O peregrino da maldade
1.
Inspirar-se, antes de expirar a validade do
planeta em que habitamos e convencionou-se chamar Terra dos Homens. Uma boa
pedida, pois dela retiramos o sustento, enxergamos as manhãs alvissareiras de
nossa juventude, brincamos um tanto, choramos outro, crescemos, nos
apaixonamos, nos decepcionamos e mesmo assim amamos a vida ao nosso redor, e
mais que isso recordamos da infância, do chamego de nossa mãe, do carinho dos
irmãos.
2.
Quantas preocupações, rodeadas de senões ao
longo da existência, que somadas à outras e outras derivaram no coletivo
absurdo do caos atual. Faltou pouco, sobrou muito, para o fim e recomeço, tudo
junto e misturado joio e trigo.
3.
Matutei um tanto e cheguei a um tratado de
observações que partilho consigo na interação própria de nossas ações de mundo
bom, ideal na mente de Deus, ausente da cozinha doméstica de cada povo
espalhado nos quatro continentes.
4.
E vi que em um determinado tempo da história, em
algum lugar distante, alguém falhou feio com Deus, alguém que tinha um dom
colossal de deter a alma do mundo em suas mãos. Alguém que como que possuísse o cordel do destino, e claudicou mesmo.
5.
O tema que trato é forte e desconhecido, por
isso mesmo pertence a suposição, e não pretende contrariar a revelação, ou os
dogmas da religião. Me desfaço dele sem apego tão logo alguma autoridade
teológica sinalize divergências com a
posição da Igreja ou cânones da exegese em questão.
6.
Então
continuo inveterado na visão que outro dia vislumbrei e prossigo imaginando ser
o acontecido em uma manhã de primavera no hemisfério norte, um pouco antes do
Brasil ser encontrado pelos portugueses, dado que foi pelo impulso destemido em
Sagres de um certo d. Afonso Henriques, de visão larga e decisão forte,
desbravou em cascas de nozes o novo mundo.
7.
Em contraposição ao velho continente que
deserdara da fé, que elegera o livre exame das escrituras, que escolhera outro
caminho diferente do sentir medieval, que esboçara uma atitude coletiva de
cunho revolucionário; Deus como que olhara a deserção pavorosa da Igreja e suscitara
nos corações lhanos uma outra empostação
de alma, capaz de afirmações e ações imbatíveis.
8.
Do cerco de Pamplona, na Espanha surgiu um
Ignácio de Loyola, seguido de perto por Francisco Xavier, Ignácio de Azevedo,
José de Anchieta, e um rol de Jesuítas , heróis, santos e invencíveis no que tangia a ascese cristã,
aos dogmas, e ao apostolado profícuo. As Índias, Japão, América Latina seriam
pequenas para o seu zelo ardente, como constata a história universal. Período
este intitulado da contra reforma, que se colocou nas antípodas do monge
Martinho Lutero, recém apartado da grei
de Cristo por suas teses embrionárias.
9.
Então o
pseudo protagonista ou peregrino da maldade soltou um uivo de raiva incontida,
pesou a situação e se retirou do cenário por um tempo, o tempo suficiente para
alimar seus raciocínios, consultar seu mantenedor e articular a conspiração.
10.
Cansado que estava da sacralidade das catedrais,
das conversas amenas ao pé da lareira, das rodas dos intelectuais se retirou
para a planície próximo à Marselha e
reflexionou bastante, e um frêmito de ódio se assomou ao seu semblante
taciturno...
11.
Ele possuía sem dúvida inteligência rara, dons
excepcionais, porte esbelto de um lorde, raciocínio rápido e sintético ao mesmo
tempo uma capacidade de abstração fabulosa. Esse alguém príncipe ou plebeu,
cientista ou clérigo teve a primeira visão do mundo bom, e negou suas
aplicações práticas, e suas certezas empíricas de outrora transmutaram em
negações, e bafejado por seu mentor aquiesceu no pecado e desenvolveu teses e
paradigmas que guiaram a opinião dos séculos a seguir, todas elas contrárias
aos planos do Altíssimo Senhor, obviamente.
12.
Ademais, frequentara mosteiros, universidades, a
alta roda dos iluministas, se posso chamar assim, então cercado de um vasto
conhecimento científico, cultivava a fina maneira de um patrício romano, a
rudeza de um beneditino, a verve de um diplomata,
E dominava qual
ninguém os segredos da arcanologia, suas abrangências filosóficas, enxergava muito além de seu
tempo.
13.
Então assoberbado em sua empáfia de sábio, em
sua lógica falha, esboçou um não universal, contundente e categórico contra
tudo o que era divino. Queria inverter se possível fora a lei natural e o
equilíbrio da criação.
14.
Enquanto isso fatos históricos se sucediam na velocidade
das navegações, e mesmo antes dos e-mails, os pombos correios iam e vinham num
frenético voo, trazendo e levando messages, insuflando insatisfação social,
arregimentando mentes pensantes em prol de seu fim. O ‘ sicut eris diis’,
parecia aflorar constantemente em seus lábios, e entre uma e outra baforada de
fino fumo ria um riso maldito...
15.
Dois séculos depois no novo mundo em seu prólogo
Pe. Vieira definiria algo que talvez o peregrino da maldade em sua ciência vã
de conhecimento ignorara completamente que ‘ não há poder maior no mundo que o tempo, tudo
sujeita, tudo muda, tudo acaba’. Ainda
bem, pois analisando as eras que nos precederam vimos que muita coisa saiu do
controle proposto do arguto Pseudoxo. Aqui e acolá surgiram outras mentes raras
da ciência, da Igreja, da política que quase fizeram ruir seus planos de caos
total.
16.
Mas o livre arbítrio seguiu seu rumo, engendrou
guerras, filosofias sofistas que descambaram neste estado de coisas adversas
que nos encontramos, e só uma intervenção direta de Deus na história poderá
reverter o quadro e implantar a doce primavera da fé e da ciência exata, da
sustentabilidade, do verdadeiro progresso e do equilíbrio tonal entre matéria e
espírito.
17.
Uma enorme chave de boca 9/16 de carácter
universal se instalou no âmago do ser humano, destilou paixões, egoísmos, obnubilou brios, abafou
anseios de mundo bom, e abriu de par em par a porta da humanidade para o
consumo voraz de bens perecíveis com a finalidade de desviar sua atenção de seu
fim último ou seja o reino do outro mundo aquele que o Nazareno conquistou no
gólgota salvífico há exatos dois milênios.
18.
- Mas,
poeta da imaginação fértil, estou
curioso, que homem é esse? Poderia precisar a data de seu nascimento, a sua
genealogia, etc e tal? E também diga-me se se
trata de realidade ou ficção este texto que hora me oferece denso e
substancioso, temo ter indigestão somática pois vejo que vai se estender
indefinidamente, ah, ah, ah !
19.
- Anh! Entendo sua preocupação vamos dizer que
misturo num mix, e já já vou satisfazer sua fome de letras, meu irmão que
considero mentor e causador desta evolução simétrica, que convencionou-se
chamar 365 dias de poemas empíricos.
20.
Varias
etapas da história humana, da criação divina se cruzam e se interpelam buscando
a razão de tanta balburdia no planeta, tanta fé, tanta oração, tanta
desesperação que há mister de uma sinopses para não fundir a cuca ou‘passar
pela vida com a sensação que não viveu’, que se tornou uma espécie encrencada
de'espectro', que sequer contemplou um por de sol, que sequer dobrou os joelhos
e olhou para o infinito do céu e se perguntou o que estou fazendo aqui, o que
fazemos? Se nascemos, vivemos, amamos,
odiamos e morremos deve haver uma razão maior de tudo isso?
21.
Se caminhar comigo agradeço de antemão e saiba
que vou falar de tudo quanto se relaciona com a salvação eterna, da queda dos
anjos; e desde Adão, passando por Noé, Abraão, Moisés, Salomão, David, os
Macabeus, Jesus, Pedro, Judas Iscariotis, Herodes, Caifás, Cézar, Constantino,
Carlos Magno, Antão, Bento e outros de nomeada do bem, heróis que fizeram história, ímpios que germinaram o
joio e quiseram ser outros deuses à moda de Lucifer e Pseudoxo. Estes dois
últimos, um anjo decaído e outro um assumido ego, disputando que mais
destruiria a ordem estabelecida nas primícias pelo Criador de bondade, fonte de
justiça e sabedoria incriadas.
22.
- É, meu velho poeta, irmão caminhante deste
vale de lágrimas, conheço sua intenção de mundo bom da tal certeza empírica,
conheço sua liberdade poética, suas crônicas profusas, sua letras soltas, e
admiro sua facilidade de lidar com as palavras, meu malabarista da augusta
paulistana, mesmo assim confesso que estou literalmente no ar, entendes?
23.
– Com
certeza certa que compreendo, e por esta razão vamos prosseguir no passo
cadenciado desta rima escrita ao amanhecer do ano da graça de 2015. E retorno o
fio da meada sobre o personagem, objeto triste deste ensaio filosófico que me
dispus a versar, não que eu goste dele, mas ele é o emblema principal da
derrocada do mundo bom, o responsável por representar o anjo decaído na terra
dos homens, visse!
24.
Sem pressa, mas preso ao tema digo que seu nome
é Pseudoxo, ou falso dogma, ou falsa verdade e há probabilidade histórica de
ter nascido por volta do ano de 1419 em Viena, às margens do Danúbio, o rio
azul maravilhoso de Straus. De origem nobre, poder, fama, e dinheiro nunca lhe
faltou. Descendente dos lendários fenícios, há muito sua estirpe era respeitada
na Europa, há muito seu nome singrara os mares, bem antes das navegações.
25.
De porte esbelto, olhar penetrante, fala
convincente, era frequentador dos cafés, e bailes na brilhante era de ouro. Por estranho que pareça
nunca se casou, vamos dizer que era celibatário convicto e cultuava a beleza de
apolo, e a sensualidade perversa de Afrodite.
26.
O que importa e fez a diferença no mundo a
partir daí foi que recebeu o legado da luz, e escolheu livremente trilhar nas
trevas e fazer sua morada na ciência oculta das cabalas. E ter por companheira
uma certa serpente, trasvestida de sabedoria, a falsa sabedoria causadora in
fieri da desgraça daquele que portava a luz e conseguiu em um momento de
soberba amealhar para si e seus comandados em numero avantajado de 1/3 da
milícia celeste, conseguiu inexplicavelmente a danação eterna conservando sua
inteligência para engendrar a perdição dos homens.
27.
Uma vez decidido o caminho pactuado entre valsas
e vivas, vinhos e comensais, lampiões e passeios aquáticos, noites mal
dormidas, manhãs claras de ovações o pseudo personagem celerado se retirou do convívio
da sociedade e foi morar soturnamente em seu castelo com uns poucos criados
fiéis e ninguém mais ouviu falar do jovem príncipe. Mas a sua trajetória iria
continuar e inspirar os séculos seguintes através de seus escritos. Pseudoxo
pretendeu ser um outro deus na terra dos homens, e cada dia que mirava sua face
no espelho de seu aposento, um frêmito incontido de prazer perpassava todo o
seu ser e sua alma antevia uma gloriosa carreira universal, nem que para tanto
vendesse seu espírito ao principio do mal.
28.
Foi o que aconteceu, um homem, um gênio à frente
de sua época, uma criatura dotada de percepção psicológica atilada, se tornou o
pai das revoluções posteriores, de carácter mundial que iriam sacudir cada uma
a seu tempo as estruturas saudáveis da bela época, que iria negar o evangelho, o
fator transcendental da existência, e preparar o advento do caos total, no caso
a nossa em que vivemos...
29.
Sua morte ocorreu em meados de abril do ano de
1492 em Paris, em circunstâncias desconhecidas, mas a que tudo indica aos 81
anos, já não era aquele sir com síndrome de Peter Pan, mas um ser esquálido e
sem sorte que durante toda a sua vida combatera o mal combate, perdera a fé na
humanidade e agora lhe aguardava a tumba fria de suas visões equivocadas.
30.
A árvore caí empurrada pelo vento forte, e o Senhor
do tempo não poupa sô ninguém, cabeças coroadas, as togadas, as simples túnicas
dos artesãos e não fora diferente com o Pseudoxo. Por sua vez Lúcifer não lhe
deu o que prometera, o enganador riu um riso de morte, afiou a foice e exclamou
nos infernos, mais um otário vai chegar no meu pedaço quente de eternidade, ah
ah ah ! ! !
31.
Do alto de seu triste prognóstico, em seu leito de morte, quase
sozinho, Pseudoxo olhou para frente e viu que suas ideias teriam um longo caminho
a percorrer... não voltou atrás, nem voltaria pois fora picado pela mosca
invisível do orgulho de Jouda Skariotis... quis ser deus, fora um príncipe
medíocre, e estava ali e tudo e todos lhe ignoravam. Mas pensou, eu me vingarei
pela mão dos títeres que irão surgir... Um enigma que somente será explicado
quando raiar a era do Pater, e não cabe a nós no tempo da quase total derrocada
do mundo bom entender...
32.
Podemos talvez num esforço inaudito olhar para
trás, retroceder cincos séculos a ampulheta do senhor tempo e visualizar a partir dali os acontecidos
sucessivos e dizer, realmente, enigmaticamente sustentado pelo espirito da
contradição Pseudoxo esteve presente mais do que nossa vã ciência poderia
conjecturar, e nos abismar o quanto um ser humano foi capaz de influenciar cincos
séculos adiante...
33.
A figura de Pseudoxo emerge das brumas da
história que se mistura nas intenções do anjo decaído, e somente uma abdução
primeira poderia explicar acontecimentos tão dispares, mas que se ligam e se
concatenam de uma maneira impressionante no decorrer dos mesmos séculos que nos
separaram dele.
34.
Diria a
meu ver que foi um pacto preternatural afim de influenciar todos os campos da saber, da ciência, da Igreja, da
sociedade, das artes e das canções, dos altares, as tribunas, o comercio, a
vida sagrada do lar e nenhum palmo do planeta ficaria imune desta influência
diabólica, visse!
35.
Um movimento contrário ao divino, que teve seu
inicio na primeira batalha do céu, quando Miguel Arcanjo bradou: ‘Quis ut
Deus?’ E todo o desenrolar na terra teria esta semente de orgulho pelo meio,
para estes asseclas do mal, e a semente arcana do bem para os seguidores do Cordeiro.
36.
No entanto nesta perspectiva vale afirmar que o
Criador nunca abandonou aqueles e aquelas criados à sua imagem e semelhança. O
que é a história da humanidade senão uma luta constante, um sopro de bondade
encaminhando o tempo e as razões, a inteligência e a vontade para a monção
eterna da luz?
37.
E vamos misturando fatos, indo e voltando sem
precisar méritos na versão, tão apenas anotando no papel gipseo a explicação
que acredito estar vera digna com a
revelação, mesmo que utilize uma linguagem complexa, a verdade não pretende se
ausentar do presente diapasão.
38.
Não seria de se estranhar no burburinho geral
desta era afônica que outros tantos saulos tivessem visões do
Cordeiro e contrariassem as intenções deletérias do rumo em questão, pois o que
se vê num crescente pavoroso é o esforço do tinhoso e seus asseclas para
apressar a perdição eterna de muitos.
39.
Mas sobre o mundo pairam as promessas divinas, e
a guardiã mantém os arcanos bem seguros e com força suficiente para renovar
pelo sopro do espirito, a face da terra. Reflexionar o Criador dos átomos, das
células, do visível e invisível, seria a vida perfeita, derivando a noção exata
do bem querer, da prosperidade, da harmonia e da paz universal.
40.
Neste contexto talvez fosse o caso de ligar sem
muita dificuldade a figura sinistra de Pseudoxo à Herodes, Judas Iscariotis,
Nero e tantos outros desde a antiguidade clássica até esta era pós moderna dos
nióbios quânticos.
41.
Um análise de cabeça fria poderia entrelaçar as
guerras de expansão púnicas ao império romano, indo e vindo tem a construção do
Templo de Salomão, a torre de Babel, o fratricídio primeiro de Abel, justo e
Caim o protótipo das injurias envolvendo
os irmãos. Vamos averiguar o homem, sempre o homem querendo afirmar poder, o
homem que engendra a morte, que
ambiciona deter o curso da história e vai num crescente pavoroso reduzindo tudo
às cinzas de seu egoísmo doentio.
42.
Santo Agostinho, o gênio de Cartago que o diga,
e foi ele mesmo que viu na orla dos bárbaros adentrando qual nuvem de poeira
cósmica no império romano, o começo da idealização prática da civilização que culminaria na Idade Media.
Quando os homens se resolvem pelo mundo bom maravilhas afloram no planeta,
quando elegem a maldade para sua mestra, as trevas cobrem seu tempo e haverá
necessidade de um sopro novo para exorcizar os mal feitos e auferir depois a
renovação anímico empírica.
43.
A audácia do corso Napoleão, a queda da
bastilha, Robespierre, Danton, Lenin, o livre exame de Lutero, Caligula,
Hitler, o que foram senão ações e
pensamentos para contrariar a ordem divina na terra? A 1ª e 2ª grandes guerras
o que foram também um esforço de forças estranhas no sentido de desunir a
Europa dita medieval e cristã?
44.
‘E nos dias que correm céleres para o abismo,
mesmo o mais atilado estadista, o pensador mais abalizado, o gênio da
inteligência quântica mais impar, mesmo o colosso maior da comunicação em tempo
real, se não tiver na cabeça esta
sinopse vai com certeza patinar no gelo de suas reflexões e não fundamentar
historicamente o caos universal que ensaia sua escatalogia derradeira
fragmentando que está a 3ª guerra mundial?
45.
Mesmo o 11 de setembro, a derrocada do muro de
Berlim, a atual onda de terrorismo na França, não são e nunca serão fatos
isolados, apesar de sazonais vão influenciar sim nos rumos adiante, no viés
anímico tonal sem precedentes e no grande enfrentamento que trará em espaço
curto de tempo o fim de uma era de falsa aparência para ver nascer uma outra
totalmente focada no bem comum maior.
46.
Como isso se sucederá, não cabe a mim esclarecer
o sucedâneo, ficará a cargo do vento impetuoso formar as nuvens diluvianas,
quiçá sine acquianas, o fato que virá a monção correta e na hora certa vai
deixar os figurões em voga de boca aberta e frustrados em suas mandanças
desarrazoadas, ah ah ah ! ! !
47.
Como havia dito anteriormente sei que outros
saulos contemporâneos estão tendo visões, que somadas à outras e outras mais
antigas redesenharão a alma anímica do mundo no formato certo, aquele do ser em
contraposição direta ao ter em voga.
48.
Aquele que deveria ser e não o foi inteiramente
segundo os desígnios do altíssimo Senhor da vida, do tempo e da morte. A nova
era, o novo tudo não carecerá da luz de neon, dos selfies da comunicação, dos WhatsApps,
da precificação da politica da ‘desação’
pois, impulsionado pelos ventos arcanos fará acontecer o raiar total do Sol de
Justiça.
49.
Ao deter em uma análise imparcial das eras
históricas você verá que ambições desmedidas, mandos, ódios gratuitos,
negações, afirmações errôneas, utopias tiveram um papel comum na contraposição
a realidade transcendental da humanidade. Seria uma revolta coletiva das
criaturas versus Criador. Em última análise uma rejeição a Jesus Cristo, salvador
humanado por causa dos homens.
50.
Um golpe na face de Deus que tem se repetido ao
longo da história pelas criaturas contingentes que por mais que queiram não
conseguem prolongar sua misera existência nem um átimo de tempo sequer.
51.
Enquanto no ciclo da vida no planeta uns
envelhecem em seus erros crassos, outros os santos se elevam acima se sua
natureza falha e demonstram em atos sua fé no Cordeiro e nas verdades perenes
da religião. Enquanto uns seguem o caminho, outros se enveredam instintivamente
em paixões absurdas, em orgulho e sensualidade de arrepiar a natureza.
52.
Infâmias, ceticismos, hedonismos, o que são
senão uma forma perversa de dizer não à obra perfeita da criação? Ah! Na nossa
loucura esquecemos as vezes que o raciocínio nosso ‘brilhante’, nossa posição social de
prestigio, nossas posses e considerações que amealhamos, são propriedades
exclusivas do nosso infinito particular, ah ah ah !!!
53.
Ledo engano, o sopro de vida que ufanamos, e
todas as nossa características físicas e psicológicas e toponímicas advém do
Eterno Ser de bondade que poucos conhecem mas cuja a gloria a natureza canta e
canta forte toda a manhã que amanhece, e toda a noite que anoitece nos
hemisférios, paralelos e antípodas do universo.
54.
Ah! A tão erudita ciência da informação em tempo
real, que se serve dos neutrinos quânticos provém de uma força misteriosa ou
toponoetós que rotoriza esse mesmo universo e direciona o espaço sideral a mil
anos sem cessar. A terra inserida nesta realidade cósmica ainda engatinha em
relação ao que se passa fora dela e poderia estar mais desenvolvida se
entendesse este crescimento tonal.
55.
O escopo
final deste texto em voga seria proporcionar a você um ponto de reflexão
empírica, que conduziria eu e você a uma interação fenomenológica. E juntos
poderíamos ajuntar os elos perdidos desta corrente esparsa. Mesmo que para isso
fosse preciso remontar à era genesiana dos tempos bíblicos e a partir deste
ponto elucidar o raciocínio que hora apresentamos, que tal?
56.
Seria esplendido uma viagem aficionada ao tumulo
dos faraós do Egito, descansar um pouco às margens do
lendário Nilo em companhia de
José, depois percorrer a Babilônia de Nabucodonosor, ou a Pérsia de Dario, a
Roma altiva dos elmos, e celebrar as conquista de Alexandre Magno, avistar os
bárbaros adentrando na Europa e África bendita, saudados por Agostinho de
Hipona.
57.
Veríamos sempre o homem, suas conquistas eivadas
de contradições, seu mando, sua perversa tendência de escravizar tudo e todos e
sua soberba em querer ser deus na terra dos homens, sua fragilidade, seu frio,
langor e morte sempre.
58.
Veríamos na sequencia a construção da Idade
Media encostando na virada do primeiro milênio da era cristã, o doce evangelho
e sua filosofia de amor, paz e harmonia entre o espirito e matéria
influenciando o erguimento dos reinos e estados, veríamos as cruzadas e o
desejo de espalhar a fé do Nazareno, depois o renascimento pagão influenciado
pelo peregrino da maldade, Pseudoxo. No caminho as navegações, o livre exame de
Lutero, a Europa fragmentada, eivada de ceticismo, iluminismo, depois a sacada
industrial, a nova escravização, o dinheiro como moeda de troca, e uma
enxurrada de fatos, traições, revoluções bafejadas pelo anjo decaído.
59.
Esbarrando no século XX as teorias de Karl Marx,
a derrocada do Tzar na Rússia, os 2 grandes conflitos mundiais, a guerra
fria, a afirmação da democracia
americana, a queda do muro de Berlim, a conquista espacial; até de volta tocar
nas fímbrias da roupagem dita pós moderna, selfiana, pragmática, ou a era de
precificação absurda de nossos dias.
60.
Quando após esta viagem sinóptica vemos que o
planeta desenhou um quadro adverso em seus contornos, borrado na pintura de
tintas fortes, e aloucada na concepção
de seus pseudos artistas, condutores de seu rumo. Ajuntando tudo o que
passou o cenário hoje no momento que anoto estas linhas no papel gipseo vemos
uma espécie de UfC universal sem regras definidas, sem tempo de acontecer,
acontecendo cada disparidade na velocidade dos bytes soberanos que muitos se
perguntam será a escatologia final da humanidade?
61.
A ficção do poder atropela a vida real, as
desfaçatezes espremem os povos, o bom senso tornou-se artigo raro, e o
caldeirão da intolerância aquenta o fogão em polvorosa crescente. Inocentes
pagam um alto preço, e não aparece estadista para colocar ordem na casa, os
acontecimentos se atropelam causando vertigem por toda a parte.
62.
O extremismo religioso se acentuou ontem na França, sitiada na bastilha de suas
caricaturas sem nexo e despropositadas em nome da liberdade de expressão.
Anteontem a Criméia foi anexada, a primavera árabe é fato preponderante, o Estado
Islâmico lança seus tentáculos em nome de Alá, o 11 de setembro ceifou vidas
num absurdo paroxismo, os EUA se aproximam de Cuba, e o que mais?
63.
Ah! a imprensa dita livre quantas arbitrariedades
comete em nome desta mesma liberdade, Porque, para quê? Se a panela já está lá
para mais de quente. Não é de hoje que a Igreja Católica sofre as bofetadas dos
seus Joudas Iskariotis, infiltrados em sua instituição milenária, que de fora seus inimigos sem tréguas a atacam
constantemente.
64.
Não é segredo para ninguém que o intuito de Lúcifer
traz presente a eterna rixa entre ele e o criador, entre a serpente e a virgem,
e a queda de braço se acentua tanto mais quando a era do Pater se aproxima
trazida pelos ventos impetuosos e suaves das asas arcanas.
65.
O papel e a caneta me chamam e estou disposto a
prosseguir anotando consigo o que vem na mente o que aperta o coração, e o que
acho que o Mestre Jesus me inspira no repente desta proposição. Uma função que
não se encolhe mas me envolve sem tempo e lugar, as vezes no vagar da
madrugada, nos dias apressados da grande metrópole paulistana, palco de feitos
heroicos, sem falar dos contrastes em dó maior.
66.
E no vagar conceitual e na correria tonal vamo que vamo batendo na
bigorna até ver surgir a melodia empírica protendida, mesmo que para isso tenha
que esgrimir com as letras soltas, mesmo que para tanto tenha que soletrar
rimas sem cessar, e tenha apenas um leitor interessado, hein Math querida e
intuitiva irmã!
67.
Aliás, só para distender um pouco a pressão e
alongar a questão enunciada, na verdade não me vejo de outro jeito, não invejo
outros conceitos, nem quero outros preceitos, e de quebra não tempero caldo
quente em cozinha que não é da gente. Café à vácuo não gosto, troço de cidade
grande, me levanto em transe, me espanto com tanto trânsito. Queria mesmo que
esta esforçada população conhecesse o que tenho a dizer na convicção que virá o
mundo bom aquele das certezas de Deus e a terra vai respirar aliviada, ‘algum
tempo de paz’ como anunciou em 1917, a rosa mística de Fátima e mãe dos Homens,
a sempre Virgem Maria!
68.
E em pensar que um dia Pseudoxo viu seu tempo de
uma forma clarividente, viu o passar dos séculos num flash incomum, no entanto
em contraposição a sua alma carregava consigo uma possessão estranha de poder.
Sei que estudara afinco os astros bem antes de Klepper e Galileu, imiscuíra-se em adivinhações, e chamara a si vocação de
decifrar o futuro. Sentia-se um deus do olimpo grego, um ser acima de sua condição
mortal e efêmera.
69.
Sem saber ou não uma determinada criatura
malévola incitara nele sortilégios e uma canção maviosa soprara constantemente
em seus ouvidos uma nota de diferente diapasão... Era Lúcifer, aquele anjo
decaído que um dia teve a ventura de conduzir a luz na visão beatífica e não
cessaria de atormentar a raça humana até a consumação do dia fatal.
70.
O crápula, anjo
da mentira, pai da impiedade sabe melhor que ninguém incutir o mal nos
corações de carne, sabe jogar com as paixões e sempre usa seu argumento falido:
‘eris sicut diis’ Esta fórmula perversa de orgulho abduziu Pseudoxo e abduzirá
muita gente ao longo da historia terrena com maior ou menor intensidade. A mesma fórmula que seduziu nossos primeiros
pais no paraiso se repetirá trocentas vezes. ‘ O scientes bonum et malum’, se
tornará ao longa da trajetória dos séculos o carro chefe para a perdição de
muitos.
71.
Foi assim com Caim, o proto fratricida, na época
de Noé, na era pós diluviana, na torre de Babel, na construção do templo
salomônico, no período messiânico, culminando com o deicídio na cruz. E daí por
diante sempre vamos encontrar a mão do tinhoso azedando a massa, corrompendo o
vinho, obscurecendo o ouro.
72.
-Ai,
poeta que texto maçudo é esse? Que intricada questão aborda, você não tinha
algo mais lírico a propor nesta ficção? – Bem, hein! Vai chegar o momento
empírico que tudo vai se esclarecer e todos vão cair na real realidade da
concepção da verdadeira vida, alhures acontecerá. E seria bom saber para não
desesperar quando a chapa esquentar.
73.
Hoje a comunicação tornou-se instantânea e
artificial, tem-se pressa, uma pressa infundada que poderá levar a loucura
muita gente desavisada, poderá vir crises existências tremendas, tendências de
alienação. Dai a necessidade de inflexionar a situação e levar a vida às
margens da tecnologia, ponderar o espírito e enxergar com os olhos da alma, e na calma acalentar com o
irmão o mundo bom.
74.
Voltando ao peregrino da maldade, percebi que
uma espécie de estupor lânguido tomara todo o seu ser, e que o anoitecer de sua
vida batia à sua porta. A comitiva infernal já estava a caminho e sua travessia
seria terrível . Ele naquela tarde de inverno revirou em sua enxerga e pareceu
ter esboçado algo em torno de: ‘escucho dentro de mi casa...’ algo símile
perpassou seu espirito:’ scientes bonum er malum’, ah! A ciência do bem e do
mal...
75.
Então rememorou sua existência que findava
naquele dia e viu no espelho de sua consciência quando exatamente a maldade começou a
peregrinar em seu coração, e ele dispôs-se a conspirar contra tudo que lembrava
o Divino Pai, o Espirito Paraclito e o Filho amado chamado Jesus Cristo, ele
soube exatamente quando fechou sua alma para o belo, o pulcro.
76.
Viu aquele dia às margens do Danúbio Azul quando
se olhou no reflexo cristalino de suas águas e num êxtase viu sua face
iluminada e quis ser um outro deus na terra dos homens. O fluxo do mal então
percorreu todas as suas veias, abismou-se em seu orgulho, seduziu sua geração e
plantou as sementes da desagregação anímica posterior na ânsia frustra de ser
outro deus! Tanto será realidade quanto nos aproximamos da curva conceitual
quando o Ocidente se pulveriza em desações e o Oriente se capacita material e
espiritualmente para o embate...
77.
Pseudoxo, encarnou a maldade e se tornou o
paradigma de todos os pseudos que viriam ao longo da história... Que seriam
neutralizados com o surgimento da Era do Pater, aquela preconizada um dia claro
de primavera às margens do mar da Galiléia na oração perfeita ensinada pelo
próprio Cristo Senhor: ‘ Pai nosso que estais nos céus, santificado
seja o seu nome, venha nós o seu reino e seja feita a sua vontade assim na
terra como nos céus.’
78.
Dia virá em
que aqueles aficionados ao mundo bom das
certezas empíricas verão surgir na curva da história o mestre dos mestres e
haverá ‘um só rebanho e um só pastor.’
79.
Dá-se por finita a argumentação, resta ao juízo
inexorável de Deus o prosseguimento da história. A derrota de Pseudoxo se
concretizou, e seus seguidores um a um, dois a dois, mil a mil foram caindo ao
longo do caminho, e de nada adiantara sua utopia, sua entrega ao mal, pois uma
força misteriosa que detém a ciência, o tempo, a bondade, a justiça em suas
mãos prevalecera.
80.
Computadas as eras que nos antecederam, fica a
lição que ‘ Dios non muere’ mesmo que pareça adormecido, a qualquer hora
começará um movimento inusitado para soprar a brasa do coração e fará surgir do
nada, leia-se do tudo uma nova terra clareada pelo espirito, sombreada pela
rosa mística de eleição, e os contornos empíricos do planeta serão totalmente
restaurados, e revigorados em suas veredas perenes.
81.
Uma era de inspiração anímica, de paz, harmonia
entre espirito e matéria aparecerá no horizonte da raça humana, a erguerá do
abismo em que se encontra para a claridade diáfana do Cordeiro. ‘ Não há poder
maior no mundo que o do tempo, tudo sujeita, tudo muda, tudo acaba!’ E tudo
recomeça e se renova! O peregrino da maldade desceu à tumba fria de sua
empáfia, de nada valeu sua entrega ao principio
do mal... O tempo, ora o tempo vai abrir novas possibilidades, vai punir os
maus, acorrentar o anjo decaído, deletar o lixo, depois, logo depois vai
reconfigurar o sistema e por fim reiniciar a história. Ainda que mal pergunte: ao certo o sol não se
põe no ocaso?
82.
O ciclo da história está se fechando assim
como foi finito o 4 célebres impérios
da Antiguidade: assírio, persa, grego e romano. Assim como dois mil anos se
passaram da morte e ressurreição de Jesus Cristo, a ampulheta zerou várias
vezes, a humanidade quase se dizimou com a invenção da bomba atômica.
83.
A hegemonia futura não caberá a esta ou aquela
nação mas ao fator coletivo universal chamado bem comum maior. Aquele que um
Deus humanado do alto do gólgota disse: ‘ Quando eu for levantado, atrairei a
mim todas as coisas’... todos os povos, todas as nações e não ficará um palmo
de terra sem que a luz do Cordeiro tenha iluminado!
84.
Será o alvorecer empírico sem precedentes,
comparável somente àquele do primeiro natal, quando miríades de anjos encheram
os arredores de Belém com uma melodia suave anunciando a derrota do mal, e o
começo de uma era de paz para os bons. ‘ Gloria a Deus no mais alto céus e paz
na terra aos homens de boa vontade!’
85.
Para além, muito além da tremenda depressão
hodierna estão a caminho, sopradas por asas arcanas, ideias novas, pessoas de
valor, empreendimentos empíricos de grande monta para o bem do povo e a
felicidade do tempo anímico, no mínimo bem diferente desta era de desastres que
convencionou-se chamar: consumismo ou do ego em ebulição, ou da malfadada 'obsolescência programada'.
Helder Tadeu
Chaia Alvim
São Paulo, 13/01/2015
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