quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Judas Tadeu, o zelador da lei
1.       Que homens foram esses que não procuravam a gloria pessoal, tão em voga hoje em dia, mas propuseram-se a deixar tudo, renunciar ao seu conforto, seus bens e família, tomar o pesado fardo da ascética mística e levar a mensagem do evangelho as todas as criaturas?
2.       Sim existiram, foram os 12 Apóstolos da Igreja  Primitiva, os baluartes da fé, munidos do amor encarnado ao Mestre, se propuseram a desenhar a gesta grandiosa, silenciosa, humilde e profícua do reino do Pater e  até hoje, passados mais de dois mil anos, merecem  o louvor e a admiração de muita gente, até mesmo daqueles e daquelas que não professam as verdades da religião.
3.       E quando  adentram na  hagiografia cristã descobrem a dedicação, a entrega e o esforço que fizeram deles gigantes do Cordeiro, outros Cristos na Terra dos homens com a missão especifica de plasmar entre as gentes o reino de outro mundo, aquele que nem as traças e os ladrões abocanham para si.
4.       Hoje especificamente me lembrei de Simão e Judas Tadeu, e um pensamento me vem naturalmente à mente, pois todos eles não pertenciam à classe influente de Israel, nem ao grupo sacerdotal de Jerusalém. Não eram filósofos, mas pessoas simples; Simão Bar Jonas estava consertando as rede s em companhia de André quando Cristo se achegou a ele e os escolheu com aquele solene: ‘segue-me”
5.       Cada um deles traz uma historia peculiar, um trajeto diferente mas que se encontram na fé, na doutrina e na consecução dos fins propostos. Coragem é sua característica comum, família seu elo sagrado, e a mensagem, a mesma mensagem radicalmente oposta nas suas linhas essenciais ao pensamento dos homens do seu tempo.
6.       Não foram seguindo fábulas engenhosas que deram a conhecer o evangelho mas seguindo o Mestre ponto por ponto como relata João Evangelista: ‘ o que foi desde o principio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam acerca do Verbo da vida, isto é o que anunciamos.’
7.       Mas que voz é essa que ressoará até o cair da ultima folha verde na consumação do tempo? Voz diáfana, forte, suave, voz que transborda amor, veneração e respeito pelo Senhor! Que luz é essa que não se apaga, ao contrário cresce e aumenta seu clarão a medida que o tempo se esvai?
8.       Essa voz aprendeu dos lábios do Mestre a doutrina que depois ensinaram, privaram com ele alegrias e tristezas, anseios de mundo bom, nas fadigas do apostolado nas horas amenas de descanso as margens do mar de Tiberíades, dia após dia, noite após noite, nenhum sorriso, nenhuma lágrima passou desapercebido a eles.
9.       Viram e presenciaram tantas coisas, Jesus curar os cegos, expulsar dos espíritos das trevas, abençoar as criancinhas, transformar água em vinho em Caná da Galiléia, a falta de generosidade do jovem rico, a cura de Bartimeu, e ressureição de Lazaro, a fé do Centurião romano,  e tantas coisa mais...
10.   Tinham-no como um pai, um amigo, um confidente, ‘ conheciam-no pelo seu porte nobre, pelo cálido tom de sua voz, pela  sua maneira de partir o pão, sentiam inundados de luz e estremeciam de alegria quando os seus olhos profundos pousavam sobre eles e sua voz lhes vibrava aos ouvidos, e de tristeza quando lhes falava de sua paixão e morte.
11.   Aquelas fisionomias rudes, coradas pelo sol da Galileia seriam os pilares do reino do Pater e iriam pregar o evangelho de luz ao mundo todo, e a sucessão deste feito perduraria para sempre!
12.   Taddaios era natural de Caná da Galiléia, filho de Cleofas e Maria, esta irmã da Virgem Maria , portanto primo legítimo de Jesus,. Conta a tradição que Thaddoeus se parecia tanto com o Mestre que as vezes era confundido com ele. Desde cedo convivia com Jesus e admirava seu primo muito. E quantos folguedos de criança não passaram juntos em Nazaré, nas montanhas de Aikarim visitando o precursor João Batista?
13.   Se o sangue o ligou a Cristo, mais que isso foi a admiração  pelo primo que  o levou a seguir bem de perto e depois se tornara este portento de santo até hoje admirado pelas multidões que locupletam suas Igrejas e proclama sua fé no evangelho.
14.   Judas Lebeus encampou a obra da salvação salvífica e pregou o Evangelho na Judeia, Samaria, Libia, Mesopotâmia, Idumeia, Siria, Beirute e Edessa. Era convincente, tinha convivido com o Mestre, absorvido seus ensinamentos, e a bondade transparecia em seu semblante, e no seu coração guardava a visão do mestre transfigurado no monte Tabor. Conta a tradição que sua morte ocorreu juntamente com Simão, o zelote na Persia quando uma multidão insuflada por sacerdotes de Zoroastro o martirizaram pelo evangelho.
Helder Tadeu Chaia Alvim


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