cristo edificou sua Igreja com poderes divinos de perenidade, dogmas, sacramentos e as promessas de sustentação.E se fosse discorrer mais, teria ainda muito o que dizer a respeito de Cefas e palavras sobejariam tal como os pães da multiplicação.

20.E Pedro viu a viúva de Naim naquela tarde triste chorar seu único filho,alegria de seu olhos, rapaz esbelto , de cabelos pretos, jovem, muito jovem. E Pedro viu quando o mestre parou na frente do cortejo fúnebre naquela tarde outonal, seu olhar brilhava de compaixão e ele sentiu um arrepio de entusiasmo quando Jesus disse, num tom grave e pausado que fez estremecer os montes da Galileia: - Não chores... e em seguida - Jovem levanta-te...

21.E Pedro compreendeu ser seu mestre, o Deus de Israel, o Messias esperado pelas nações e se emocionou, e sua emoção estava apenas começando e seria posta à prova e fraquejaria mais na frente três vezes para se levantar e alavancar os gentios de todos os tempos, enfrentar o império de Roma altiva, em seu tempo e na pessoa de seus sucessores.

22.E Pedro, rude, homem de fé simples e prática entendeu aquele que acalmou o mar, ressuscitou Lázaro, expulsou os demônios,entoou o 'efatá' multiplicou os pães, chorou sangue no Getsemani, carregou uma pesada cruz, abriu os braços no Gólgota e ressuscitou ao terceiro dia.

23.Muita informação para a cabeça deste homem do mar, afeito a labuta, a contemplação e as alegrias de uma vida hebreia comum, e a voz do mestre continuara e continuara num crescente de propósitos para o pescador de almas: - Vem e segue que te farei pescador a serviço do meu grande projeto para todos os homens de bom coração.

24.E Pedro às margens do Tiberíades, em Carfanaum, ouvira aquela voz que pairava sobre as questões materiais e acenara com força e mansidão para o reino do outro mundo, que sobre aquela pedra edificaria a Igreja, una santa, católica, apostólica e romana.

25.Muito chão a fama e vida de Simão Bar Jonas percorreria, permaneceria lembrada com amor e respeito e como sinal de bem aventurança. O vem e segue seria repetido a medida que o tempo avançasse e arrebanharia muita gente afeita a ascética cristã, homens, mulheres, jovens e crianças passando por ele, seguindo as pegadas de Saulo, Inácio de Antioquia até aos dias atuais e depois de nossa era 'iPadiana'dos neutrinos, nióbios quânticos, passando pela certeza Marial vindoura do Espírito de fogo até o derramar da última lágrima, até ao aflorar do último sorriso na face da terra.

26.E Pedro, privando com o mestre, percorrera em infindas jornadas a terra dos hebreus de baixo para cima e todas as direções e presenciara o quanto o coração de um Deus amava os homens incondicionalmente e esperava deles uma aquiescência da alma. Em Samaria, Hebron, Nazaré, Cafarnaum... muita coisa viu, muito presenciou e foi se amoldando ao querer de um Deus humanado.

27.E Pedro, de intuição nata compreendeu o sentido da pregação de Cristo como ninguém, e sem alforje, bastão, dinheiro, munido de uma fé robusta seguiu até Jerusalém tempos depois e na porta do Templo disse ao paralítico; - Não tenho ouro nem prata mas em nome de Jesus Nazareno, toma teu leito e anda... 

28.E Simão Bar Jonas pouco a pouco foi-se se aprofundando na doutrina do mestre, e entendeu a fundo o Messias esperado, realidade na frente de seus olhos e não cabia em si de contentamento, compreendeu quanto mais necessidade um homem possui, menos liberdade tem, e ele queria ser livre e libertar doravante o mundo do pecado para ligá-lo totalmente ao seu mestre adorado.

29.E Cefas foi iniciado nos mistérios que o circundava, a primavera findara nos montes da Galileia, João Batista fora morto nas mãos do Maqueronte, o círculo estava se fechando com o passar dos dias, e Pedro vislumbrava cada vez mais a paixão nos ensinamentos do mestre. E após a transfiguração tudo se aclareava em sua mente arguta e ele cismava à noite sob o céu estrelado da Judeia.

30.E todos do sinédrio, anciãos de Israel aprovaram a perfídia de Anás,suas maquinações infernais e entraram no jogo sujo da política de uma casta que olvidara a voz dos profetas, menos Arimateia e Nicodemos que timidamente sugeriram ouvir o comportamento de Cristo Jesus e tudo se aquietara por tempo e os doutores da lei ficaram mudos.

31.E Jesus afastara-se da vista deles, para alívio de Simão e dirigiu-se a todos como a luz do mundo, uma luz forte e suave prestes  a ser levantada no madeiro da ignomínia para resgatar o mundo do pecado e reparar a honra do Pai. E o bom pastor, ao lado de Pedro continuava e continuava incansável a miracular, cegos, coxos, paralíticos, leprosos...

32.E a maquinação do mal não dava tréguas, acerca-se de Jesus para atormentá-lo e Cefas via que o mestre a todos refutava, afirmando ser deveras o messias anunciado nas profecias. Suas obras e milagres foram se avolumando de tal monta que o ódio contra ele crescia e o cercava de todos os lados, aonde estivesse e pregasse, Pedro enxergava os emissários do templo a espreitar o mestre adorado.

33.Bem articulados e mancomunados na rede de intrigas, iam e vinham de Jerusalém à cata de mais detalhes, parece que não dormiam no revezamento da espreita esperando uma oportunidade para prendê-lo e dar cabo de sua existência.

34.O mestre ao ter conhecimento da morte do amigo Lázaro se entristeceu e chorou, depois de dois dias dirigiu-se à Betânia aldeia próxima de Jerusalém e foi consolar Marta e Maria Madalena e na ocasião operou o milagre portentoso ressuscitando Lázaro na presenças de seus discípulos e de muita gente aglomerada, definindo assim sua missão de Messias.

35.E Pedro estupefato jubilou-se no íntimo de sua alma contrastando com pensamento do calculista Anás, do incrédulo Caifás que há muito tinham perdido a noção das sagradas escrituras e deliberavam a morte do justo a pretexto de uma nacionalidade mal entendida:'... que morra um só homem pelo povo e que não pereça toda a nação'.

36.E Pedro ouvira a sentença que deixando tudo receberia o cêntuplo e a vida eterna como recompensa e foi guardando tudo no coração. Em silêncio viu Madalena ungir o pé do mestre, antecipando sua sepultura, e num relance percebeu a ganância de Judas aflorando em sua cabeça de preocupações materiais por ocasião deste belo gesto de amor.

37.E a marcha vitoriosa seguira para Jerusalém, e Pedro ansiava e torcia pelo momento que Jeshuá seria coroado rei, seu mestre era Deus e iria resgatar a honra do seu povo, certamente conjeturava consigo mesmo e ele na sua humildade, tinha uma pontinha de orgulho aflorando em sua pele de destemido pescador, afinal ele seria o chanceler do novo mundo que ia nascer...

38. Portanto foi com pesar que viu o mestre chorando ao avistar a bela e imponente Jerusalém, depois a aclamação veio pela boca dos meninos hebreus, hosana ao filho de David...No entanto a euforia passou e passou e uma lufada de tristeza caíra sobre o robusto Simão Bar Jonas, quase sufocando-o  ao perceber a realidade dos fatos.

39. E Pedro desconcertado passou da euforia do domingo de ramos, do hossana à frustração atroz. Da boca dos meninos hebreus ouvira o louvor perfeito, dos lábios do sinédrio iria na quinta feira santa ouvir a condenação mentirosa...

40. Na manhã da segunda feira Jesus estava no templo entoando sua canção de perdão e misericórdia, ensinando, pregando e ao sair  em companhia dos apóstolos pelo caminho viu o mestre amaldiçoar a figueira estéril.

41. E nada passava desapercebido aos olhares atentos do grande pescador, trinta e hum anos depois suspenso numa cruz em Roma ele lembraria sorrindo a trajetória do mestre, a graça e beleza que irradiava de sua presença, a intrepidez ao expulsar os vendilhões do templo de jerusalém, a bondade aos abençoar as crianças, o cuidado com o sofrimento alheio.

42.E a hora se aproximava e Pedro esperava a interferência portentosa das hostes angelicais para contrapor a maldade daqueles que tramavam contra o Messias esperado das nações, mas os caminhos seriam outros e o povo eleito instigado por seus lugares tenentes iriam perpetrar o ato mais vil da história humana: o deicídio, e trazer para si e seus descendentes as maldições e dispersões de sua raça.


43.E na terça feira a batalha continuaria e Jesus desarmaria cada invectiva de seus inimigos, que urdiam o golpe fatal, aqueles dirigentes há muito tinham perdido o sentido exato das escrituras, e no fausto, poder e riquezas que viviam, além de massacrar seu povo, conluiados aos Césares, desviaram-se de sua missão e queriam ofuscar e apagar o sol de justiça que tinham bem diante de si todos os dias no templo de Salomão.

44. Meio absorto, meio estupefato, Pedro ouvira as palavras de seu mestre:'- Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados. Quantas vezes eu quis juntar os seus filhos como a galinha abriga debaixo de suas asas os seus pintainhos e tu não quiseste! Eis que será deserta a vossa casa... chegará o dia que te sitiarão e não ficará pedra sob pedra.'
45.Estava próximo o momento de Deus, e necessário era o cumprimento perfeito das profecias e a cortina de entusiasmo caiu quando presenciou Jesus ser entregue pela perfídia  e traição de trinta moedas ignaras  do Iscariotes, membro do recém fundado colégio apostólico.

46.Simão Bar Jonas, após o episódio da prisão no horto das oliveiras, reuniu tergiverso as últimas fôrças de seu espírito robusto, agora abatido e se esgueirou pelo pátio da condenação. Porque as hostes angelicas não vieram céleres em socorro do mestre? E Pedro Cefas Simão Bar Jonas lembrou-se que o cálice alusivo de Jesus deveria ser sorvido até a última gota e ele estremeceu, mesmo assim lá estava ele se aquentando junto aos serviçais do palácio.

47.E Pedro, fundamento da Igreja nascente negou três vezes o mestre, fugiu amedrontado e depois voltou arrependido e começou a escrever a história mais bela do perdão de Deus e sulcou sua face de tanto chorar... Solidificou na santidade e vida apostólica as bases da Igreja militante.

48.E Simão Bar Jonas caminhou sobre as águas revoltas e perigosas do império romano, do mundo gentio e acertou, movido não pela carne, nem pelo sangue, nem pela razão material, mas pela fé em Cristo, filho de Deus.A cúpula religiosa do seu tempo passou, Herodes endoideceu, Pilatos dançou a valsa do poder na composição para condenar o Justo.Dimas alcançara na sua última hora o paraíso ao lado de Cristo.

49.De todos o Mestre saíra vitorioso com a Ressurreição e Pedro acompanhou o mestre, semeando o evangelho aos quatro cantos do mundo e selando sua fé em Cristo com seu sangue de Grande Pescador eterno Simão Bar Jonas, o São Pedro de todos os tempos, lugares e nações.

                      Epílogo

a. E Pedro entusiasmou-se com a luz do mundo, assistiu as pregações no vale do Ebron, esteve na entrada triunfal sob o pórtico de Salomão, percorreu em companhia do Esperado, Jericó de ponta a ponta, ouviu o mestre desafiar inúmeras vezes os fariseus, percebeu o perdão à pecadora arrependida, a cura do cego de nascença, a dos dez leprosos e Pedro conheceu a verdade plena e ela o libertou.

b. E Pedro, até então limitado no seu pensamento acerca do Messias, - um rei material que livraria o povo eleito da tirania romana - aquiesceu aos ensinamentos daquele que o mar  e as tempestades obedeciam, daquele que não tivera um travesseiro macio ao que recostar sua cabeça, aquele que chorou diversas vezes, aquele que nos deixou a Virgem Maria medianeira universal de todas as graças, aquele que visitou os pecadores e os elevou acima das querelas humanas, aquele que abençoou as crianças, aquele que era manso e humilde de coração.

c. E Pedro assentiu aos ensinamentos do mestre, teve arroubos de entusiasmo a cada palavra de Jesus, abismou-se quando os detentores do poder espiritual dos judeus - Anás e Caifás alternados no poder tramaram a morte do Justo Nazareno, viu a ditadura da lei e a maldade nos olhos deles ao oferecer a dracma solicitada.

d. E Pedro num frêmito de audácia desembainhou  sua espada e feriu a orelha do soldado romano no getsêmani de dor, quedou perplexo negando o mestre na reincidência anunciada pelo galo da madrugada de Jerozolimam, e percebeu a trama em torno do Messias, engendrada pelo sinédrio.

e. E Pedro sorriu para o céu,já se passara quase treze lustros daquele dia ás margens do Tiberíades quando o mestre disse o célebre 'vem e segue-me', e ele estava finalmente pregado na cruz e lembrava que  o troco fabuloso viera três dias depois da crucifixão do Senhor, com a fôrça de um furacão e ele vira o mestre redivivo, aleluia, e Pedro sorriu uma segunda vez, viera o Espírito Santo Paráclito, e ele pregou e converteu num só dia pelo poder de Jesus milhares de pessoas e confirmou Matias com substituto de Judas Iscariotes.

f. E Pedro no inverso do começo de tudo sorriu pela terceira vez, saiu do êxtase de suas lembranças e viu o futuro da sua missão estendida em Lino, Cleto, Clemente, Pio e uma lista infindável de sucessores da Igreja de Cristo, Gregório, João Paulo, Bento XVI, E assim por diante até ao amanhecer da última manhã da humanidade. 'Tu es Petrus e super hanc petram aedificabo Eclesiam meam et portas inferi non prevalebunt adversus ea.'

g. E o ódio e as perseguições vieram para os seguidores de Cristo, e Pedro recordou com emoção,ali suspenso no madeiro, a última ceia com seu amigo Jesus, a cerimônia tocante do lava-pés, a instituição da eucaristia, o novo mandamento, a prisão, a negação, a traição de Judas, o julgamento, a crucificação e morte,a vitória estrondosa da ressurreição do mestre,suas aparições repetidas vezes, seus conselhos e determinação de irem pregar o evangelho a toda a criatura.

h.E lembrou comovido que Jesus apareceu-lhes em Cafarnaum e por três repetidas vezes, Pedro  afirmara seu amor incondicional ao seu mestre adorado. E Pedro e seus amigos viram-no ascender aos céus em Betânia e contemplaram as chagas gloriosas de Cristo, resplandecentes, ouviram suas últimas palavras recomendando a espera no cenáculo pelo Espirito Santo Paráclito que viria em forma de língua de fogo.

i. Corria o ano 64 d.C, e Roma a cidade altiva dos césares decretou sua morte, sob o reinado do jovem e desvairado Nero, juntamente com Saulo de Tarso, o grande pescador de almas expirou na cruz de cabeça para baixo, conservando seu estilo inconfundível. Paulo o apóstolo dos gentios fora decapitado.

j. E podemos imaginar a feste no céu ao receber esses dois  heróis e santos da primeira grande era cristã. Pedro o arrebatado tomou posse das chaves de direito, eleição e conquista, Paulo o incansável e eloquente pregador pode contemplar face a face a luz da estrada de Damasco e repetir: Senhor, aqui estou em companhia de Cefas, combatemos, guardamos a fé e expandimos o seu reino até os confins da terra...

l.Passariam não menos de seis anos e a cidade santa seria destruída completamente pela sandálias romanas, cumprindo as riscas as profecias de Jesus que não restaria pedra sob pedra... E conforme os relatos do historiador judeu, Flavio Josefo mais de noventa e sete mil judeus seriam levados cativos e outros tantos pereceriam sob o elmo e a espada do exército romano quando cercaram Jerusalém, e aconteceu a queda da cidade santa.

             Posfacio

 Simão Bar Jonas, de temperamento arrebatado, recebeu o primeiro grande chamado de Jesus, o vem e segue-me, e começou sua trajetória, antes de tudo um homem simples e reto de coração, um autêntico judeu sem dolo e de intuição rara, entusiasmou-se, compreendeu o mestre, negou o mestre, amou o mestre. A medida que os acontecimentos trágicos da paixão tiveram seus desdobramentos, vai nascendo um outro Pedro, que assumirá perplexo a paixão do redentor, que o acompanhará, mesmo de longe, que terá ímpetos de coragem, que cairá no abismo da negação, que se levantará com humildade, que será perseguido pelo olhar do mestre.

Escrevo o que escrevo e continuo a querer escrever mais na ânsia de entender um homem que muito me impressiona e enleva, espero que seja proveitoso para você, amigo leitor, tudo o que se seguiu e seguirá e fica meu agradecimento antecipado por esta compreensão.

Simão Bar Jonas, com três atos de amor foi confirmado como grande continuador da obra salvífica de Cristo e abrasado pelo fogo do Espírito Santo no dom de Pentecostes incendiou com este amor o mundo inteiro e numa progressão gloriosa de feitos e santidade chamou a si a missão de estabelecer as base da Igreja nascente.

E Pedro, o grande pescador proclamou o evangelho em Jerusalém, '... a Partos, Medos, Elamitas, Mesopotâmios, aos habitantes da Judeia,Capadócia, do Ponto, da Frígia e da Panfília, do Egito e da Líbia, da Asia, de Cirene e de Roma, Judeus e prosélitos, Cretenses e árabes, a todos falava em sua própria língua."

Ele, investido de poderes inaugurou a grande era messiânica, quando Jesus ao morrer de braços abertos na cruz, atraiu a si todas as coisas e ao partir deixou seu lugar tenente um vigário capaz de ligar a ele todo o mundo. Morrera por todos os homens, inclusive os seus mais chegados, os de Israel e a era recém inaugurada do sacerdócio segundo Melquisedeque iria se perpetuar até o último dia da existência do homem na terra.

E a missão fora destinada a um humilde pescador, sem conhecimentos literários, sem dinheiro, sem influência política, mas, mas imbuído do amor de Deus, na caridade ao próximo iria ligar sim a terra à nova Jerusalém sem fim.

E Jesus o Messias esperado que veio e se encarnou no seio de uma puríssima virgem, cumulada de graças, muito mais que todos os oceanos juntos. Ele escolheu Simão Bar Jonas e na pessoa de seus sucessores para dar continuidade a sua obra, com seus bispos e sacerdotes que consagrariam o pão e vinho em seu corpo, sangue, alma e divindade, para renovar o sacrifício da cruz de uma maneira incruenta, mas real. A imolação das imolações como aceitou os " dons de teu servo Abel e o sacrifício do nosso patriarca Abraão."

Que batizariam, confirmariam na fé, administrariam os sacramentos, a confissão, a comunhão, o matrimônio e o viático para os ligar ao céu das certezas e profecias divinas. E Pedro a coluna forte resistiu a tudo e a todos, fez milagres, desmascarou os hipócritas, peitou os fariseus e saduceus, teve um tato impressionante no trato com as autoridades romanas,pregou no fórum, dividiu amor, união, discerniu a ação mais acertada, partilhou bens e realmente tornou-se um gigante da primeira e decisiva era cristã, o primeiro, o  insubstituível Simão Bar Jonas, o São Pedro de todos os tempos, nações e povos que amamos e louvamos nestas singelas e demoradas linhas.

E Cefas foi semeando o bem, arregimentou seguidores dispostos a tudo pela fé no Jesus Nazareno, sem pactuar com erros que grassava no decadente império dos césares,formou discípulos da estatura de Barnabé, João Marcos e Estevão, o primeiro mártir da Igreja nascente, de carácter forte e zelo ardente, convicção indomável, raciocínio claro e argumentos convincentes.

Que ao ser apedrejado pelas artimanhas do sumo sacerdote Anás diria:'Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem em pé à direita de Deus.' Realmente tempo sagrado onde se tropeçava com gente santa que seguia Cristo até as últimas consequências, até o último suspiro nas grelhas ardentes, açoitados, apedrejados, crucificados, espedaçados qual Inácio de Antioquia no coliseum maximum.

Tempos difíceis e gloriosos onde os cristãos partilhavam o pão, o afeto, a solidariedade e semearam com seu sangue o porvir. Homens, mulheres, jovens e crianças na comunhão dos santos a serviço da causa mais nobre que se tem notícia na história da humanidade. Vieram perseguições ao longo de quatro séculos, muitas conversões e a prática da caridade fazia-os um em Cristo, sem distinção de posição social, bens, haveres, sexo, livres e escravos. Nas catacumbas, nos lares, na tribuna, nos caminhos, e no próprio seio da guarda romana, cristãos houveram e o império caiu nocauteado pelas verdades do evangelho que Pedro o maior de todos semeara a partir da ordem e chamado de Cristo: o vem e segue-me.

Três negações in fieri, lá no começo da jornada de Simão, três continuados sim no seu percurso, três cativantes sorrisos ao morrer crucificado naquela cidade que seria para todo o sempre o berço da cristandade, a Roma eterna dos mártires e dos santos, a Roma da infalibilidade pontifícia que daria muito o que falar aos céticos, muito o que rezar aos piedosos, muita ascética e mística a serviço do mundo bom.

E não para por aí a narração que me dispus a fazer, devotado ao Pedro de todos os momentos, o potentado humilde de Cristo na terra, o homem de confiança do mestre, entusiasmado, de inocência juvenil, de temperamento explosivo, que explodiu o pecado e a maldade da face da terra, que inspirou este poema e outros mais, que ilustrou a literatura de William Thomas Walsh como ninguém, que foi objeto de enlevo e visões de tantos e tantas misticos de primeira linha, que acalenta esta despretensiosas linhas  a mais não poder. Obrigado pai Pedro Simão Bar Jonas de todo o coração.

E fatos se passaram, perseguições vieram e muitas e muitas conversões, que se um escritor mediano se debruçasse a relatar muitos e muitos livros encheria no papel e on line, nas estantes de madeira ou virtuais que nosso século tão pragmático não se daria ao luxo de ler e refletir.

f. E vejo apenas o começo da grande e luminosa era que tantos tentam negar e esquecer, se não falássemos as pedras personificando escritores diriam em nosso lugar quando tudo começou:' Oh" vós todos que passais pelos caminhos da vida, parei e vede se existem fatos semelhantes a gesta do Jesus Nazareno, o Deus humanado por amor aos homens e mulheres de todos os tempos, lugares e nações encarnou no seio puríssimo de uma virgem, padeceu e morreu em nosso lugar e elegeu Simão Bar Jonas para ser a rocha de grandeza, o pescador eterno de almas para o seu redil.

E apareceu na hagiografia cristã, outro portento e amigo de Simão, trata-se de Saulo de Tarso, na queda de Damasco uma luz o ofuscou certo dia e de perseguidor feroz, passou a seguidor contumaz de Cristo e recebeu dele em revelação o evangelho e foi comparar com Pedro e pregar aos gentios, nós no caso.

Foi um duro golpe na estrutura carcomida de inverdades e ambiciosa de Anás e seus filhos. Assim era, assim foi e a barca de Pedro continuará  a singrar os mares revoltos da existência humana, da frágil e passageira vida dos povos. Hoje o eterno Simão Bar Jonas e Saulo de Tarso, o nosso São Paulo, estão de posse da visão beatífica e atuantes como nunca. Afinal um é o perene grande pescador,o outro  apostolo das gentes, e entendem a psicologia humana a fundo e sabem que a graça que os animou ainda pode levar o mundo ao grande retorno da paz de Cristo no reino de Cristo.

                  Conclusão

E Herodes Agripa,Tetrarca da Galileia, no ano 44 d.C deflagrou, instigado pelo anjo decaído e por sua natureza perversa a 1ª perseguição contra os cristãos. Prendeu e decapitou Tiago, o Maior. Nesta ocasião Barnabé,de presença admirável, discípulo fervoroso de Pedro estava evangelizando na Antioquia. São Pedro encontrava-se novamente preso pelos dias do pão ázimo e um anjo miraculosamente o libertou causando estupefação a muitos e Pedro se dirigiu para Antioquia , o principal centro comercial para encontrar-se com Barnabé constituindo a importante cidade a primeira sé apostólica.

Antioquia, a bela e projetada cidade,a Síria Romana, a terceira maior cidade do império dos césares se orgulhava de sua posição geográfica, confluência de povos e riquezas exuberantes contrastando com a miséria de seus habitantes, a escravidão gritante e a ostentação levada a alto grau de avareza.Justamente foi lá que os seguidores de Cristo foram chamados pela primeira vez de Cristãos.

E o campo de ação do apóstolo Pedro se tornou vasto e decisivo para o futuro da Igreja e Paulo também esteve por lá, continuava e continuava sereno e forte percorrendo vastas regiões, atravessando países até ao altar do deus desconhecido do areópago ateniense.

A eles recordemos lembrando que o discípulo nunca será maior que o mestre, as palavras de Saulo: 'Em tribulações, necessidades, angústias, açoites, prisões, distúrbios, trabalhos, vigílias, jejuns,castidade, sabedoria e paciência... a servir de espetáculo ao mundo, aos anjos e homens.' Nisto os dois apóstolos se pareciam muito só se diferenciando no arrebatamento de um contra a eloquência de outro. No final estarão juntos em Roma, juntos enfrentarão os sofrimentos, juntos encetarão a última e gloriosa travessia deste vale de lágrimas para a eterna felicidade onde seus ouvidos ouvirão o cântico novo reservado aos mártires da fé.

E Simão Bar Jonas, inspirado pelo Santo Espírito viaja para o centro militar e econômico do mundo, Roma e alcança numa tarde de outono a Via Apia das diversidades culturais, apinhada de legiões, gente de toda a parte,ostentando vestimentas, falando uma pluralidade de idiomas e o olhar de Pedro vislumbrou seu campo de ação e a fundação da Sede Apostólica que se tornaria a cidade eterna dos mártires, confessores e santos. Isto tudo se passou numa época hostil, faustosa de um império em decadência, que quatro séculos após tornaria a religião oficial com o edito de Milão sancionado por Constantino: in hoc signo vinces!

Mas a presença do grande pescador era fato e trazia no seu alforje, não dinheiro, fama e influências políticas, mas a autoridade suprema para ensinar, definir e interpretar... De pronto viu as injustiças que grassavam por toda a parte, o abandono do povo, a promiscuidade de religiões pagãs e Pedro agiu, rezou, pregou, aglutinou seguidores em torno do altar.

E pouco a  pouco, sem peitar as autoridades togadas, conseguiu converter pelo exemplo de vida e admoestações frequentes, escravos, libertos, soldados, tribunos, cônsules, senhores, membros das famílias senatoriais, e pouco a  pouco, volto a frisar com ênfase enlevada, a sociedade romana se rendeu aos encantos do grande pescador.

E os anos se passaram céleres, a religião católica ganhava adeptos fervorosos e muitas daquelas casas de espaldares confortáveis, de átrios ornamentados com elegância e bom gosto, receberam a visita de Simão Bar Jonas.As famílias de Glabius e Aristóbulus foram as que mais se distinguiram na atenção e acato ao evangelho com todas os seus desdobramentos práticos e duradouros.

Pouco há pouco, por influência de Pedro muitos escravos eram feito livres, e a comunhão dos santos era espetacular, transformando aquela barbárie em caos , em um campo fértil onde capitaneados pelo grande pescador, numa só voz, num só coração, onde se reuniam jubilosos para a partilha do pão, surgia sob a rocha uma esposa mistica destinada aos esponsais eternos.

Mas a maldade não dormia, a guarda pretoriana marchava em direções múltiplas garantindo a qualquer preço a 'pax romana', o coliseu sempre e sempre mais locupleto de plateia desvairada querendo assistir os jogos mortais dos gladiadores. Um destacamento especial protegia o jovem imperador Nero,que de toga, túnica branca e a coroa de louros, pavoneava na sua carruagem dourada, ensaiava versos, declamava seus poemas vazios, e endeusava a si mesmo numa loucura sem limites culminando com o incêndio do Circus Máximus.

E assim termina o texto em homenagem a Simão Bar Jonas. Foi assim que doze homens humildes e escolhidos, sem fortuna, prestígio, fama e poder material, mas agarrados a Cristo Jesus, inauguraram uma nova era de luz, paz, de oração, de penitência, amor e libertação e ergueram nas barbas do maior poderio bélico e econômico de sua época, a divina instituição da Santa Igreja Católica, Apostólica, Romana, a única de origem divina com a grande promessa que as portas contrárias nunca prevaleceriam contra ela.

A Simão Bar Jonas,Kepha,pedra firme,  o homem de Deus a quem devemos tanto, a quem Cristo escolheu na sua onisciência para comandar não há um império perecível e mutante mas a sua Igreja com projeções perenes.Tenho dito e teria muito mais a dizer...Grande amigo São Pedro rogai por nós!

Helder Tadeu Chaia Alvim




                 



segunda-feira, 16 de abril de 2012

a sindrome do faraó x ziggurats e catedrais

1. Torna-se difícil traçar o perfil exato do mau político, a razão que o levou a enveredar pela trilha obscura e inexplicável da corrupção, que o fez virar as costas a uma carreira em si honrosa, prestigiosa e meritória, uma carreira para alavancar até as nuvens do bom senso o bem comum  dos eleitores, do povo que o sufragou nas urnas soberanas. Ele uma pessoa, no mais das vezes, estudiosa, conhecedora das leis que regem a constituição, doutorado em teses ou na experiência política ou veterano da profissão parlamentar, se perde em meio às falcatruas cabeludas, enriquecimento ilícito, desvio de verbas, assistencialismo eleitoreiro e atrasa o Brasil, põe em risco sua soberania e volta as costas ao seu passado, vive o presente de usura e fará milhões de concidadãos seus amargar um prejuízo sem proporções definidas.

2. Sim! É lamentável, a ambição do poder assomou em sua cabeça, esqueceu  o povo, a pátria, Deus. Tenho minha opinião a respeito e se tiver um tempinho gostaria que acompanhasse meu raciocínio e opinasse a respeito, pois não sou dono da verdade, apenas amealho rimas na humildade e confesso o quanto é fugaz o som das letras e o tom ameno deve entremear este tema complexo e de entendimento desconexo. Pois bem, a definição é simples, esta qualidade de político a que mencionei acima sofre de um mal quase incuràvel, que atarantou a cabeça dos  faraós do Egito, lá do Nilo antigo, das esfíngies, enigmas e sarcófagos perdidos nas curvas da história antes de Cristo.

4. O grande escritor do livro de Deuses, Túmulos e Sábios, C. W Ceram na página 132 diz sobre eles o que podemos sintetizar sobre o pretenso faraó brasileiro e sua patologia crônica de sede de poder, riqueza e ambição ilimitada tornando sua gestão numa espécie de deusado paranasiano da fama: "... O poder da crença sobrepujava a voz de toda a razão política e moral. A obra dos faraós - e só a deles, pois os menos poderosos contemplavam-se com a mastaba, o homem do povo com o túmulo na areia - é fruto de um egocentrismo exarcebado  e ilimitado, sem a menor consideração pela coletividade."

5. "... As pirâmides não serviam como as catedrais e os domos, antes de tudo a piedosas comunidades; não eram como as torres de Babilônia, os ziggurats,, antes de tudo sede dos deuses e santuário para todos. Serviam antes de tudo só a eles, ao faraó, só ao seu corpo morto, só à sua alma, ao seu cá." Inferimos daí, guardada as devidas desproporções que a psicologia do mau político é de uma similaridade estonteante, que beira às raias do absurdo ou melhor dizendo um conjunto de sintomas em comum com este antigo mal de que padecia o comandante em chefe de uma das culturas mais antigas do mundo.

6. 'Nihil novi sub sole', afirmava o sábio. Quando um governante abandona a causa da maioria, fecha-se sobre si mesmo, cego em seus propósitos pessoais e justifica os meios de sua ação visando seus fins escusos. Corrompem até o ar que respiram na sua 'grande causa', condena os demais que não lhe são subservientes à senzala apertada de reivindicações indeferidas. Trai o sentimento nacional, a cidadania e faz do erário da res pública uma cidade de porteiras arreganhadas para si  e os seus parceiros ou comandados.

7. Estou dramatizando algum novo ensaio tonal? Escrevendo para espairecer, quiçá aparecer? Temo que não pois esta conversa foi colhida nas ruas, botecos e esquinas da Augusta sempre paulistana e arguta que argumenta madrugada a dentro sobre os rumos tortos de uma bela nação de povo ordeiro e politico faltoso de carácter sério e que represente o anseio de quase duzentos milhões de brasileiros, para o bem do novo e felicidade de seu povo.

8. Que encastelado em suas mastabas, cás modernos abandonou seu povo em seus modestos domos, o alienou em seus ziggurats, perplexos em suas catedrais. Estou falando do que é sabido da mídia e das gentes antenadas no movimento, quedada em sua esperança de um futuro melhor para todos, sem discursos outros que não reflitam o que realmente deva ser.Tais atos reprovados que enchem os jornais de noticias desencontradas,  vergonhosas que  fariam corar de estupefação: Dr. Ruy Barbosa, Pedro II, Mauá, Cícero, Platão, Aristóteles, Sócrates, Demóstenes e uma fileira de sábios, pensadores e homens do povo que se perderia a conta.

9.  Não entendo a equação montada ao contrário da constituição que se mantém no poder ano após ano, corrompendo e frustando sonhos de uma nação jovem, alegre, de natureza exuberente, de gente de fé, inteligente, celeiro de idéias, de solo continental, clima ameno e de um potencial bio diverso incalculável e ávida de sustentação do bem comum.

10. E a lenda sem fim das novas sesmarias, dado o módico limite destas linhas vai ficando por aqui. Enfim disse o que disse em prosa e verso conhecido, volto para o meu canto a cismar um lamento de dor contida, a pensar nas crianças abandonadas, nos lares desfeitos, na violência que açambarca toda a sociedade sem hora, lugar e tempo para explodir, sem segurança de reação, sem conclusão nos tribunais.

11. E o sucesssor dos vendilhões do templo, em pensar que está sentado tranquilamente sem escrupulos, malbaratando o tempo, tosquiando as ovelhas em número avançado de duzentos milhões até que elas se levantem seu sono letárgico e elejam alguém à altura de suas pastagens verdejantes e com elas festejem a nova era tonal, que será um fanal a alumiar seu futuro no conjunto da harmonia e paz universal, que a fortaleça nas horas tristes, que sorria com ela o bom riso brasileiro no tempo de abastança total.

12. E que o portador da doença letal do faraó se livre do mal que o acomete e passe para as fileiras futuristas dos que começam on line anunciar um novo tempo, um novo vento salvador de oportunidades iguais, sem distinção de ninguém, com promulgara Cristo na primeira grande era cristã, 'tudo em comum,' para o bem do novo conceito tonal e a felicidade de todos os seres humanos, resgatados pelo seu sangue precioso.

13. A plenitude da nação brasileira virá, em sintonia perfeita com sua diversidade cultural, e seu desejo de  paz sem limites, sem fronteiras, sem ódios, sem  intolerâncias e sem discriminações. A gigante levantará, arrumará seu leito bagunçado pela síndrome que a acometeu e respirará o ar fresco de suas manhãs outonais , contemplará os pores de  sol magníficos de seu sertão iluminado, ouvirá doravante o canto da cigarra e enxergará novamente seus vaga lumes solidários indicando a travessia segura para um panorama cor de anil e o mundo bom interrompido pela imperícia, voltará a ser a grandeza de seus filhos e a promessa segura de dias melhores que virão!

Helder Tadeu Chaia Alvim


a suprema decisão

1. Agora é lei, o aborto conseguiu abrir uma brecha na convicção do STF e na voz de seus ministros  o instituiu nos casos anencefálicos comprovados e o Brasil inaugurou uma nova modalidade legislando sobre a vida humana e o direito de interrompê-la, alinhando-se a outros países que legitimaram o mesmo.

2. A questão é muito complexa e os argumentos em prol da discriminalização, a meu ver, não foram a fundo, e nem poderiam pois legislar sobre a vida e seus direitos é matéria que cabe a seu autor e não às criaturas, por mais inteligentes e coroadas de êxito e saber.

3. A vida é um dom de Deus, no momento da concepção ele infunde naquele pequenino ser gerado e em começo de formação uma alma imortal. Se as circunstâncias finais não permitir sua integral formação, nem por isso deve ser interrompida.

4. Cabe à mãe ter a consciência ética e deixar prosseguir a gestação para gerar o filho de suas entranhas, e muitas vezes em meio ao sofrimento, mas deixando pulsar mais forte o amor.

5. O ministro Ricardo Lewandowski que votou contra a decisão, advertiu sabiamente: 'abriria portas para a interrupção da gravidez de inúmeros embriões portadores de doenças que de algum modo levem ao encurtamento da vida.'. Também o presidente do STF, Cézar Peluso discursando magistralmente se aliou a Lewandowski em defesa 'do direito do feto à vida.'

6. Na prática, conhecendo os meandros da saúde brasileira,a malandragem venal, esta lei recém aprovada por quase unanimidade do STF será um desastre, ela carece de tudo, leitos, hospitais, médicos e profissionais, filas sem fim nas madrugadas esperam o povo na sua maioria.

7. Em se tratando da Anencefalia, dos diagnósticos precisos, da deliberação da mãe e cuidados específicos, duvido muito sua consecução, sobejamente muitos já anteviram a ação inconsequente de muitos inescrupulosos que aproveitarão a fenda para levar a termo seus intentos, para o aborto fora destes casos previstos ser praticado será um, dois...

8. O Brasil, ou melhor sua massa política, sofre em larga escala do mal de falta de seriedade, são anos e anos de acumulos de poder e mando, de verbas disperdiçadas, de ações sem visar o bem comum e estrategicamente empurraram para o STF a decisão da Anencefalia sem consultar seu povo, que aproxima dos duzentos milhões de vidas que tiveram a chance de ver a luz do dia.

9. Lamento a legalização desta lei, que a meu ver trata-se de um novo atentado à vida, mesmo que outros paìses ditos "modernos" tenham assinado a petição, não quer dizer que está tudo bem, está tudo mal e se revogada seria um bem geral, repito ao seus mais de duzentos milhões de filhos que oportunamente nesceram e tem o direito de escolher seus rumos...

10. Para além do poder supremo do supremo, existe um tribunal que sonda os rins e os corações das nações e povos, de seu juìzo infalível ninguém escapa, nem togas, tiaras, cabeças coroadas, paletós, batinas, jeans, chapéus e havaianas...

11. Deus, legislador do tempo e da vida ordenou no decálogo suas proibições e permissões: 'não matarás... amarás...'. Passam os séculos, vem a era nióbica quântica e dos neutrinos, a era tonal e sua decodificações, mas a lei sinaica será sempre imutável e ao autor da vida compete à instância última das decisões.

Helder Tadeu Chaia Alvim





terça-feira, 10 de abril de 2012

ausência x luminosidade

1. Em meio á tantas notícias desconexas que não fazem o menor sentido para a existência humana, que enchem de tristeza o coração daqueles que não perderam a consciência do certo e do errado e analisam os fatos à luz da verdade que nem as traças e os ladrões conseguem abocanhar para si, a Igreja Católica debruça-se mais uma vez sobre as dores salvíficas de Cristo na sexta - feira santa deste ano da graça de dois mil e doze e no sábado de Aleluia proclamará seu primeiro grito de Páscoa:

'Exulte de alegria dos anjos a multidão, exultemos também nós por tão grande salvação!'

2. Nos Templos do mundo inteiro as velas foram acendidas no escuro e o cortejo se formou em torno do círio que simboliza Cristo e na voz de seus sacerdotes entoou: 'Lumen Cristhi', um júbilo de louvor Àquele que é a razão de ser de sua Igreja.

'Do grande Rei a vitória cantemos o resplendor, das trevas surgiu a glória, da morte o libertador.'

3. A ausência do sentir elevado na sociedade de consumo tornou-se patente, ela fala alto, chora baixo, extenua-se nas nulas ruas de idéias nuas. Cabisbaixa amanhece, passsa o dia sem prece, anoitece ébria de prazeres vãos, compra o que não pode, o que não tem necessidade na compunsão vertiginosa do marketing elaborado por especialistas do varejo.

4. O contraste entre uma e outra se põe ao adentrarmos mais a fundo nos ritos religiosos da semana entre todas, santa:

'No esplendor desta noite, que viu os hebreus libertos, nós os cristãos, bem despertos brademos, morreu a morte!'

5. E a caminhada dos seres continua inexorável, sem pensamento definido, no sentimento vazio de uma páscoa achocolotada onde a comunicação verbal e acalorada deu lugar aos tablets, brackberrys criptografados, smartphones e uma gama de aplicativos, links e adicionamentos globais. E o exulte a partir do cenáculo continua pelos séculos afora, tocando ao nosso com mais fôrça ainda:

'No esplendor desta noite que viu o Cordeiro vencer, por Cristo salvo, cantemos: ao seu sangue justiceiro! No esplendor desta noite que viu ressurgir Jesus do sepulcro exltemos: pela vitória da cruz!'

6. E a realidade  degredada do transcendental pelo seu querer, pela sua vontade fraca, continua sem acreditar em Deus, na Virgem Santa, nos Santos e Anjos de celestes revoadas, apega-se à matéria, cria um ambiente hostil à religião, aventa leis contrárias à lei divina e natural, polui o planeta, a camada de ozônio, acaba com a salutar bio diversidade e coloca a si mesmo  em cheque, na posição adversa ao bem comum, na disposição confessa das legiões antigas, decaìdas de seu brilho original.

'Noite mil vezes feliz, Deus por nós seu filho deu, o Filho salva os escravos, que tanto amor mereceu? Noite mil vezes feliz, ó feliz culpa de Adão que mereceu tanto amor, que recebeu tal perdão!'.

7. Dista esta noite das outras, quando elas céticas se afastam da luz, quando envelhecem sem ter acreditado, entorpecem sem ter provado os sabores das verdades pelas quais o Cristo redimiu o gênero humano. Extenuadas balançam nas redes frouxas de conceitos vazios; outras querem o Cristo sem sua Igreja, a Igreja sem a presença da Virgem Maria, a cruz sem espinhos, o Cristo rosado sem suas dores salvíficas. Querem a ceia sem o anúncio da paixão...

'Noite mil vezes feliz, aniquilou-se a maldade, as algemas se quebraram, despontou a liberdade! Noite mil vezes feliz, o opressor foi desprezado, os pobres enriquecidos, o céu à terra unindo.'

8. E as outras, fechadas em em seu endurecimento pessoal, sem ter se dado a chance de conhecer a fimbria do manto do Nazareno, manso e humilde de coração, sem ter repousado aos seus pés em oração, sem ter adorado o crucificado, de privar com ele o pão consagrado, de orar com ele no Getsemâni, sem ter suportado uma alfinetada de desgôsto por ele, sem ter lançado um ósculo de amor em suas chagas de dor, sem acompanhar um pouco do seu caminho em companhia da Mãe Dolorosa, de Verônica e Cirineu de África devota.

'Oh! vos omnes qui transiitis per viam, atendite et videte sicut dolor eius.' Canta a liturgia. E nós podemos dizer :oh!! vcs todos que passam hoje por este blog, parem comigo um instante no silêncio e aquilatem se existiu dor e sofrimento maior que o do Cristo Jesus, Ele morreu em lugar de seus amigos: o gênero humano! Obrigado meu Deus!

9. Os meninos dos hebreus, narram os evangelhos se expressaram com cânticos que até hoje ressoam aos ouvidos dos que curtem o redentor adorado: Hosana ao Filho de David, bendito o que vem em nome do senhor, hosana nas alturas. Foi um salve expontâneo e coletivo que as circinstâncias posteriores tentaram pulverizar em vão. A predição veio e cumprida em seus mínimos pormenores até raiar a Ressurreição, a vitória estrondosa do bem contra o mal.

 ' Noite mil vezes feliz em círio da virgem cera, formado pela mãe abelha, nova esperança se acende, no seio da tua Igreja. Noite mil vezes feliz, noite clara como o dia, na luz de Cristo Glorioso, exultemos de alegria...'

10. Os que maquinaram contra Jesus Cristo estão mortos e bem mortos, os que não se pocicionaram a favor do justo também, os que acreditaram nele estão vivos sorvendo a seiva eterna do gosto pensado do Altíssimo Senhor. E sua Igreja Santa Católica, Apostólica e Romana continua enfrentando embates internos e externos e cada vez mais se aproxima do grande final, guiada que é pela Estrêla Guia Maria e pelo fogo abrasador do Pentecostes.

11. Ah! se aquela noite perdida, vazia de sentido tivesse provado o néctar misterioso de uma só noite pascal, na certeza acordaria para o principal, pois a luminosidade da primeira de todas foi tanta que fez ressurgir o humilhado, trouxe a paz, a harmonia e a promessa do paraiso ao Dimas redimido.

12. Aquela noite vazia, sucumbida de angustias existencial, aquela noite abismal, onde toda a caterva parece visitar a terra, aquela noite que evoluiu ao extremo de sua capacidade cognitiva, teria suprido a ausência do bem na claridade das chagas gloriosas de Cristo e teria conhecido o que poderia fazê-la feliz.

13. O som tonal de Jesus ecoou no primeiro domingo alvissareiro da história, ecoou no coração de uma Virgem Mãe que acreditara deste o início, desde o começo fora cumulada de todas as graças, e Maria sorriu pois Deus estava com ela e os anjos à sua volta, numerosos cantaram um cântico novo, soprando melodias de cor e vida, pois o coração de seu Filho Amado estava acenando vida para todos os homens de boa vontade... O mundo estava salvo!

14. A hora mais trágica, mais grandiosa da história havia passado, a natureza demonstrara dor, as trevas cobriram a terra, a ausência imperava, mas após o 'Elli, Elli, Lama Sabactani', deu-se o grande 'Consumattum Est', que trouxe uma luminosidade nova revelando o resgate pleno e incondicional do gênero humano. Doravante todos eram iguais, judeus, amuratzens, romanos, gregos, persas e  gentios sem acepção de ninguém. Estava inaugurada a era do coração.

Helder Tadeu Chaia Alvim







na era do instagram e o novo conceito tonal

1. No dia em que o Facebook anuncia que adquiriu o Instagram, um aplicativo de última geração que alia à sua capacidade de imagens, a rede social com altos recursos de conectividade abrangentes, uma exclamação aflora dos labios deste poeta das mínimas linhas: adentramos definitivamente na zona tonal quando o concreto e o abstrato se ajuntaram para dar um show de comunicação instantânea compartilhada.É o instante da rede social por imagem, traduzidos em cifra de milhões de dólares esses dispositivos móveis de fotografia.

2. A cada dia uma novidade supera a outra, e confesso que sou entusiasta de tudo o que a moçada faz  neste sentido. A comunicação ficou mais fácil, mais descomplicada, mais leve, menos cartelizada, mais democrática, menos elitizada. O Brasil é o país que mais compartilha no Facebook, tem mais de 250 milhões de aparelhos celular comercializados.

3. É a geração da imagem e o conceito tonal se insere nela com uma segunda natureza e o mais jovens revolucionam o planeta, saem na frente, pesquizam a fundo os elementos e compartilham com generosidade seus inventos. Haja vista que o cantor Justin Bieber tem mais de um milhão de seguidores no Instagram. 

4. A era dos armazens gerais já passou, da conversa na porta de casa à noitinha, com assentos de vime à disposição, bom papo. boas gargalhadas, depois os tempos mudaram, veio a tv, e a amizade informal e de calor sincero ficou no armário da sala de estar, de quando em vez fazia bonito para alguma visita que vinha da capital.

5. E o tempo em sua evolução determinada foi mudando de novo até alcançar da última década para cá o paroxismo das ondas onlineiadas da interação. Estamos hoje no instante do Instagram e sua concepção de imagem em ação, por que não? Um crescimento fabuloso à altura da mente brilhante de seus idealizadores Kevyn Systron e do brasileiro Mike Krieger.

6. Estas rimas mínimas e seu autor que se batem pela harmonia do contraponto entre fé e razão saúdam com bons olhos esta nova geração antenada no movimento, dela poderá advir o mundo bom das certezas  do espírito.

7. Auguramos vida longa ao Instagram para o bem de todos e a felicidade do novo conceito tonal que está batendo às portas da humanidade, quebrando barreiras, vencendo obstáculos até tocar na era do absoluto por excelência e das constações primeiras.

Helder Tadeu Chaia Alvim

segunda-feira, 9 de abril de 2012

a essência do sim

a essência do sim!

1. Cristo sim! a Igreja sim! Maria sim! dogmas, religião, milagres: temas de inesgotável inspiração, escritores houveram que se debruçaram atentamente sobre o assunto, ousaram teses, declararam preces, guiados pela unção do Espírito Santo Paráclito, garimparam os diamantes da fé, descobriram as veredas inesgotáveis da manifestação do mestre dos mestres.

2.Legaram aos pósteros seus escritos em forma da ascese cristã. O abneget semetipson, contagiante e expressivo do Coração de Jesus, pulou das páginas para a realidade de suas vidas e impulsionou multidões no querer do Cristo Crucificado e Ressurecto!  Encontraram a fonte da eterna juventude espiritual, já aqui na terra possuíram a alteridade do Redentor.

3. E Maria, a mais pura e santa criatura saída das mãos de Deus, objeto dos encômios de seu filho, ao declarar seu sim à obra salvífica de Cristo seu filho, gerado em sua entranhas de virgem e mãe, por obra e graça do Espírito Santo, mereceu o título e a honrosa função de co-redentora ou seja ela se achegou, pelos seus méritos, virtudes e correspondência ao chamado de Deus, está tão próxima da grande luz - que de fato e de direito - tornou-se  a ecônoma fidelíssima dos méritos universais do gólgota.

4. Tal mãe, tal filho, tal filho, tal mãe e incorre no erro crasso, pela própria natureza dos fatos, quem intente em separar a mãe do filho... de jeito nenhum  a ortodoxia  de suas opiniões vingarão nos corações retos e consoantes com a verdade verdadeira de Deus, dos livros santos e da tradição apostólica, corroborada pelos doutores e padres da Igreja Católica.

5. Seria mais fácil separar o verbo da palavra, o fogo do calor, do mar as águas, do firmamento os astros, do sangue as veias. Portanto a sintonia perfeita do universo depende de mãe e filho unidos. Ele a quiz Virgem, antes, durante e depois do parto, e oniponte fê-la como idealizou, como o raio do sol atravessa a vidraça nas tardes da primavera florida sem quebrá-la, Jesus recebeu o primeiro sorriso na terra de uma virgem, que o esperava para juntos cumprirem a vontade do Padre Eterno com a anuência perfeita do Espírito Santo. Deus precisava de uma reparação perfeita para aplacar sua cólera do pecado da origem humana.

6. Os santos, esses heróis da espiritualide, esses amigos de Deus, esses amantes da natureza, esses bons samaritanos do semelhante, esses corações de ouro, veneraram desde o primórdios da grande era a grandeza da Estrêla - guia, Maria. Claraval, Boa Ventura, Montfort e Ligório, entre tantos, que o digam, teceram louvores À quinta essência da obra perfeita saída das mãos do criador na bondade e concepção do arquétipo da criatura ideal isenta da mancha do pecado que trouxe a morte aos homens. Ela guardou em seio seio a semente preciosa de vida eterna e  entregou o fruto santo à humanidade inteira na natividade feliz!

7. Assim foi, assim é e assim o será até o cair da última fôlha no do último outono do ser humano, até o finalizar da última essência verde do planeta terra, quando as trombetas potentes dos anjos arcanos anunciarem a consumação final.

8. Maria, mãe, virgem, intercessora de misericordia, a escada de Jacó nos assegura uma vida calma, nos enleva nos momentos de fraqueza extrema, nos puxa para o zênite do pensamento incriado de Deus. Terrivel contra as hostes decaidas, clemente com seus filhos, em constante vigilia para abrir a Janua Coellis a quem lhe suplicar.

9. Foi Jesus de Nazaré quem traçou seu perfil nas bodas de Caná da Galiléia, foi ele na qualidade de filho atencioso que transmudou a seu pedido a água em vinho,  antecipando sua vida pública. E por sinal o melhor vinho que se tem notícia na face da terra! Nas circunstânscias maravilhosas do nascimento de Jesus, na visita dos pastores, na chegada dos reis magos, na fuga para o Egito, acompanhado de José, o justo.

10. Maria aquiesceu à vontade do altíssimo com alegria e disposição interior, na vida apostólica de seu querido Jesus, manteve-se em recolhimento, apesar de pouco citada nos evangelhos esteve presente sempre, seu coração vibrou com o divino infante, seu coração sofreu na perda no templo, seu coração sangrou nos dias da imensa dor do calvário.

13. Seu coração alegrou-se com a ressurreição gloriosa e não fora por menos que a escolhida de Deus fora empossada mãe de todos os homens na pessoa de João Evangelista aos pés da cruz. Que recebeu com todos os discípulos e apóstolos no cenáculo a visita do Espírito Santo Paráclito e a recomendação de Jesus que pregassem o evangelho a toda criatura, e a fé como condição de salvação eterna.

14. O mundo de hoje tão símile ao da 'Pax Romana' de então , tão tumultuado de paroxismos e maldades,tão antenado em futilidades continua com as promessas divinas pairando sobre sua cabeça tergiversa, eis aí tua mãe, detentora no céu dos lugares vazios dos anjos decaídos, eis aí a medianeira universal e sempiterna das graças oriundas do gólgota salvífico. Oh! vos omnes qui transitiis per viam atendite e videte!!! todos, sem exceção que transitam pela estrada da vida, atentem que Ela é a solução para todos os males da alma e do corpo...

15. A seiva da vida eterna passa necessariamente pela veia de Maria, o vaso espiritual e insigne de devoção, a seiva da vida eterna passa direto, sem rodeios e maledicências dos desavisados, pela veia de Maria, que gerou o Cristo Redentor, a veia que gerou o bem vai nos gerar para o reino do outro mundo!

16. A veia sagrada e humana de uma virgem gerou o prometido das nações, o viu crescer, viver as manhãs de sua juventude em Nazaré ao lado de José, seu castíssimo. A virgem admirável, aquela que foi virgem, antes, durante e depois do parto, aquela que aguardou pacientemente com fé a hora de Deus, vibrou com sua pregações em Cafarnaum, entristeceu-se com as injustiças a que foi submetido, alegrou-se com sua ressurreição e ascensão ao céu dos limites superados.

17. A veia sagrada da Mãe de Cristo, tornou-se inquebrantável, quebrou os véus dos mistérios quando foi assunta à eterna claridade do céu,coroada rainha plenipotenciária de bondade e misericórdia, tornou-se uma corrente de ouro maciço, adornada de esmeraldas e diamantes para doravante resgatar toda a humanidade para as certezas definitivas depois deste vale de sombras e da morte.

18. Não adianta sofismar acerca da virgindade de Maria, Deus pode e quis! e ninguém em sã consciência ousa blasfemar, na verdade 'passará o céu, passará a terra'... passará esta era nióbica neutrina, mas essência da Virgem permanecerá, visse!

Helder Tadeu Chaia Alvim

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Escolhas...

Escolhas

1. Deus escreveu no seu livro o destino dos homens, dispôs o curso dos astros, a órbita dos planetas, os satélites e suas evoluções simétricas, cuidou do ninho dos pássaros, deu-lhes a melodia apropriada, vestiu de verde a terra, coloriu o céu com o arco íris, encheu de sons e vida as matas virgens, ventos e tempestades se formaram a seu bel prazer, separou as águas da terra e celebrou sua obra com os cânticos dos anjos arcanos.

2. O mais admirável foi que ao criar o homem, o dotou de razão,  incultiu-lhe uma alma, e deixou às suas escolhas, deu-lhe sentimentos e aspirações, a inteligência para estudar, conhecer os elementos e progredir quase até ao infinito de sua imaginação.

3.  O poeta anota na fõlha em branco e nem de longe acerta, envereda pelos versos mimados, comanda as letras na montaria de suas inspirações, à luz tênue de seu aposento ou meia água, castelo, manstada, mansão, faisca as letras, ajunta-as de forma lírica e oferece ao parnaso de suas agremiações e mais não pode. Ele é da  mesma matéria efêmera do seu semelhante, priva com as divas da noite seu instante e quando amanhece sente sono, sede e falta de liberdade.

4. A grandeza aureolada não lhe pertence pois é um réles servidor das rimas, e acima de sua cabeça encanecida pelo tempo, decepções, traições amorosas está o principio atuante de todas as perfeições, o poeta  é um ser que vive contantemente no atrevimento de roubar de Deus uma fagulha de seu fomento e apresentar a outrem em formas de poema, verso.No inverso do caminhar material, toca no espiritual, e ao encostar no imponderável sai chamuscado da luz etérea que envolve os misterios da além vida humana.

5. A única vantagem em que vejo nascer poeta é que ele perscruta a sua condição fugaz, e vê sem névoas e rodeios a dura realidade que o cerca, sente na pele o quanto tudo é quimera, miragem glorificar o homem pelo homem, pois se alguém apresenta uma luz diferente que envolve  toda a platéia, sabe muito bem, que esta manifestação externa é reflexo da graça imortal, que chamamos  Deus.

6.A  Ele, espirito incriado de bondade, justiça e misericordia pertence as promessas do tempo. Um dia este mesmo tempo encontrará seu tutor e cessará o rumor, a palavra, a canção e tudo o que está relacionada à matéria. A  nascente das rimas seca para  o poeta no dia de sua morte, a sua carne se degradará em pó, e o seu espírito se tiver sido correto partirá em busca da grande luz.

7. Em lá chegando não carecerá de palavras bonitas, bem arranjadas, pois o imã do pensamento de Deus  atrairá a si os mansos e humildes de coração, aqueles que fizeram de seus versos para si e para os irmãos semente de vida eterna.

8. '... - Por que esta fôlha amarelecida numa floresta infinita? - Pergunta Lucano cínicamente. - Por que esse grão de areia numa praia sem fronteira? Por que esse fragmento insignificante num vendaval? Isto é fantasia!' ( Taylor Caldwel - Médico de Almas e de Homens á pág. 453 ).

9. E podemos completar a idéia acima da autora que escreveu a história maravilhosa do Evangelista São Lucas. E vamos continuar com os porques: Por que a corrida aos bens de consumo? Por que as engrenagens tecnológicas em vez do pulsar do calor humano? Por que nos shoppings, avenidas, cidades evoluídas o movimento busca construir no concreto e cimento, nos games, seus castelos de satisfação hedonista?  Por que o sexo substituiu o amor, à vida simples vieram os arranha - céus, às canções puras a eletricidade dos decibéis das noites sem razão?

10. '... - Diga-me, meu caro Lucano, que para o amor nada é inútil, nada é demasiado, nada é quantidade exagerada, nada é muito pouco, o amor jamais abandona, para Deus este fragmento insignificante em que nos encontramos é tão caro quanto a sua mais vasta coroa de estrelas, no espaço que fica para além de nossa compreensão.' 

Helder Tadeu Chaia Alvim 

segunda-feira, 2 de abril de 2012

a tela led e o tempo inseridos na realidade

a tela led e o tempo inseridos na realidade...
1. Enquanto do lado de cá das fábulas brasileiras, na mente talentosa de Agnaldo Silva a trama da novela das oito, na Globo  se encerra com Clodoaldo Valério levando ao delírio seus fãs, Pereirinha e Teresa Cristina no mar, encobertos, o brasil real amanhece na farra da corrupção,  ébrio de consumo e falta de religião exigente, começa a andar sem rumo sério ou quando não desliza na demagogia de destinos indefinidos. Mira na telinha uma realidade que não é a sua e cabisbaixo se inebria das luzes de falsa democracia.

2. Chico e Millôr se foram, partiram para outros planos com a sensação do dever bem cumprido, cada um a seu modo alegrou, criticou o brasil que deveria ser uma coisa e é outra bem diferente do que os políticos dizem. Ficamos orfãos de um e de outro e que a luz infinita da bondade eterna alumie sua almas corretas e brasileiras de raiz.

3. Eugênia Melo e Castro se apresenta no Clube da Esquina para agradecer o incentivo que marcou seu início da carreira musical, e o tempo que não para nunca continua sua sanha ora predita, ora mau dita - mas procura conservar sua figura mítica e parece desconhecer as tramas e os dramas daquele que chamamos de ser racional homem.

4. O tempo anda no compasso de seu autor e para ele um dia pode ser mil, ou vice e versa. Às vezes ele conversa com o vento, visita os arcanos do mistério, sorri para a inocência, pragueja a maldade, mas o mais das vezes conserva um alheamento que espanta todos os elementos.

5. Mas ele observa taciturno o desenrolar do movimento, 'a Chevron' e seus sérios deslizes ambientais, os 'hacktivistas' das redes sociais, a controversa copa de 2014, o Brasil que se adiciona mais e mais à gigante Facebook, o competente Diário do Comércio e suas magnificas 'letras ecológicas'.

6. E o tempo, experiente e contemplativo espera a hora, serve às ordens de um ser que poucos conhecem, mas que ele, o tempo canta, ele, a seu critério determina o desenrolar e prevê o desembocar das estações, contempla o sol a pino, se enternece com a lua, seu dragão e seu santo forte.

7. Alisa as frontes das palmeiras, faz baloiçar as jangadas dos pescadores em busca da azáfama do mar. Ele sabe ver e aquilatar bem a era dos aplicativos, das tele conferências, a evolução do varejo nas lojas 3.0,de quando em vez sorri, um riso solto ouvido pelos raios e tempestades, como quisesse fazer pilhérias do homem e seus brinquedos tecnológicos.

8. Ele, o tempo serve ao senhor da vida, da morte, dos destinos dos séculos, ele privou com Abrãao o sacrifício de Isaac, ele viu os apuros da humanidade na era diluviana, o destempero dos babilônios, os grandes profetas,a saga de Moisés, o sacrificio de Melquisedec, o Cristo Jesus, Deus soberano, ele conviveu com os primeiros cristãos nas catacumbas romanas, no coliseu, á luz do dia com Constantino, o grande, e o tempo, tempo nos confins do mundo habitado percebeu as nuanças de todo movimento.

9. Ele soprou o vento nas gaivotas, equilibrou o eco sistema, povoou as matas de animais inocentes, estampou no céu estrelas, e no mar segredos de arrepiar, construiu com seu faça-se o universo visível e invisível. Entristeceu-se com a falta de liberdade daqueles que vivem sob as botas de regimes totalitários e aplaudiu  a postura magistral e lúcida de Zhou Youguang de Beijing e sua luta pela liberdade individual.

10. O tempo, respeitando o livre e solto arbítrio acompanha o desenrolar dos acontecimentos na Síria e nos Montes Nuba, no Sudão com a esperança da urgente interferência das nações solidárias...

11. E na atual realidade mirada por espelhos convexos, o tempo parece que se apaga nas teorias fabricadas, nas utopias desastrosas que ceifaram vidas humanas a perder de vistas.Nem se faz necessário pois de sobejo já vimos rodar o filme em várias versões, e ainda hoje a película da intolerância continua rodando sem parar.

12. O tempo parece suportar o pior dos homens, talvez seja para oferecer-lhes a qualquer momento outro tempo de paz,outro tempo melhor do que este, aquele que ele guarda dentro de si na sua bondade ilimitada.

13. Escrevi o que escrevi e continuo sem entender a jornada humana, tudo passa, tudo muda, hoje temos tecnológias à mão, botões de controle por voz, telas ledianas de altíssima definição e a alma continua tateando no escuro sem rumo e objetivo de afeição verdadeira.

14. Será, oh! tempo soberano e eterno, senhor de tudo, será que amanhã teremos ou não pão? água?, sustentabilidade política e moral? Ou, ou átomos enriquecidos até ao extremo da ambição? Ou quiçá  embravecidos até a total destruição da raça humana?

15. Ao tempo, tempo pertence a decifração exata dos enigmas, ao rocejar de suas asas leves, ele encaminha direções desconhecidas, traz surprêsas, decepções, alegrias, choros e lamentações. Apeia muita gente enfatuada de suas montarias, santifica o homem, gratifica o benfeitor e traz de volta a louçania das manhãs ensolaradas.

Helder Tadeu Chaia Alvim



Helder Tadeu Chaia Alvim









o mercador péssimo

o mercador péssimo
1. O grande mercador da mentira, numa atitude vil, traiu seu mestre por trinta moedas odientas. Preferiu safar seu irmão carnal das jogatinas, da morte prometida por dívidas contraídas, nos relatam os textos essênios, preferiu ver o Cordeiro ser imolado na cruz e com aquele asqueroso beijo agradou aos sumos sacerdotes.

2. O anátema não tardou a vir: 'melius est si natus non fuisset', mas aconteceu mesmo e passou para a história como paradigma da vilania, covardia e composição de interesses escusos. E Judas continua vivo e atuante na pessoa do mau político, do mau sacerdote, do mau cidadão, do mau cristão a perpetuar a espécie dos vendilhões, que a troco da honra, do vil metal, de glória e poder sem limites vendem a sua consciência, sua pátria se preciso fôsse como trocam de camisa.

3. Foi uma confusão geral naquela sexta-feira santa.Na véspera Jesus orou no Getsêmani até suar sangue, convocou os seus chegados e advertiu-os com caridade: 'Vigilate et orate ut non intretis in tentationem...' E a hora do poder das trevas se aproximava e o mestre arquitetava o mundo bom das suas certezas, que deveria passar segundo a vontade do Pai pelo gólgota salvífico.

4. E as trevas se aproximavam, o ar de Jerusalém estava abafado, a natureza inteirinha chorava seu moço. Jesus, o mestre dos imponderáveis comeu a ceia com seus discípulos,instituiu o sacramento da eucaristia, deu as ultimas recomendações e saiu para orar... Lançou um olhar sobre a cidade, prestes a se tornar deicida. Na atmosfera pairava um quê de mistério que se prolongaria todas as semanas santas do ano até o ribombar da útima páscoa na Terra: 'Spiritus quidem promptus est, caro autem infirma...' O espírito, esse desconhecido, solução certa para a carne fraca e hesitante.

5. Depois foi preso pela guarda romana, seguiu-se o seu pseudo julgamento,intermediado por Pilatos, o exitante, o governador sem posição definida, veio a flagelação, a coroação de espinhos, a negação de Pedro, a dispersão dos discípulos, tudo isto numa noite só, a noite mais pesada e injusta da história e no dia seguinte subiu ao gólgota acompanhado de Simão Cirineu para morrer em lugar de seu amigo:  o gênero humano.

6. Venceu a mentira com a verdade plena, quando eles o sepultaram, empurraram uma grande pedra no porta de seu túmulo, o que viria corroborar ainda mais a sua vitória sobre a morte. Queriam-no morto, suas palavras eram puras e diretas, suaves e transformadoras. Ah! ele precisava morrer! Não porque os judeus quisessem, a imperatividade do Pai exigia um sacrificio perfeito.

7. Um pouco antes, ressuscitara Lázaro, seu amigo, curara o empregado do centurião, o mestre dissera a respeito do romano que não encontrara tamanha fé em Israel e isso tudo nas barbas da diretoria religiosa da época. Que era rei e o seu reino não fazia na terra pactuações, que tinha a seu dispor as miríades de anjos guerreiros, que no entanto as profecias precisavam ser cumpridas até a última vírgula, até o último ponto.

8. E Ele redivivo, três dias depois apareceu às santas mulheres, aos discípulos medrosos à caminho de Emaús, no cenáculo para todos, inclusive para o incrédulo Tomé. E o pior ósculo da história, esquecido jaz e o século que tiver a ventura de contemplar o madeiro do gólgota salvífico com os olhos da fé se deparará com a face de Cristo Ressuscitado e exclamará enlevado que a morte mais ignominosa do mundo, mais trágica, mais redentora não terá sido em vão! Não! E no paroxismo dos constrastes a profecia fora realizada inteiramente, atraindo a si todas as coisas. A natureza inteirinha rendeu vassalagem ao rei coroado de espinhos, ao Deus humanado por amor dos homens.

9. O mercador pior da história entregou o filho de Deus nas mãos dos ímpios; Pedro, o entusiasta do mestre, Pedro o voluntarioso, o grande pescador negou três repetidas vezes e se arrependeu amargamente; João, o discípulo do amor sem limites, as santas mulheres ao lado da Virgem Mãe perseveraram até o fim e ofereceram para todos os séculos o verdadeiro ósculo de fé, adoração e paz.

Helder Tadeu Chaia Alvim

O cacarecado x ativismo do senso comum

  O cacarecado x ativismo do senso comum O momento estonado traz um viés de tudo ou nada, uma espécie de negação das verdades absolutas em p...