ensaios da alma I
1.
Passiveis de erros possíveis somos, e o fato de
sermos humanos, limitados, finitos condição que nos é peculiar na contingência
da vida. Ensaios a já de cara nos faculta não
acertar sempre em nossos juízos, pois o único ser necessário coloriu as
estrelas, avolumou o mar, enfeitou a
natureza, deu força ao átomos, dotou as enzimas de propriedades terapêuticas e
animificou o ser humano dotando-o de razão, vontade e sensibilidade.
2. A
cosmologia de Santo Tomas de Aquino deita luzes sobre o que foi relatado na
humilde versão destas rimas mínimas: ‘...
tudo no mundo a nossa volta é contingente. Isto é com respeito a qualquer coisa
em particular, é realmente concebível que possa não ter existido...
3.
‘... Pois,
para uma explicação realmente satisfatória a respeito de porque qualquer coisa
contingente ( tal como você, eu ou esta mesa) existe, você deve finalmente começar
com algo que não é ele mesmo contingente, isto é algo do qual não podemos dizer
que pode não ter existido, ou seja, podemos começar com um ser necessário.’
4. Infere-se desta explicação do doutor angélico
que o ato puro existe e se chama Deus, somos então um dia descartáveis,
passamos, morremos... E Santo Agostinho diz em sua filosofia sublime a respeito
da Verdade ’ sempre antiga e sempre nova’.
5.
Por isso não somos suficientemente sinceros para
perdoar, rancorosos para amar, rápidos no julgar o semelhante, lento para
entender suas razões, intolerantes quase sempre quando uma opinião de outrem
foge ao nosso ‘brilhante’ parecer.
6.
Sôfregos em ter, descuidados de ser, e por
consequência poluímos o planeta, e
manchamos com egos exacerbados ‘ o nós todos juntos,’ quimera de um consciente coletivo que não
existe, apenas bonito no marketing conceitual, equivocado, inconsequente, e a
consequência natural está aí à porta de nossa acanhada ou ampla cozinha
fomentada de crises existenciais duradoura e profundas.
7.
- Nossa que texto existencialista! – Não sei só
digo que existe sim o problema e sinto na pele o prejuízo! Ou será que não nos
ensinaram ou não quisemos aprender nos bancos da escola a maneira correta de
viver? Enquanto isso consuma-se uma era afônica ao nosso redor, uma era
altamente tecnológica, da super sônica comunicação em tempo real, mas que
apequena a alma e faltosa de calma corre atrás do moinho de vento do
consumismo.
8.
Ter, prazer, poder bifurca-se subliminarmente em
desilusão, pois a criatura não pode satisfazer totalmente a outra matéria igual
a sua, e seu coração está inquieto, pois deveria descansar em seu fim ultimo e
não se deter por muito tempo na estrada contemplando indefinidamente os lírios
do campo, e as violetas amarelas, de brilho fugaz.
9.
Enquanto isso sem termos aprendido a amar sem
limites em Deus o próximo, amontoados na nave terra nos vemos quase à deriva no
imenso mar dos desenganos, e procuramos o prazer momentâneo, o reconhecimento,
a honra fátua das criaturas à nossa volta sem nenhum sucesso obviamente, pois
quem e contingente sempre será contingente e não dá o que não tem: o
descanso anímico empírico
do espirito.
10.
E as velas enfunadas de orgulho da civilização
hodierna persiste na ilusão, na discriminação, na intolerância, no ter para
ser, e beira ao naufrágio universal sem precedentes na historia, e quem
escrever mais afrente sobre a sua performance triste certamente ira citar sua
desação ao delapidar o que tinha de mais importante sua alma de eleição.
11.
Ademais poderá aventar um álibi relevante pois
tamanhos ventos soprados foram insuflados pelo anjo decaído e sua presença preternatural
induziu a deflagração de tamanhos disparates, guerras, intrigas, mal querenças,
fome, nudez, indiferenças teve como mola da maldade o tinhoso e seus lugares
tenentes na terra.
12.
Fruto do meio, foi arrastado pela ocasião, e não
vamos entrar nos intimo da consciência de cada um , e sim levantar o juízo,
pois que bem aquilata os rins e os corações é um Ser que poucos conhecem mas
cuja gloria incessantemente o coro angélico canta e canta sem cessar. E este
canto da essência pura do Criador um dia vai se fazer ouvir aqui na terra dos
homens.
13.
Em revista hoje quando uma cortina de incertezas
assola o mundo inteiro a gente se dá conta que não carece mais dos lentes na
economia, dos Qis elevados, de políticos sagazes, muitas vezes capazes de
traição, a gente não carece de religião precificada, o que a gente precisa
mesmo e de santos e de santas para trazer á terra ressequida o sentido da
existência de seus trilhões de filhos e o benfazejo orvalho suave e bendito da renovação
universal: tudo em todos!
Helder Tadeu Chaia Alvim