quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Ensaios da Alma IV

Ensaios da alma IV
1.       Éh amigos que me acompanham atentos, sem vocês jamais conseguiria colocar para fora sentidos sentimentos, então fica o convite para continuarmos juntos temperando caldo quente em nossa cozinha comum, pois a mesa do vizinho encontra-se desocupada  a espera do convite,,,
2.       Estranha a ação do poeta, há quem diga difícil, outros de menos valia no mundo do ter para se tornar alguém de status e influência social. Ah! Sociedade de consumo, porque ralha tanto, se soubesse que apenas uma coisa é necessária, cultivar a alma, o calor humano e tudo seria mais esplendido, sustentável, e equânime sob todos os pontos de vista, inclusive financeiro.
3.       Mas na antítese aparece o poeta para estragar o prazer da moçada e dizer palavras faraónicas, ih ih ih ! Fazer o que? Parece sina e não há como negar que ele manuseia com tato e gosto pensado insumos não perecíveis, críveis aos olhares atentos de uma dama de beleza singular: a inspiração!
4.       E vamos que vamos assuntar o tempo, escancarar este sujeito (a) e encontrar os elementos secretos de sua pintura em ação, não importa seu nome, fama e nascimento, ele ou ela, eles e elas aparecem ao longo das eras históricas sempre carregam uma  característica comum: a essência pura e simplesmente, tornam- se uma ‘espécie de antena delicadíssima de seu tempo, moram no alto das torres e atraem a si as dores alheias, que os fazem morrer de dores que não são suas.’( Rubem Braga).
5.       Funciona mais ou menos assim: vem uma ideia do nada, ele põe-se a anotar prontamente  no papel gipseo , depois alinhava o texto, acentua as tonalidades, colore os matizes para depois oferecer na grade da comunidade onde vive sua despretensiosa criação...
6.       Sempre passível de ajuste, sempre interativa pois visa não glória pessoal mas a concretização do mundo bom para todos, ah! Os discursos enfatuados ele deixa em outra mesa bem longe de sua cozinha.
7.       Os olhares atentos da inspiração o acompanham, ele procura se fazer entender e trava um colóquio ameno com as letras soltas na liberdade de sua expressão lírica. Aliás quem melhor que sua companheira para alegrar seus dias, noites e com ela sonha sonhos maiores e ao acordar, deixa seus lençóis quentes e passa a mimar seus filhos: os versos ao amanhecer.
8.       Poeta, esta profissão abstrata a mais não poder, concreta que colhe as rosas no asfalto da angustia humana e as transplantam com acuidade para o jardim do mundo das idéias, lá em companhia de uns poucos loucos como ele, as colore, apara, afasta delas os espinhos e bafejadas pela inspiração incipiente faz dela surgir poemas a saudar as rimas do coração.
9.       Assim é, e assim será para todo o sempre, desde, O rei Salomão, as Iliadas, Virgilio, Eça de Queiroz, Cornélio a Lápide, Tomas de Aquino, Boaventura, Claraval, Platão, Aristóteles, Bella Spanca, Frida, Cora Coralina  e Cecilia, Vieira e Bernardes, hoje com Antonhy Kiss até o último e solitário peregrino da letras livres, acontecerá a sucessão da épica função de pintar quadros com o pouco de tinta fresca que sobejou da mesa do Grande Artífice.
10.   Uma façanha empírica em constante evolução, uma estirpe humilde, sem ganhos e capital mas como só ninguém conseguem na esfera terrestre realçar o matiz necessário, na terra, no mar, no ar e dar cor, brilho ao seu parecer anímico e plasmar na criação o verbo do sorriso, a melodia do coração.


Helder Tadeu Chaia Alvim

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