quarta-feira, 1 de abril de 2015

o peregrino da maldade

      O peregrino da maldade

1.       Inspirar-se, antes de expirar a validade do planeta em que habitamos e convencionou-se chamar Terra dos Homens. Uma boa pedida, pois dela retiramos o sustento, enxergamos as manhãs alvissareiras de nossa juventude, brincamos um tanto, choramos outro, crescemos, nos apaixonamos, nos decepcionamos e mesmo assim amamos a vida ao nosso redor, e mais que isso recordamos da infância, do chamego de nossa mãe, do carinho dos irmãos.
2.       Quantas preocupações, rodeadas de senões ao longo da existência, que somadas à outras e outras derivaram no coletivo absurdo do caos atual. Faltou pouco, sobrou muito, para o fim e recomeço, tudo junto e misturado joio e trigo.
3.       Matutei um tanto e cheguei a um tratado de observações que partilho consigo na interação própria de nossas ações de mundo bom, ideal na mente de Deus, ausente da cozinha doméstica de cada povo espalhado nos quatro continentes.
4.       E vi que em um determinado tempo da história, em algum lugar distante, alguém falhou feio com Deus, alguém que tinha um dom colossal de deter a alma do mundo em suas mãos. Alguém que como que possuísse  o cordel do destino, e claudicou mesmo.
5.       O tema que trato é forte e desconhecido, por isso mesmo pertence a suposição, e não pretende contrariar a revelação, ou os dogmas da religião. Me desfaço dele sem apego tão logo alguma autoridade teológica sinalize  divergências com a posição da Igreja ou cânones da exegese em questão.
6.        Então continuo inveterado na visão que outro dia vislumbrei e prossigo imaginando ser o acontecido em uma manhã de primavera no hemisfério norte, um pouco antes do Brasil ser encontrado pelos portugueses, dado que foi pelo impulso destemido em Sagres de um certo d. Afonso Henriques, de visão larga e decisão forte, desbravou em cascas de nozes o novo mundo.
7.       Em contraposição ao velho continente que deserdara da fé, que elegera o livre exame das escrituras, que escolhera outro caminho diferente do sentir medieval, que esboçara uma atitude coletiva de cunho revolucionário; Deus como que olhara a deserção pavorosa da Igreja e suscitara nos corações lhanos  uma outra empostação de alma, capaz de afirmações e ações imbatíveis.
8.       Do cerco de Pamplona, na Espanha surgiu um Ignácio de Loyola, seguido de perto por Francisco Xavier, Ignácio de Azevedo, José de Anchieta, e um rol de Jesuítas , heróis, santos  e invencíveis no que tangia a ascese cristã, aos dogmas, e ao apostolado profícuo. As Índias, Japão, América Latina seriam pequenas para o seu zelo ardente, como constata a história universal. Período este intitulado da contra reforma, que se colocou nas antípodas do monge Martinho Lutero, recém  apartado da grei de Cristo por suas teses embrionárias.
9.        Então o pseudo protagonista ou peregrino da maldade soltou um uivo de raiva incontida, pesou a situação e se retirou do cenário por um tempo, o tempo suficiente para alimar seus raciocínios, consultar seu mantenedor e articular a conspiração.
10.   Cansado que estava da sacralidade das catedrais, das conversas amenas ao pé da lareira, das rodas dos intelectuais se retirou para a  planície próximo à Marselha e reflexionou bastante, e um frêmito de ódio se assomou ao seu semblante taciturno...
11.   Ele possuía sem dúvida inteligência rara, dons excepcionais, porte esbelto de um lorde, raciocínio rápido e sintético ao mesmo tempo uma capacidade de abstração fabulosa. Esse alguém príncipe ou plebeu, cientista ou clérigo teve a primeira visão do mundo bom, e negou suas aplicações práticas, e suas certezas empíricas de outrora transmutaram em negações, e bafejado por seu mentor aquiesceu no pecado e desenvolveu teses e paradigmas que guiaram a opinião dos séculos a seguir, todas elas contrárias aos planos do Altíssimo Senhor, obviamente.
12.   Ademais, frequentara mosteiros, universidades, a alta roda dos iluministas, se posso chamar assim, então cercado de um vasto conhecimento científico, cultivava a fina maneira de um patrício romano, a rudeza de um beneditino, a verve de um diplomata,
E dominava qual ninguém os segredos da arcanologia, suas abrangências  filosóficas, enxergava muito além de seu tempo.
13.   Então assoberbado em sua empáfia de sábio, em sua lógica falha, esboçou um não universal, contundente e categórico contra tudo o que era divino. Queria inverter se possível fora a lei natural e o equilíbrio da criação.
14.   Enquanto isso fatos históricos se sucediam na velocidade das navegações, e mesmo antes dos e-mails, os pombos correios iam e vinham num frenético voo, trazendo e levando messages, insuflando insatisfação social, arregimentando mentes pensantes em prol de seu fim. O ‘ sicut eris diis’, parecia aflorar constantemente em seus lábios, e entre uma e outra baforada de fino fumo ria um riso maldito...
15.   Dois  séculos depois no novo mundo em seu prólogo Pe. Vieira definiria algo que talvez o peregrino da maldade em sua ciência vã de conhecimento ignorara completamente que ‘ não há poder maior no mundo que  o  tempo,  tudo  sujeita, tudo muda, tudo acaba’. Ainda bem, pois analisando as eras que nos precederam vimos que muita coisa saiu do controle proposto do arguto Pseudoxo. Aqui e acolá surgiram outras mentes raras da ciência, da Igreja, da política que quase fizeram ruir seus planos de caos total.
16.   Mas o livre arbítrio seguiu seu rumo, engendrou guerras, filosofias sofistas que descambaram neste estado de coisas adversas que nos encontramos, e só uma intervenção direta de Deus na história poderá reverter o quadro e implantar a doce primavera da fé e da ciência exata, da sustentabilidade, do verdadeiro progresso e do equilíbrio tonal entre matéria e espírito.
17.   Uma enorme chave de boca 9/16 de carácter universal se instalou no âmago do ser humano, destilou  paixões, egoísmos, obnubilou brios, abafou anseios de mundo bom, e abriu de par em par a porta da humanidade para o consumo voraz de bens perecíveis com a finalidade de desviar sua atenção de seu fim último ou seja o reino do outro mundo aquele que o Nazareno conquistou no gólgota salvífico há exatos dois milênios.
18.   - Mas, poeta  da imaginação fértil, estou curioso, que homem é esse? Poderia precisar a data de seu nascimento, a sua genealogia, etc e tal? E também  diga-me  se se  trata de realidade ou ficção este texto que hora me oferece denso e substancioso, temo ter indigestão somática pois vejo que vai se estender indefinidamente, ah, ah, ah !
19.   - Anh! Entendo sua preocupação vamos dizer que misturo num mix, e já já vou satisfazer sua fome de letras, meu irmão que considero mentor e causador desta evolução simétrica, que convencionou-se chamar 365 dias   de poemas empíricos.
20.    Varias etapas da história humana, da criação divina se cruzam e se interpelam buscando a razão de tanta balburdia no planeta, tanta fé, tanta oração, tanta desesperação que há mister de uma sinopses para não fundir a cuca ou‘passar pela vida com a sensação que não viveu’, que se tornou uma espécie encrencada de'espectro', que sequer contemplou um por de sol, que sequer dobrou os joelhos e olhou para o infinito do céu e se perguntou o que estou fazendo aqui, o que fazemos?  Se nascemos, vivemos, amamos, odiamos e morremos deve haver uma razão maior de tudo isso?
21.   Se caminhar comigo agradeço de antemão e saiba que vou falar de tudo quanto se relaciona com a salvação eterna, da queda dos anjos; e desde Adão, passando por Noé, Abraão, Moisés, Salomão, David, os Macabeus, Jesus, Pedro, Judas Iscariotis, Herodes, Caifás, Cézar, Constantino, Carlos Magno, Antão, Bento e outros de nomeada do bem, heróis  que fizeram história, ímpios que germinaram o joio e quiseram ser outros deuses à moda de Lucifer e Pseudoxo. Estes dois últimos, um anjo decaído e outro um assumido ego, disputando que mais destruiria a ordem estabelecida nas primícias pelo Criador de bondade, fonte de justiça e sabedoria incriadas.
22.   - É, meu velho poeta, irmão caminhante deste vale de lágrimas, conheço sua intenção de mundo bom da tal certeza empírica, conheço sua liberdade poética, suas crônicas profusas, sua letras soltas, e admiro sua facilidade de lidar com as palavras, meu malabarista da augusta paulistana, mesmo assim confesso que estou literalmente no ar, entendes?
23.   – Com  certeza certa que compreendo, e por esta razão vamos prosseguir no passo cadenciado desta rima escrita ao amanhecer do ano da graça de 2015. E retorno o fio da meada sobre o personagem, objeto triste deste ensaio filosófico que me dispus a versar, não que eu goste dele, mas ele é o emblema principal da derrocada do mundo bom, o responsável por representar o anjo decaído na terra dos homens, visse!
24.   Sem pressa, mas preso ao tema digo que seu nome é Pseudoxo, ou falso dogma, ou falsa verdade e há probabilidade histórica de ter nascido por volta do ano de 1419 em Viena, às margens do Danúbio, o rio azul maravilhoso de Straus. De origem nobre, poder, fama, e dinheiro nunca lhe faltou. Descendente dos lendários fenícios, há muito sua estirpe era respeitada na Europa, há muito seu nome singrara os mares, bem antes das navegações.
25.   De porte esbelto, olhar penetrante, fala convincente, era frequentador dos cafés, e bailes na  brilhante era de ouro. Por estranho que pareça nunca se casou, vamos dizer que era celibatário convicto e cultuava a beleza de apolo, e a sensualidade perversa de Afrodite.
26.   O que importa e fez a diferença no mundo a partir daí foi que recebeu o legado da luz, e escolheu livremente trilhar nas trevas e fazer sua morada na ciência oculta das cabalas. E ter por companheira uma certa serpente, trasvestida de sabedoria, a falsa sabedoria causadora in fieri da desgraça daquele que portava a luz e conseguiu em um momento de soberba amealhar para si e seus comandados em numero avantajado de 1/3 da milícia celeste, conseguiu inexplicavelmente a danação eterna conservando sua inteligência para engendrar a perdição dos homens.
27.   Uma vez decidido o caminho pactuado entre valsas e vivas, vinhos e comensais, lampiões e passeios aquáticos, noites mal dormidas, manhãs claras de ovações o pseudo personagem celerado se retirou do convívio da sociedade e foi morar soturnamente em seu castelo com uns poucos criados fiéis e ninguém mais ouviu falar do jovem príncipe. Mas a sua trajetória iria continuar e inspirar os séculos seguintes através de seus escritos. Pseudoxo pretendeu ser um outro deus na terra dos homens, e cada dia que mirava sua face no espelho de seu aposento, um frêmito incontido de prazer perpassava todo o seu ser e sua alma antevia uma gloriosa carreira universal, nem que para tanto vendesse seu espírito ao principio do mal.
28.   Foi o que aconteceu, um homem, um gênio à frente de sua época, uma criatura dotada de percepção psicológica atilada, se tornou o pai das revoluções posteriores, de carácter mundial que iriam sacudir cada uma a seu tempo as estruturas saudáveis da bela época, que iria negar o evangelho, o fator transcendental da existência, e preparar o advento do caos total, no caso a nossa em que vivemos...
29.   Sua morte ocorreu em meados de abril do ano de 1492 em Paris, em circunstâncias desconhecidas, mas a que tudo indica aos 81 anos, já não era aquele sir com síndrome de Peter Pan, mas um ser esquálido e sem sorte que durante toda a sua vida combatera o mal combate, perdera a fé na humanidade e agora lhe aguardava a tumba fria de suas visões equivocadas.
30.   A árvore caí empurrada pelo vento forte, e o Senhor do tempo não poupa sô ninguém, cabeças coroadas, as togadas, as simples túnicas dos artesãos e não fora diferente com o Pseudoxo. Por sua vez Lúcifer não lhe deu o que prometera, o enganador riu um riso de morte, afiou a foice e exclamou nos infernos, mais um otário vai chegar no meu pedaço quente de eternidade, ah ah ah ! ! !
31.   Do alto de seu triste  prognóstico, em seu leito de morte, quase sozinho, Pseudoxo olhou para frente e viu que suas ideias teriam um longo caminho a percorrer... não voltou atrás, nem voltaria pois fora picado pela mosca invisível do orgulho de Jouda Skariotis... quis ser deus, fora um príncipe medíocre, e estava ali e tudo e todos lhe ignoravam. Mas pensou, eu me vingarei pela mão dos títeres que irão surgir... Um enigma que somente será explicado quando raiar a era do Pater, e não cabe a nós no tempo da quase total derrocada do mundo bom entender...
32.   Podemos talvez num esforço inaudito olhar para trás, retroceder cincos séculos a ampulheta do senhor tempo  e visualizar a partir dali os acontecidos sucessivos e dizer, realmente, enigmaticamente sustentado pelo espirito da contradição Pseudoxo esteve presente mais do que nossa vã ciência poderia conjecturar, e nos abismar o quanto um ser humano foi capaz de influenciar cincos séculos adiante...
33.   A figura de Pseudoxo emerge das brumas da história que se mistura nas intenções do anjo decaído, e somente uma abdução primeira poderia explicar acontecimentos tão dispares, mas que se ligam e se concatenam de uma maneira impressionante no decorrer dos mesmos séculos que nos separaram dele.
34.    Diria a meu ver que foi um pacto preternatural afim de influenciar todos os campos  da saber, da ciência, da Igreja, da sociedade, das artes e das canções, dos altares, as tribunas, o comercio, a vida sagrada do lar e nenhum palmo do planeta ficaria imune desta influência diabólica, visse!
35.   Um movimento contrário ao divino, que teve seu inicio na primeira batalha do céu, quando Miguel Arcanjo bradou: ‘Quis ut Deus?’ E todo o desenrolar na terra teria esta semente de orgulho pelo meio, para estes asseclas do mal, e a semente arcana do bem para os seguidores do Cordeiro.
36.   No entanto nesta perspectiva vale afirmar que o Criador nunca abandonou aqueles e aquelas criados à sua imagem e semelhança. O que é a história da humanidade senão uma luta constante, um sopro de bondade encaminhando o tempo e as razões, a inteligência e a vontade para a monção eterna da luz?
37.   E vamos misturando fatos, indo e voltando sem precisar méritos na versão, tão apenas anotando no papel gipseo a explicação que acredito estar vera digna com a revelação, mesmo que utilize uma linguagem complexa, a verdade não pretende se ausentar do presente diapasão.
38.   Não seria de se estranhar no burburinho geral desta era  afônica  que outros tantos saulos tivessem visões do Cordeiro e contrariassem as intenções deletérias do rumo em questão, pois o que se vê num crescente pavoroso é o esforço do tinhoso e seus asseclas para apressar a perdição eterna de muitos.
39.   Mas sobre o mundo pairam as promessas divinas, e a guardiã mantém os arcanos bem seguros e com força suficiente para renovar pelo sopro do espirito, a face da terra. Reflexionar o Criador dos átomos, das células, do visível e invisível, seria a vida perfeita, derivando a noção exata do bem querer, da prosperidade, da harmonia e da paz universal.
40.   Neste contexto talvez fosse o caso de ligar sem muita dificuldade a figura sinistra de Pseudoxo à Herodes, Judas Iscariotis, Nero e tantos outros desde a antiguidade clássica até esta era pós moderna dos nióbios quânticos.
41.   Um análise de cabeça fria poderia entrelaçar as guerras de expansão púnicas ao império romano, indo e vindo tem a construção do Templo de Salomão, a torre de Babel, o fratricídio primeiro de Abel, justo e Caim o protótipo  das injurias envolvendo os irmãos. Vamos averiguar o homem, sempre o homem querendo afirmar poder, o homem que    engendra a morte, que ambiciona deter o curso da história e vai num crescente pavoroso reduzindo tudo às cinzas de seu egoísmo doentio.
42.   Santo Agostinho, o gênio de Cartago que o diga, e foi ele mesmo que viu na orla dos bárbaros adentrando qual nuvem de poeira cósmica no império romano, o começo da idealização prática  da civilização que culminaria na Idade Media. Quando os homens se resolvem pelo mundo bom maravilhas afloram no planeta, quando elegem a maldade para sua mestra, as trevas cobrem seu tempo e haverá necessidade de um sopro novo para exorcizar os mal feitos e auferir depois a renovação anímico empírica.
43.   A audácia do corso Napoleão, a queda da bastilha, Robespierre, Danton, Lenin, o livre exame de Lutero, Caligula, Hitler,  o que foram senão ações e pensamentos para contrariar a ordem divina na terra? A 1ª e 2ª grandes guerras o que foram também um esforço de forças estranhas no sentido de desunir a Europa dita medieval e cristã?
44.   ‘E nos dias que correm céleres para o abismo, mesmo o mais atilado estadista, o pensador mais abalizado, o gênio da inteligência quântica mais impar, mesmo o colosso maior da comunicação em tempo real,  se não tiver na cabeça esta sinopse vai com certeza patinar no gelo de suas reflexões e não fundamentar historicamente o caos universal que ensaia sua escatalogia derradeira fragmentando que está a 3ª guerra mundial?
45.   Mesmo o 11 de setembro, a derrocada do muro de Berlim, a atual onda de terrorismo na França, não são e nunca serão fatos isolados, apesar de sazonais vão influenciar sim nos rumos adiante, no viés anímico tonal sem precedentes e no grande enfrentamento que trará em espaço curto de tempo o fim de uma era de falsa aparência para ver nascer uma outra totalmente focada no bem comum maior.
46.   Como isso se sucederá, não cabe a mim esclarecer o sucedâneo, ficará a cargo do vento impetuoso formar as nuvens diluvianas, quiçá sine acquianas, o fato que virá a monção correta e na hora certa vai deixar os figurões em voga de boca aberta e frustrados em suas mandanças desarrazoadas, ah ah ah ! ! !
47.   Como havia dito anteriormente sei que outros saulos contemporâneos estão tendo visões, que somadas à outras e outras mais antigas redesenharão a alma anímica do mundo no formato certo, aquele do ser em contraposição direta ao ter em voga.
48.   Aquele que deveria ser e não o foi inteiramente segundo os desígnios do altíssimo Senhor da vida, do tempo e da morte. A nova era, o novo tudo não carecerá da luz de neon, dos selfies da comunicação, dos WhatsApps,  da precificação da politica da ‘desação’ pois, impulsionado pelos ventos arcanos fará acontecer o raiar total do Sol de Justiça.
49.   Ao deter em uma análise imparcial das eras históricas você verá que ambições desmedidas, mandos, ódios gratuitos, negações, afirmações errôneas, utopias tiveram um papel comum na contraposição a realidade transcendental da humanidade. Seria uma revolta coletiva das criaturas versus Criador. Em última análise uma rejeição a Jesus Cristo, salvador humanado por causa dos homens.
50.   Um golpe na face de Deus que tem se repetido ao longo da história pelas criaturas contingentes que por mais que queiram não conseguem prolongar sua misera existência nem um átimo de tempo sequer.
51.   Enquanto no ciclo da vida no planeta uns envelhecem em seus erros crassos, outros os santos se elevam acima se sua natureza falha e demonstram em atos sua fé no Cordeiro e nas verdades perenes da religião. Enquanto uns seguem o caminho, outros se enveredam instintivamente em paixões absurdas, em orgulho e sensualidade de arrepiar a natureza.
52.   Infâmias, ceticismos, hedonismos, o que são senão uma forma perversa de dizer não à obra perfeita da criação? Ah! Na nossa loucura esquecemos as vezes que o raciocínio nosso  ‘brilhante’, nossa posição social de prestigio, nossas posses e considerações que amealhamos, são propriedades exclusivas do nosso infinito particular, ah ah ah !!!
53.   Ledo engano, o sopro de vida que ufanamos, e todas as nossa características físicas e psicológicas e toponímicas advém do Eterno Ser de bondade que poucos conhecem mas cuja a gloria a natureza canta e canta forte toda a manhã que amanhece, e toda a noite que anoitece nos hemisférios, paralelos e antípodas do universo.
54.   Ah! A tão erudita ciência da informação em tempo real, que se serve dos neutrinos quânticos provém de uma força misteriosa ou toponoetós que rotoriza esse mesmo universo e direciona o espaço sideral a mil anos sem cessar. A terra inserida nesta realidade cósmica ainda engatinha em relação ao que se passa fora dela e poderia estar mais desenvolvida se entendesse este crescimento tonal.
55.    O escopo final deste texto em voga seria proporcionar a você um ponto de reflexão empírica, que conduziria eu e você a uma interação fenomenológica. E juntos poderíamos ajuntar os elos perdidos desta corrente esparsa. Mesmo que para isso fosse preciso remontar à era genesiana dos tempos bíblicos e a partir deste ponto elucidar o raciocínio que hora apresentamos, que tal?
56.   Seria esplendido uma viagem aficionada ao tumulo dos faraós do Egito, descansar um pouco às margens  do  lendário  Nilo em companhia de José, depois percorrer a Babilônia de Nabucodonosor, ou a Pérsia de Dario, a Roma altiva dos elmos, e celebrar as conquista de Alexandre Magno, avistar os bárbaros adentrando na Europa e África bendita, saudados por Agostinho de Hipona.
57.   Veríamos sempre o homem, suas conquistas eivadas de contradições, seu mando, sua perversa tendência de escravizar tudo e todos e sua soberba em querer ser deus na terra dos homens, sua fragilidade, seu frio, langor e morte sempre.
58.   Veríamos na sequencia a construção da Idade Media encostando na virada do primeiro milênio da era cristã, o doce evangelho e sua filosofia de amor, paz e harmonia entre o espirito e matéria influenciando o erguimento dos reinos e estados, veríamos as cruzadas e o desejo de espalhar a fé do Nazareno, depois o renascimento pagão influenciado pelo peregrino da maldade, Pseudoxo. No caminho as navegações, o livre exame de Lutero, a Europa fragmentada, eivada de ceticismo, iluminismo, depois a sacada industrial, a nova escravização, o dinheiro como moeda de troca, e uma enxurrada de fatos, traições, revoluções bafejadas pelo anjo decaído.
59.   Esbarrando no século XX as teorias de Karl Marx, a derrocada do Tzar na Rússia, os 2 grandes conflitos mundiais, a guerra fria,  a afirmação da democracia americana, a queda do muro de Berlim, a conquista espacial; até de volta tocar nas fímbrias da roupagem dita pós moderna, selfiana, pragmática, ou a era de precificação absurda de nossos dias.
60.   Quando após esta viagem sinóptica vemos que o planeta desenhou um quadro adverso em seus contornos, borrado na pintura de tintas fortes, e aloucada na concepção  de seus pseudos artistas, condutores de seu rumo. Ajuntando tudo o que passou o cenário hoje no momento que anoto estas linhas no papel gipseo vemos uma espécie de UfC universal sem regras definidas, sem tempo de acontecer, acontecendo cada disparidade na velocidade dos bytes soberanos que muitos se perguntam será a escatologia final da humanidade?
61.   A ficção do poder atropela a vida real, as desfaçatezes espremem os povos, o bom senso tornou-se artigo raro, e o caldeirão da intolerância aquenta o fogão em polvorosa crescente. Inocentes pagam um alto preço, e não aparece estadista para colocar ordem na casa, os acontecimentos se atropelam causando vertigem por toda a parte.
62.   O extremismo religioso se acentuou ontem  na França, sitiada na bastilha de suas caricaturas sem nexo e despropositadas em nome da liberdade de expressão. Anteontem a Criméia foi anexada, a primavera árabe é fato preponderante, o Estado Islâmico lança seus tentáculos em nome de Alá, o 11 de setembro ceifou vidas num absurdo paroxismo, os EUA se aproximam de Cuba, e o que mais?
63.   Ah! a imprensa dita livre quantas arbitrariedades comete em nome desta mesma liberdade, Porque, para quê? Se a panela já está lá para mais de quente. Não é de hoje que a Igreja Católica sofre as bofetadas dos seus Joudas Iskariotis, infiltrados em sua instituição milenária, que   de fora seus inimigos sem tréguas a atacam constantemente.
64.   Não é segredo para ninguém que o intuito de Lúcifer traz presente a eterna rixa entre ele e o criador, entre a serpente e a virgem, e a queda de braço se acentua tanto mais quando a era do Pater se aproxima trazida pelos ventos impetuosos e suaves das asas arcanas.
65.   O papel e a caneta me chamam e estou disposto a prosseguir anotando consigo o que vem na mente o que aperta o coração, e o que acho que o Mestre Jesus me inspira no repente desta proposição. Uma função que não se encolhe mas me envolve sem tempo e lugar, as vezes no vagar da madrugada, nos dias apressados da grande metrópole paulistana, palco de feitos heroicos, sem falar dos contrastes em dó maior.
66.   E no vagar conceitual  e na correria tonal vamo que vamo batendo na bigorna até ver surgir a melodia empírica protendida, mesmo que para isso tenha que esgrimir com as letras soltas, mesmo que para tanto tenha que soletrar rimas sem cessar, e tenha apenas um leitor interessado, hein Math querida e intuitiva irmã!
67.   Aliás, só para distender um pouco a pressão e alongar a questão enunciada, na verdade não me vejo de outro jeito, não invejo outros conceitos, nem quero outros preceitos, e de quebra não tempero caldo quente em cozinha que não é da gente. Café à vácuo não gosto, troço de cidade grande, me levanto em transe, me espanto com tanto trânsito. Queria mesmo que esta esforçada população conhecesse o que tenho a dizer na convicção que virá o mundo bom aquele das certezas de Deus e a terra vai respirar aliviada, ‘algum tempo de paz’ como anunciou em 1917, a rosa mística de Fátima e mãe dos Homens, a sempre Virgem Maria!
68.   E em pensar que um dia Pseudoxo viu seu tempo de uma forma clarividente, viu o passar dos séculos num flash incomum, no entanto em contraposição a sua alma carregava consigo uma possessão estranha de poder. Sei que estudara afinco os astros bem antes de Klepper e Galileu, imiscuíra-se  em adivinhações, e chamara a si vocação de decifrar o futuro. Sentia-se um deus do olimpo grego, um ser acima de sua condição mortal e efêmera.
69.   Sem saber ou não uma determinada criatura malévola incitara nele sortilégios e uma canção maviosa soprara constantemente em seus ouvidos uma nota de diferente diapasão... Era Lúcifer, aquele anjo decaído que um dia teve a ventura de conduzir a luz na visão beatífica e não cessaria de atormentar a raça humana até a consumação do dia fatal.
70.   O crápula, anjo  da mentira, pai da impiedade sabe melhor que ninguém incutir o mal nos corações de carne, sabe jogar com as paixões e sempre usa seu argumento falido: ‘eris sicut diis’ Esta fórmula perversa de orgulho abduziu Pseudoxo e abduzirá muita gente ao longo da historia terrena com maior ou menor intensidade.  A mesma fórmula que seduziu nossos primeiros pais no paraiso se repetirá trocentas vezes. ‘ O scientes bonum et malum’, se tornará ao longa da trajetória dos séculos o carro chefe para a perdição de muitos.
71.   Foi assim com Caim, o proto fratricida, na época de Noé, na era pós diluviana, na torre de Babel, na construção do templo salomônico, no período messiânico, culminando com o deicídio na cruz. E daí por diante sempre vamos encontrar a mão do tinhoso azedando a massa, corrompendo o vinho, obscurecendo o ouro.
72.   -Ai, poeta que texto maçudo é esse? Que intricada questão aborda, você não tinha algo mais lírico a propor nesta ficção? – Bem, hein! Vai chegar o momento empírico que tudo vai se esclarecer e todos vão cair na real realidade da concepção da verdadeira vida, alhures acontecerá. E seria bom saber para não desesperar quando a chapa esquentar.
73.   Hoje a comunicação tornou-se instantânea e artificial, tem-se pressa, uma pressa infundada que poderá levar a loucura muita gente desavisada, poderá vir crises existências tremendas, tendências de alienação. Dai a necessidade de inflexionar a situação e levar a vida às margens da tecnologia, ponderar o espírito e enxergar com  os olhos da alma, e na calma acalentar com o irmão o mundo bom.
74.   Voltando ao peregrino da maldade, percebi que uma espécie de estupor lânguido tomara todo o seu ser, e que o anoitecer de sua vida batia à sua porta. A comitiva infernal já estava a caminho e sua travessia seria terrível . Ele naquela tarde de inverno revirou em sua enxerga e pareceu ter esboçado algo em torno de: ‘escucho dentro de mi casa...’ algo símile perpassou seu espirito:’ scientes bonum er malum’, ah! A ciência do bem e do mal...
75.   Então rememorou sua existência que findava naquele dia e viu no espelho de sua consciência  quando exatamente a maldade começou a peregrinar em seu coração, e ele dispôs-se a conspirar contra tudo que lembrava o Divino Pai, o Espirito Paraclito e o Filho amado chamado Jesus Cristo, ele soube exatamente quando fechou sua alma para o belo, o pulcro.
76.   Viu aquele dia às margens do Danúbio Azul quando se olhou no reflexo cristalino de suas águas e num êxtase viu sua face iluminada e quis ser um outro deus na terra dos homens. O fluxo do mal então percorreu todas as suas veias, abismou-se em seu orgulho, seduziu sua geração e plantou as sementes da desagregação anímica posterior na ânsia frustra de ser outro deus! Tanto será realidade quanto nos aproximamos da curva conceitual quando o Ocidente se pulveriza em desações e o Oriente se capacita material e espiritualmente  para o embate...
77.   Pseudoxo, encarnou a maldade e se tornou o paradigma de todos os pseudos que viriam ao longo da história... Que seriam neutralizados com o surgimento da Era do Pater, aquela preconizada um dia claro de primavera às margens do mar da Galiléia na oração perfeita ensinada pelo próprio Cristo Senhor: ‘ Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o seu nome, venha nós o seu reino e seja feita a sua vontade assim na terra como nos céus.’
78.   Dia virá em que aqueles  aficionados ao mundo bom das certezas empíricas verão surgir na curva da história o mestre dos mestres e haverá ‘um só rebanho e um só pastor.’
79.   Dá-se por finita a argumentação, resta ao juízo inexorável de Deus o prosseguimento da história. A derrota de Pseudoxo se concretizou, e seus seguidores um a um, dois a dois, mil a mil foram caindo ao longo do caminho, e de nada adiantara sua utopia, sua entrega ao mal, pois uma força misteriosa que detém a ciência, o tempo, a bondade, a justiça em suas mãos prevalecera.
80.   Computadas as eras que nos antecederam, fica a lição que ‘ Dios non muere’ mesmo que pareça adormecido, a qualquer hora começará um movimento inusitado para soprar a brasa do coração e fará surgir do nada, leia-se do tudo uma nova terra clareada pelo espirito, sombreada pela rosa mística de eleição, e os contornos empíricos do planeta serão totalmente restaurados, e revigorados em suas veredas perenes.
81.   Uma era de inspiração anímica, de paz, harmonia entre espirito e matéria aparecerá no horizonte da raça humana, a erguerá do abismo em que se encontra para a claridade diáfana do Cordeiro. ‘ Não há poder maior no mundo que o do tempo, tudo sujeita, tudo muda, tudo acaba!’ E tudo recomeça e se renova! O peregrino da maldade desceu à tumba fria de sua empáfia, de nada valeu sua entrega ao   principio do mal... O tempo, ora o tempo vai abrir novas possibilidades, vai punir os maus, acorrentar o anjo decaído, deletar o lixo, depois, logo depois vai reconfigurar o sistema e por fim reiniciar a história.  Ainda que mal pergunte: ao certo o sol não se põe no ocaso?
82.   O ciclo da história está se fechando assim como   foi finito o 4 célebres impérios da Antiguidade: assírio, persa, grego e romano. Assim como dois mil anos se passaram da morte e ressurreição de Jesus Cristo, a ampulheta zerou várias vezes, a humanidade quase se dizimou com a invenção da bomba atômica.
83.   A hegemonia futura não caberá a esta ou aquela nação mas ao fator coletivo universal chamado bem comum maior. Aquele que um Deus humanado do alto do gólgota disse: ‘ Quando eu for levantado, atrairei a mim todas as coisas’... todos os povos, todas as nações e não ficará um palmo de terra sem que a luz do Cordeiro tenha iluminado!
84.   Será o alvorecer empírico sem precedentes, comparável somente àquele do primeiro natal, quando miríades de anjos encheram os arredores de Belém com uma melodia suave anunciando a derrota do mal, e o começo de uma era de paz para os bons. ‘ Gloria a Deus no mais alto céus e paz na terra aos homens de boa vontade!’
85.   Para além, muito além da tremenda depressão hodierna estão a caminho, sopradas por asas arcanas, ideias novas, pessoas de valor, empreendimentos empíricos de grande monta para o bem do povo e a felicidade do tempo anímico, no mínimo bem diferente desta era de desastres que convencionou-se chamar: consumismo ou do ego em ebulição, ou da malfadada 'obsolescência  programada'.
Helder Tadeu Chaia Alvim
São Paulo, 13/01/2015