Judas Tadeu, o zelador da lei
1.
Que homens foram esses que não procuravam a
gloria pessoal, tão em voga hoje em dia, mas propuseram-se a deixar tudo,
renunciar ao seu conforto, seus bens e família, tomar o pesado fardo da ascética
mística e levar a mensagem do evangelho as todas as criaturas?
2. Sim
existiram, foram os 12 Apóstolos da Igreja
Primitiva, os baluartes da fé, munidos do amor encarnado ao Mestre, se
propuseram a desenhar a gesta grandiosa, silenciosa, humilde e profícua do
reino do Pater e até hoje, passados mais
de dois mil anos, merecem o louvor e a
admiração de muita gente, até mesmo daqueles e daquelas que não professam as
verdades da religião.
3.
E quando
adentram na hagiografia cristã
descobrem a dedicação, a entrega e o esforço que fizeram deles gigantes do
Cordeiro, outros Cristos na Terra dos homens com a missão especifica de plasmar
entre as gentes o reino de outro mundo, aquele que nem as traças e os ladrões
abocanham para si.
4. Hoje
especificamente me lembrei de Simão e Judas Tadeu, e um pensamento me vem
naturalmente à mente, pois todos eles não pertenciam à classe influente de
Israel, nem ao grupo sacerdotal de Jerusalém. Não eram filósofos, mas pessoas
simples; Simão Bar Jonas estava consertando as rede s em companhia de André
quando Cristo se achegou a ele e os escolheu com aquele solene: ‘segue-me”
5. Cada
um deles traz uma historia peculiar, um trajeto diferente mas que se encontram na
fé, na doutrina e na consecução dos fins propostos. Coragem é sua característica
comum, família seu elo sagrado, e a mensagem, a mesma mensagem radicalmente
oposta nas suas linhas essenciais ao pensamento dos homens do seu tempo.
6. Não
foram seguindo fábulas engenhosas que deram a conhecer o evangelho mas seguindo
o Mestre ponto por ponto como relata João Evangelista: ‘ o que foi desde o
principio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e
as nossas mãos apalparam acerca do Verbo da vida, isto é o que anunciamos.’
7. Mas
que voz é essa que ressoará até o cair da ultima folha verde na consumação do
tempo? Voz diáfana, forte, suave, voz que transborda amor, veneração e respeito
pelo Senhor! Que luz é essa que não se apaga, ao contrário cresce e aumenta seu
clarão a medida que o tempo se esvai?
8. Essa
voz aprendeu dos lábios do Mestre a doutrina que depois ensinaram, privaram com
ele alegrias e tristezas, anseios de mundo bom, nas fadigas do apostolado nas
horas amenas de descanso as margens do mar de Tiberíades, dia após dia, noite
após noite, nenhum sorriso, nenhuma lágrima passou desapercebido a eles.
9. Viram
e presenciaram tantas coisas, Jesus curar os cegos, expulsar dos espíritos das
trevas, abençoar as criancinhas, transformar água em vinho em Caná da Galiléia,
a falta de generosidade do jovem rico, a cura de Bartimeu, e ressureição de
Lazaro, a fé do Centurião romano, e
tantas coisa mais...
10. Tinham-no
como um pai, um amigo, um confidente, ‘ conheciam-no pelo seu porte nobre, pelo
cálido tom de sua voz, pela sua maneira
de partir o pão, sentiam inundados de luz e estremeciam de alegria quando os
seus olhos profundos pousavam sobre eles e sua voz lhes vibrava aos ouvidos, e
de tristeza quando lhes falava de sua paixão e morte.
11. Aquelas
fisionomias rudes, coradas pelo sol da Galileia seriam os pilares do reino do
Pater e iriam pregar o evangelho de luz ao mundo todo, e a sucessão deste feito
perduraria para sempre!
12. Taddaios
era natural de Caná da Galiléia, filho de Cleofas e Maria, esta irmã da Virgem
Maria , portanto primo legítimo de Jesus,. Conta a tradição que Thaddoeus se
parecia tanto com o Mestre que as vezes era confundido com ele. Desde cedo
convivia com Jesus e admirava seu primo muito. E quantos folguedos de criança
não passaram juntos em Nazaré, nas montanhas de Aikarim visitando o precursor
João Batista?
13. Se
o sangue o ligou a Cristo, mais que isso foi a admiração pelo primo que o levou a seguir bem de perto e depois se
tornara este portento de santo até hoje admirado pelas multidões que locupletam
suas Igrejas e proclama sua fé no evangelho.
14. Judas
Lebeus encampou a obra da salvação salvífica e pregou o Evangelho na Judeia,
Samaria, Libia, Mesopotâmia, Idumeia, Siria, Beirute e Edessa. Era convincente,
tinha convivido com o Mestre, absorvido seus ensinamentos, e a bondade
transparecia em seu semblante, e no seu coração guardava a visão do mestre
transfigurado no monte Tabor. Conta a tradição que sua morte ocorreu juntamente
com Simão, o zelote na Persia quando uma multidão insuflada por sacerdotes de
Zoroastro o martirizaram pelo evangelho.
Helder Tadeu Chaia Alvim
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