sábado, 26 de junho de 2010

O Eu Lírico e o J Literato

1. Ouvi esta expressão um punhado de vezes, na verdade não vou tratar dela pois ainda não entendi bem o seu significado. Achei bonito o eu lírico e resolvi homenagea-lo indistintamente. Se existe mesmo este ser abstrato, então deve ter por aí no conceito gramatical outros eus vagando a espera de definição.

2. A nossa língua portuguesa é rica de significados, tão abrangente que precisamos suar a casaca para medir sua estatura exata. E entendo que nem os filólogos, nem os gramáticos mais assíduos a ela conseguem definir tantos conceitos, expressões, verbetes, tempos gramaticais, conjugações verbais, orações as mais diversas possíveis e neste enleamento proposital a gente se delicia e arrisca tecer uma escrita sem fim...

3. Que bom que seja assim, que Portugal tenha propiciado isto tudo desde o romance até os recônditos sertões brasileiros.Esta unânimidade fundamental revelou tantos talentos como Gonçalves Dias, Luís Vaz de Camões,Antonio Vieira,Manuel Bernardes,Cecília Meirelles,Carlos Drumond de Andrade, Fernando Pessoa, Alexandre Herculano,Cícero,Euclides da Cunha,Cora Coralina, Haroldo de Andrade, José de Anchieta, Fagundes Varella e tantos outros que se debruçam na atualidade e debruçaram sobre o colo da nossa lingua mãe pátria e sentiram e sentem ainda o palpitar de seu terno e eterno coração acolhendo a todos indistintamente com seu sorriso nos lábios e sua bondade ilimitados.

4. Que bom que assim seja, que a palavra saudade não permita tradução, que este sentimento seja sentido a nosso modo e tudo o mais. E só a gente dispor a ler os jornais antigos e recentes que vemos a mesma linguagem sempre se aprimorando, sempre se adaptando aos novos tempos sem perder sua originalidade e genuidade de seu berço luso.

5.Tentam sim os desavisados introduzir novos termos se utilizando da propaganda, mas daí a pouco cai no esquecimento generalizado e a nova antiga lingua sobrevive as avalanches e naufrágio do mundo dito avançado.E acabam por devolver o pingo ao J literato.

6. Fiz bonito! Não sei a proposta é outra. Estou de viagem ao interior Fluminense e com a calma emanada de meu torrão natal enveredei com alegria por estas bandas da lingua portuguesa e deixo registrado estes traços ao leitor bacana e pensativo.

7. A cidade de São Paulo tem suas belezas e termômetro intuitivo, mas de vez em quando mergulhar na pacatez construtiva interiorana aquece a alma que canta sonoridades diferentes do cotidiano compulsivo daquela que não dorme e alavanca nossos destinos. Este doutorado de raízes é primordial nesta profissão de poeta cantador. Se a fonte seca aí que são elas e onde haverá o sal para temperar nossa dor . Termino este canto dizendo que ele acalentou meu humor e se pudesse queria renovar meu propósito latente neste blog que persiste e nunca vai desistir de sonhar...


8. Sonhar sim com o mundo bom- objetos de nossos encômios dourados- com a harmonia, a paz, a concordia, a tolerância, o perfeito amor a Deus e as verdades da religião, com a Virgem Santa, refúgio e alento de nossas apreensões e esperança de um futuro melhor mais puro e soberano.

9. Futuro em que haja um equilíbrio exato do corpo e da alma e que nossas responsabilidades eternas façam parte atuante na pauta do dia a dia das nações, povos e instituições. E que o reinado social de Deus execute na bondade e leveza os planos para a Terra- atual palco das incertezas.

10.Se nossa seleção  truxer o troféu uma beleza se não que o Brasil cresça em outros campos da compreensão, solidariedade e plena capacitação de seus filhos para a plena realização de nossos destinos materiais e espirituais.

11. Enfim, a lingua de que fazemos uso é bela, culta e simples nos leva a expor anseios escondidos, nos corrige  nos nossos ímpetos e delinea os diversos ritmos da grande harmonia na diversidade.

Helder Tadeu Chaia Alvim

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