Sabor de Duplat
1.
Enfim, depois de tecer muitos versos no anverso
do mundo bom, acredito que o destino me impulsionou de novo a novos e mansos
desafios, Sampa ficou lá longe, Marataízes, um amor de cidade, um proveitoso
ano lá passei! Agora voltei ao meu torrão
para passar uma temporada.
2.
Considero o longo tempo que passei em São Paulo
bom demais, muita coisa aconteceu e me
encontrei nos versos de suas esquinas intuitivas. Posso dizer que se não
acumulei haveres ao longo da estadia na metrópole, a inspiração idealizou minha
vida de outra forma, no que agradeço muito.
3.
Vi muita gente e sua inesgotável ânsia de ter,
outras tantas focadas no ser, de tudo um muito, de um pouco quase nada. A
finitude me persegue e parece me chamar à razão, vi o povo obliterado, o poder
inveterado em suas vantagens escusas. Vi o silencio passando de cabeça baixa em
cia da brasilidade. Vi o brilho em seus olhares e uma pontinha de angustia
apertando seus corações, os maviosos à beira da história enchafurdados em suas
crises existenciais.
4.
Vi as dúvidas de irmãos e irmãs e com estas
pessoas sonhei de olhos abertos despertos tantas coisas, que me emociono só em lembrar. Sou do mesmo
material humano, fraco, frágil, e dai a razão de versejar acerca do mundo bom,
e o abraço de união é o lugar melhor e mais aconchegante do mundo. Deixo a
todos um salve com o inconfundível sabor de duplat.
Chaia Alvim Helder
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