' vai´te para quem te comeu as leiras' ( folclore português)
1.
Sabem de uma
coisa, se todo mundo que tiver dito algo de cunho chacota de outrem fosse penalizado,então teríamos uma demissão
coletiva geral. Confessa aí baixinho para você mesmo. Olha que a conversa vai
render dividendos à beça, não é mesmo? Nas mesas de bar então quem já não tirou
sarro de um amigo ou amiga? Eu mesmo to cansado de ser apelidado de ‘magrão’, e
devolvo na boa para um amigo o epiteto de ‘criança’, e e e e e e e ! ! ! ! ! !
! Ouço outras de outrem: 'boca, orelha.' E eles levam na esportiva, fazer o que!
2.
Mas vem cá,
não creio que o abalizado jornalista William Waack disse intencionalmente a fala
de que é alvo nas gravações recentemente publicadas nas redes sociais;
inteligente e cordato ele não tem o perfil de racista. O som alto de buzina
incomoda mesmo, mas este borborinho amplificado em torno do assunto, a meu ver, traz um desserviço
incalculável à carreira de um profissional jornalista e professor com uma extensa atuação em prol da
liberdade de imprensa. A que tudo indica este fato isolado pretende calar uma
voz lúcida, precisa e muitas das vezes contundente contra as aleivosias do
poder.
3.
O fato é que
existe a gravação, acompanhada que foi do pedido formal de desculpas por parte
do jornalista. O que foi dito é dito, e a celeuma contagiou as tão frequentadas
redes sociais, já um tanto exacerbadas por tantas opiniões contrárias, elas
encontraram um assunto que ainda vai render likes, e as mais variadas possíveis opiniões vão se digladiar. É o feitio do momento, a realidade sobressaltada da politica serve para os desabafos internauticos.
4.
E eu, poeta mínimo
estou também aqui opinando, e muitos dirão ser meu tom conciliador de pouca
valia. Estou tentando sim dizer que a questão racista deveria ter ficado no
passado, pois o presente requer uma evolução de mente capaz de areunir todos,
sem distinção em torno da nossa brasilidade, e a raça negra, que admiro é uma
flor de rara beleza e intuição e faz parte da grande família brasileira, e que
este tema parece ser plataforma de projeção individual e coletiva, e não um
movimento nacional de renovação cultural, ética e sustentável.
5.
Gente sensata, o Brasil acolheu todas as raças, hoje
esplendidamente misturadas, é a nossa cara e ninguém vai desfigurar a nossa
bela imagem de nação hospitaleira, companheira da paz, irmã da concórdia, e se alguém
traz em seu coração sentimentos de discriminação saiba que não é este o tom da
brasilidade, e nega algo de uma grandeza impar e de um futuro promissor: somos
todos hum, e juntos e misturados vamos ainda escrever uma das mais belas
páginas da história pátria.
Chaia Alvim Helder
Poeta minimalista
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