Ensaios da alma V
1. Bom
mesmo é Deus que se dignou criar o céu e terra e tudo o que nela contém, e viu
que era de acordo com sua onisciência, as estações, as fazes da lua, o brilho
do sol, a fauna, a flora, os rios, regatos, a imensidão do mar, a extensão do
planeta, e no seu centro gravitacional, o ser chamado homem ,
dotado de inteligência, vontade e sensibilidade. O homem criado à sua
imagem e semelhança.
2. Antes
nas primícias do tempo, no céu empíreo criou uma legião de anjos, cada miríade
com sua funções especificas, querubins, serafins, tronos e potestades, sem
olvidar os servidores de luz, os arcanjos. Tudo em uma ordenação perfeita, tudo
em uma beleza de cegar os olhos, de enternecer o coração, de admirar a corte
celeste.
3. Sempre
de acordo com sua prospecção inenarrável
dispôs as funções, delimitou a jurisdição sem tolher a liberdade,
nominada de livre e solto arbítrio. Até que um deles que carregava a luz, se
olhou no espelho da eternidade e sentiu-se um outro deus, esqueceu de sua condição de criatura e começou a fomentar
a discórdia entre a arcanologia.
4. E
não é que encontrou a ressonância de seu orgulho entre a terça parte dos coros
celestiais. No entanto na fileiras do bem surgiu Miguel, um simples anjo
arcanjo, que desembainhou a espada e juntamente com a parte sadia empreendeu a
primeira batalha em prol do bem, e seu brado ressoou nas esferas anímicas alto
e vibrante: ‘quis ut Deus?’
5. Vencida
a batalha, Deus determinou e expulsão de Lúcifer e seus seguidores, e o
veredicto fora terrível e sem volta, foram despejados no inferno, destinados
aos suplícios sem fim em um mar de fogo e enxofre, longe muito longe da
Verdade, do bem e do belo.
6. E
para suprir de uma maneira maravilhosa os seus lugares encetou sua jornada
criativa, foi quando surgiu nosso mundo, nossos primeiros pais, o paraiso
terrestre e tudo o mais como descreve o livro do Gênesis em prosa e verso
cantados.
7. Mas
em linhas gerais seu raciocínio continua o mesmo, sua ação plasma a terra
informe e vazia no lugar de alegria, paz e harmonia perfeitas. E sempre justo
pôs Adão e Eva à prova espetacular do merecimento, e permitiu ao anjo decaído
dar uma volta por lá e tentar na sedução os dois primeiros habitantes da terra
intitulada dos homens.
8. Conversa
vai, olhares vem e ele toma a forma de serpente e numa tarde de brisa fresca se
aproxima primeiro da mulher e tece sua enganação perguntando como ia a vida,
etc e tal... A mulher loquaz disse que
ia obrigado, e que melhor ia estragar aquele convívio lírico em que tudo
respirava pura poesia e encantamento.
9. Lucifer
se dizia entendido, já se dispunha a ir embora quando uma ideia malévola veio à
sua mente mentirosa, é que porque eles se deleitavam com todas as maravilhas do
paladar e não podiam comer especificamente de uma intitulada: a árvore do bem e
do mal? Pronto estava lançado o enigma e Eva curiosa pensou: - por que não? Foi
colheu a maça e provou, chamou Adão que estava absorto em seus pensamento, e
disse: - prova aí esposo...
10. O
final já sabemos, e sentimos até hoje na pele e na alma o prejuízo, pois a
partir daquele instante eles conheceram o mal em seus detalhes, se viram
desnudos, expulsos de seu habitat de delicias e conheceriam a morte, as
guerras, as crise existenciais e uma gama de fatores de punição devido a sua
interrupção abrupta com a aliança firmada com o Criador.
11. O
anjo decaido voltou a sua morada quente, soltando risos de escárnio, e prometeu
voltar outras vezes ao longo da história para interferir nos acontecimentos...
Porém Deus em sua infinita bondade lá mesmo no paraiso fez a promessa da
redenção, anunciou a vinda do Salvador que iria se imolar e salvar a humanidade
com seu sangue.
12. Seria
uma espécie de plano B, porém mais magnifico e surpreendente que o primeiro, e
assim aconteceu quando os arcanos determinaram surgiu uma estrela anunciando ao
mundo gentio que a hora do Filho estava prestes a surgir, que em Belém da
Judeía nasceria o Salvador da humanidade, aquela decaída no pecado original, e
que estava próximo seu resgate conforme anunciara os profetas.
13. E
de acordo com as promessas de Deus aos nossos primeiros pais no paraiso, que
poria inimizades entre e serpente e raça humana, que um dia surgiria um Mulher
para reparar a queda de outra mulher, seria santa, sempre virgem e cheia de
graça e que daria a luz um menino, o príncipe das nações e que com hálito
quente de sua boca iria destruir o mal e eleger o bem.
14. E
assim aconteceu de fato e de direito o redentor veio numa noite fria de natal,
um menino nasceu de uma virgem na gruta do rei David, ouviu-se o canto suave
dos anjos, acorreram alegres pastores, o tropel da caravana dos pomposos reis
do Oriente se aproximou com os presentes saudando o redentor da humanidade.
15. Veio
simples, nasceu pobre, fugiu para o Egito na perseguição sangrenta do rei
Herodes, depois viveu tranquilo em Nazaré na função de humilde carpinteiro,
aprendeu com José o justo o mister na madeira, entalhou, sorriu, brincou,
obedeceu, amou com amor ilimitado a mais pura de todas as mães, Maria.
16. Estreou
na vida publica realizando um grande milagre a pedido de sua mãe nas bodas de
Cana, um feito estrondoso que foi transformar a agua das talhas em vinho, e o
melhor que já se teve noticia na safra enóloga.
17. Ele,
o mestre arrebanhou modestos pescadores. Gente simples do povo galileu, discípulos
iletrados e sem nenhuma influencia social, fez deles seguidores fervorosos do
caminho, homens dispostos a peitar o império dos cézares, em desacordar com os
dirigentes religiosos de Jerusalem e depois ir ao mundo todo anunciar o
evangelho de luz, homens e mulheres cheios da unção do Espirito paráclito.
18. O
mestre iria em seus três profícuos anos de apostolado imprimir neles a s
máximas de vida eterna, iria sim percorrer a árdua jornada da incompreensão por
parte de gente sua raça judia, mas intemerato realizaria milagres, encantaria
as multidões, e com elas sonharia um sonho de paz e liberdade.
19. Getsemani,
tribunais de Caifás, corte de Herodes, sinédrio, átrios, Poncio Pilatos nada o
apartaria de sua missão, nem mesmo a pesada cruz, a flagelação, a ignominiosa
coroação de espinhos, a crucifixão e morte na cruz, nada o abalaria, e de
quebra ainda concedeu o paraiso ao bom ladrão Dimas.
20. Foi
o mais belo gesto da história humana, gesto este que fundamentou a redenção, o
mais belo gesto de amor e crença na humanidade, merecedor de graças copiosas,
merecedor do resgate total do ser chamado homem.
21. Jesus
Cristo projetou na terra dos homens a luz do Padre Eterno, a unção do Espirito
Santo, que vai perdurar até a consumação final dos tempos. Marca esta
inquestionável, e bendita pois foi impressa pelo sangue de um Deus humanado.
22. Então
se desprende desta realidade anímica que o universo, a vida, os mistérios da natureza,
as ações humanas tão ‘ grandiosas’, mesmo o tempo, o mar, são uma ínfima
centelha em comparação ao olhar do Mestre que um dia do alto de uma cruz pousou
seu sim sobre a história empírica e emitiu um solene Fiat, o mesmo que uma
jovem judia proferira: ‘faça-se em mim segundo tuas palavras.’
23. Ah!
A partir daí no espelho da trajetória iria refletir a saltério de dez cordas,
as profecias arcanas, os acontecimentos mundiais, as bem aventuranças, a sua
Igreja a guiar as gerações em demanda do reino do outro mundo.
24. Não
há duvida que imprimiu o sentido universal do amor total, do calor
aconchegante, da felicidade que passa pela vontade do Altíssimo Senhor do tempo
e da história. Ele veio para sublimar a natureza humana, e compor com ela um
hinário de melodias eternas.
25. Veio
a Luz ao mundo, afastou as trevas do pecado, acordou a realidade, e sonhou com
ela sonhos maiores de liberdade espiritual. No gólgota a batalha foi ganha
contra as hostes infernais, os méritos adquiridos, a era cíclica do bem maior
estava inaugurada através do sangue do Cordeiro, e projetaria até a consumação
dos séculos o Caminho, a Verdade e a Vida para todos sem distinção.
26. Bom,
uma palavra apenas, pois muitos me preguntam que diacho de mundo bom que tanto apregoo, e a era do
Pater, em que argumentos me baseio, ou seria uma figura de linguagem, outra
dessas de mistério neste tempo propenso em acreditar em tudo...
É bem simples de
entender e faço eco das palavras de Cristo que um dia às margens do mar da Galileia
reuniu seus apóstolos e ensinou-os a rezar, e qual oração que compôs?
O Padre Nosso em
latim: Pater Noster. E começo dizendo quando fores orar, rezai assim: ‘ Pai Nosso que estais no céu, santificado seja o
teu nome, venha a nós o teu reino, seja feita atua vontade assim na terra como
nos céus...’
27. É
nesta oração que baseamos a afirmação do mundo bom das certezas anímico empíricas,
ou a era do Pater, pois Cristo deixa claramente entendido que a vontade de Deus
é feita lá em cima pelos anjos, e que chegará uma era que também será feita
aqui na terra dos homens.
28. Quando
tal era surgirá? Mais cedo do que se pensa mais tarde do que se espera,
Certamente após as tristezas da era pós moderna, depois do instante
escatológico, virá o tempo da Rosa Mistica De Eleição. Acho que sua intervenção
no ritmo afônico dos dias atuais , ritmo este deflagrado pelo anjo decaido há
uns cinco séculos atrás,. Esta interferência necessária será a repetição da
cena da Bodas de Caná, quando ela perceberá que a humanidade perdeu a esperança e a fé totalmente ( eles
não tem mais vinho), e neste instante dirá aos anjos arcanos, posicionados no
portal da terra: ‘ Fazei tudo o que meu Filho Amado disser.’
29. E
o melhor vinho do Amor, da Paz, da Harmonia universais será servido à mesa comum sem exceção . Será a Nova Era do bem comum maior, onde o equilíbrio
tonal entre matéria e espírito dará a nota predominante na terra dos homens
inaugurando o ciclo vivo de interação no mundo bom das certezas, realizadas
totalmente. E por ventura o Grande Poeta dos versos perdidos não cantara em
prosa, verso e gosto pensado: ‘ Amai-vos uns aos outros como eu vos tenho
amado!’
30. ‘
A vasilha da farinha não acabará e a jarra de azeite não diminuirá até o dia em
que o Senhor enviar a chuva sobre a face da terra. ‘ Essas foram as palavras do
Profeta Elias à viúva de Sarepta, palavras estas dirigidas a todos nós, hein! E Paulo apóstolo dos gentios, não poupa o verbo ao deixar anotado em sua carta
aos irmãos hebreus: ‘ Mas foi agora na plenitude dos tempos que uma vez por
todas Ele se manifestou para destruir o pecado pelo sacrifício de si mesmo.’ No
entanto continua sua argumentação esplendida: ‘... Cristo aparecerá uma segunda
vez para salvar aqueles que o esperam.!
Helder Tadeu Chaia Alvim
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