segunda-feira, 15 de junho de 2015

o terceiro profeta

 O terceiro profeta
1. Corria o ano de 597 A.C,  o  jovem  Ezequiel  se preparava  naquela manhã de primavera para ministrar seu oficio no templo de Jerusalém quando uma orla de soldados babilônios se achegou ao templo com a ordem expressa do general Nabucodonosor para conduzir o rei Joaquim, Ezequiel, sua família, amigos para o exílio.Foram levados mais de  10.000 deles, em sua maioria jovens. Daniel seguira anteriormente para lá.
2. As noticias não eram nada boas para os hebreus, a escravidão em voga cerceava em si a liberdade e  a vida do povo eleito, uma diáspora obrigatória que desumana feria a história de luz daquele povo missionado para ser o berço de Jesus Cristo.
3. Tudo contribuía para uma enorme depressão coletiva, pois em lá chegando a comitiva encontrou um outro povo,religião, costumes e uma circunscrição geográfica totalmente diferente de Sidon, Tiro, Cafarnaum, uma culinária ogre, um povo no mínimo estranho cultuando deuses mais estranhos ainda.
4. No entanto Ezequiel, não se deixou abater pela hora adversa, reuniu a assembleia e continuou e continuou incansavelmente seu discurso de tonalidades ora misteriosa, ora de vindima, ora de esperança. Viu em suas visões Jerusalém ser destruída, a total escravidão dos seus irmãos judeus.
5. Mas não fugiu de sua missão, foi ele que sustentou na profecia  'um novo coração e um novo espírito’ . De um lado o mundo caia em trevas tenebrosas, de outro ele via que a situação social iria mudar...
6. E cantou forte seu canto de esperança salvífica: ‘ – Assim diz o senhor Deus, eu mesmo tirarei um galho da copa do cedro, do mais alto de seus ramos arrancarei um broto e plantarei sobre um monte alto e elevado.’
7. ‘... Vou plantá-lo sobre o alto monte de Israel. Ele produzirá folhagens, dará frutos e se tornará um cedro majestoso. Debaixo dele pousarão todos os pássaros, à sombra de sua ramagem as aves farão ninhos, e todas as árvores do campo saberão que eu sou o Senhor.’
8.’... Que abaixo a árvore alta e elevo a árvore baixa; faço secar a árvore verde e brotar a árvore seca. Eu, o Senhor, digo e faço!’
9. E Ezequiel profetizou às margens do lendário rio Quebar. Ele possuía um carácter literato e culto, era um historiador de sua época, afeito a construção naval, que mesmo o pesado jugo da escravidão babilônia não conseguira vergar o espirito do terceiro profeta.
10. Então, ‘ o filho do homem’, continuara e continuara sua preleção, acolhendo os milhares de hebreus, entre eles o Rei Joaquim também deportado naquele  tempo instável  em que o poder passava de mãos em mãos. Assírios, egípcios, babilônios, todos eles se revezavam por assim dizer para humilhar um dos povos mais ancestrais da historia humana.
11. Mas da raiz de Jessé viria o salvador, a esperança de Cristo, descendente do rei David povoava a mente e o coração do profeta. Surgiria sim na curva do destino o novo David, justo, solidário para apascentar o rebanho, buscar a ovelha desgarrada, seria no dizer brilhante de Ezequiel um novo tempo, um novo tudo!

Helder Tadeu Chaia Alvim




Nenhum comentário:

O cacarecado x ativismo do senso comum

  O cacarecado x ativismo do senso comum O momento estonado traz um viés de tudo ou nada, uma espécie de negação das verdades absolutas em p...