quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

'quia me deleriquistis?"

Quia me deleriquistis?

1.      O que impressiona é que o próprio Cristo Senhor, em um determinado  momento em sua trajetória terrena se sentiu como que abandonado pelo Pai Eterno, e saltou um grito lancinante no gólgota, brado este que estremeceu as montanhas de Jerusalém, o templo de Salomão, e encheu de estupefato a cavalariça romana, o povo judeu, os discípulos do caminho.

2.      ‘Porque me desamparastes? Era o Cordeiro que falava, o mesmo que operara milagres, do feitio de ressuscitar o amigo Lazaro, curar os cegos, fazer andar os paralíticos, sanar as chagas dos leprosos, salvar o servo do centurião de morte prematura, expulsar demônios, trazer de volta à vida o filho da viúva de Naim.

3.      Parece que na cruz naquela fatídica sexta feira santa a sua natureza humana fora entregue a uma escuridão tremenda e inexplicável, pouco antes das trevas na hora nona cobrir toda a terra.   Por causa de nós homens e nossos pecados ele se submeteu à imolação, derramou todo o seu sangue, atestado pelo soldado Longino, as santas mulheres e João Evangelista,

4. Diante de Dimas fez a promessa do paraiso, encontrou no fundo de seu coração palavras de vigor e esperança; mesmo com a  turba multa reunida, açulada pelo sinédrio, ávida de ódio insano contra Ele o Justo demonstrou um equilíbrio e uma sabedoria de converter os pecadores, consolar os fracos e confundir os asseclas do anjo decaído.

5.      Este sentimento estranho acompanha a humanidade em todas as fases históricas com maior ou menor intensidade, mas a persegue numa inquietude de arrepiar, e cada tempo específico tem seu calvário particular; não adianta fugir, negar, pois os pregos, açoites, espinhos pontiagudos vem proporcionais aos seus erros, e atinge  alma coletiva das nações em cheio, e na modalidade  que cada uma pode suportar.

6.     A dor vem inevitavelmente, quer seja através de uma enfermidade, de uma provação material, de um revés moral, social, doméstico ou coletivo.

7.     Guerras, conflitos mundiais o que são senão um problema de alma individual, que somado às circunstâncias diversas envolve o planeta, e não há quem escape de seu vento furioso. No momento que chega, o horizonte se tolda, o ar falta aos pulmões, e é preciso olhar mais além, pousar sob o instrumento da esperança para não desfalecer.

8.      Até hoje quando o movimento corre célere para o abismo da desproporção conceitual, não houve exceções à regra, e há muito que cada século colheu a decepção, o abandono anímico.

9.      No entanto Aquele que tira o pecado do mundo no dizer da liturgia vem mantendo sua palavra de sustentação empírica, e assim será ate´que a última folha toque o chão no derradeiro outono da raça humana, quando se ouvirá a corneta arcana anunciar aos quatro cantos da terra, a consumação dos séculos.

10.  Hoje em dia o sentimento de frustração coletiva paira no ar e aperta o peito daqueles que não se deixaram levar pela anestesia da precificação, mas mantem em seu coração uma pontinha de esperança, baseada na revelação do Cordeiro.

11.  Mais ainda, tocamos o clímax do absurdo existencial, mesmo que muitos queiram disfarçar a realidade, e mesmo esquecer a verdade de Cristo, seus ensinamentos, sua Igreja, a parusia anunciada do mundo bom ou era do Pater será realidade, assim como foi a chegada do primeiro natal. A segunda vinda de Cristo trará em seu bojo bendito um clarão salvifico, assim como na encarnação a Virgem aquiesceu aos desígnios do Altíssimo Senhor, e seu sim redimiu o mundo, também na parusia do mundo bom, ela estará presente na construção da profecia do Pater, sem ficção mas na realidade cristalina das profecias...

12.  Mesmo que queiram disfarçar, mesmo que não cultivem a calma produtiva e tentem esconder em seus excessos de loucura a frustração que a todos envolve, mesmo que queiram um calvário diferente do Nazareno das luzes, mais cedo ou mais tarde se verão nocauteados pelos mesmos anseios errados. que queriam certos em suas mentiras camufladas de verdade.

13.'  O quia me deleriquistes,' se torna atual, e traz em seu bojo uma força interior de alma capaz de transformar o mundo. Sábios seríamos se por uma reflexão sincera e humilde chegássemos à constatação que Cristo é o caminho, verdade e vida de todos indistintamente, o pastor bondoso e forte de um rebanho criado à imagem e semelhança dele.

14. Não adianta fugir desta realidade universal e imprescindível para a humanidade inteira; ao tatear e construir seus trunfos científicos se afastou da fornalha ardente do amor total, e edificou para si e os seus, vórtices contrários a sua condição humana de sintonia e empatia, conseguiu destruir o planeta e engendrar conflitos que poderão dizimar a raça humana em questão de segundos nano tecnológicos.

15.  O homem, que pena, cresceu e se multiplicou em orgulho, poder e está começando a colher decepção, lamentações, e ainda vai chorar um choro de sangue e um desespero à altura de sua maldade deliberada.

16. – Anh! Poeta do mau agouro, sai para lá, profeta de dias tristes, protesta do reino do outro mundo, que aqui não cola sua derivação. – Certo, vejo que a interação trouxe o resultado pretendido, e  aconselho a descer de seu concreto protendido e analisar comigo a situação de grande constrangimento geral a que passamos, pois bastava um olhar sincero ao Deus humanado, uma disposição de alma diferente e consequente   que a nossa realidade seria outra, mais evoluída, trazendo paz, harmonia, bem estar para todo o tecido social.

17. Irmão(ã)vocês que se dispõem a ler estes rabiscos, escritos ao amanhecer, saibam que agradeço o seu ombro solidário; não se desesperem nunca, esperem a monção divina da explicação.

18.  Raiará o dia em que a natureza inteirinha irá dar os créditos devidos ao seu Criador, e viverá consoante com o saltério de dez cordas, e embalado por uma canção arcana vai construir aqui no planeta terra um outro mundo diferente com a moldura, quadro, pintura totalmente remodelados pela Rosa Mística de eleição. E haverá ‘um só rebanho e um só pastor’.

19.  E o brilho de Deus aparecerá em toda sua nitidez diáfana, e muitas coisas novas aparecerão em todos os campos da atividade humana, psicológica e anímico empirista, e borbulharão ações e mais ações profícuas em prol da paz universal.

20.  Aquele ser supremo que um dia se fez homem,’ propter nobis’ nunca dormiu e sequer  ignorou a sua grei, sempre esteve conosco, nas manhãs alvissareiras, e nas noites nebulosas da provação. Ele, somente ele possui sabedoria e força suficientes para imperar aos ventos da discórdia que cessem de assolar a terra e seus habitantes, que cessem de destruir a harmonia, o equilíbrio  do planeta.

21.  A humanidade terá uma segunda chance, suficiente para operar a lição do Pater, conhecer a profusão do Filho das complacências,  impulsionar a menção do Espírito Santo Paráclito , e sentir o odor puro e benfazejo  da Rosa Mistica, revigorada que será pela revoada de asas arcanas.

22. Mesmo que estas palavras soem incompreensíveis aos ouvidos de outrem, digo que no meu entender a criação almeja sintonizar-se com o Criador, e o empecilho se encontra justamente na antipatia a tudo que reflete Deus na terra.

23. Cessada as brumas da incredulidade, haverá vazão suficiente nos corações hodiernos para propósitos capazes de  mudar radicalmente para o bem comum maior, e entronizar em todo o lugar o Amor Total.

24. Na verdade a criação finita tem sede de justiça, e justiça em abundância e vai selar um pacto universal na terra dos homens pela paz, se lhes apraz escrevi estes traços, trazendo essas ponderações...

25. Desejo a todos vocês uma  abençoada Páscoa do ano da graça dois mil e quinze e um forte abraço de união e que todos os seus sonhos de mundo bom se realizem prodigamente em toda a extensão de sua vida feliz neste  ano afora.

26. Se ousasse descrever todas as maravilhas acerca de Jesus Cristo, sua Mãe Santíssima, a sua Igreja, estas linhas não conseguiriam abranger em toda a sua extensão empírica tal gesta do filho de Deus Humanado por nós homens e pelos nossos pecados, e nem mesmo o maior sábio da terra, o anjo mais clarividente do céu, o poeta ou escritor mais célebre concluiriam esta gesta com sucesso! Que dirá um poeta minimo, hein!


27. O mundo novo que está para chegar, ' não nascerá do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus mesmo, e de sua plenitude todos nós receberemos graça por graça, despontará esse grande dia e uma grande luz brilhará na terra, as nações em conjunto cantarão um canto novo ao som da harpa e da cítara suave, e os povos aclamarão com clarins e trombetas o novo tempo, conhecerão a salvação e a justiça'( liturgia do Natal)


28. E  o som da afinação continua num crescente admirável: ' ... Então como serão belos os ´passos pelos montes, os pés anunciando a paz, proclamando em toda a parte, o bem para restabelecer a dignidade perdida, e o mundo todo irá descansar sobre os ombros do Anjo do Grande Conselho.' ( idem, incluído na antifona do Natal).

Helder Tadeu Chaia Alvim


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