terça-feira, 23 de setembro de 2014

a oração perfeita

a oração perfeita

1. A nossa época em ânsia insaciável de tecnologia se esqueceu do principal, de afagar a alma, aliás sem calma deixou-se  escapar de suas mãos em algum instante afônico a oportunidade de ligar o presente ao passado com vistas ao futuro empírico. Ah! não realizou a transição devida, abandonou o natural, da reta fez a curva e apeou de sua via a paz, a harmonia e a felicidade de situação, não sustentou sua alma com aspirações elevadas, idealizou um mundo egotizado, e realizou ações perversas contra a própria mãe natureza, engendrou guerras, armas e se aliou ao anjo decaído.

2. Tudo junto, tudo misturado, perdeu o sabor, o sentido de sua existência, e usou sua inteligência para afirmações fátuas, se lhe apraz vamos tocar num ponto expoente desta corrida louca, despropositada da robótica em ascensão cavando seu tempo escatológico abrangente em direção aos lodos contagiantes de loucos calabouços.

3. Num gesto sensato, o planeta terra, e seus próximos e distantes astros estelares suspiram pelo equilíbrio tonal entre si, uma oração perfeita de ênfases, luzes, cores e harmonias que geram cotidianamente na sua interface a beleza da criação e manutenção divina.

4. Trata-se duma geração da energia de Deus impulsionando calor,  compreensão,  agregação  das moléculas,  bondade de seu giro simétrico sem os quais tudo caminharia para a destruição total. O único lugar em que esta ordem natural não é observada, adivinhem onde será? Justamente na terra dos homens que se dizem sábios, plugados, inteligentes e bonitos, ah, ah, ah ! ! ! 

5. Um assunto puxa o outro, e vou filosofando na poesia simples destes traços de poeta mínimo, e digo mais que a evolução tecnológica trouxe indubitavelmente avanços em campos expressivos do conhecimento empírico, da medicina magnética, da engenharia quântica, do direito constitucional, da comunicação em tempo real, etc. etc. etc. 

6. No entanto no universo intrincado do ser humano surgiram em meio as benesses, inverdades, ambições desmedidas, ódios de classes,disputas políticas, egos exacerbados, disfarçados de progresso, surgiram há muito tempo teorias e práticas, as mais absurdas com a finalidade de banir, se possível fora o Criador e sua ordem perfeita do universo, tanto material, quanto espiritual. 

7. Quando escrevo estes traços na primeira manhã da primavera no hemisfério sul, mais propriamente no paralelo 56, muitos desses e dessas já desceram à tumba fria e também prestaram contas de sua administração no tribunal inafiançável de Deus, Nosso Senhor, o supremo legislador da vida e da morte, fim último e primeiro ( alpha e ômega ) da existência humana, quer queiram ou não para lá, mais dias, menos dias todos rumamos, pois até hoje ninguém ficou para semente, ah, ah, ah ! ! !

8. E as instituições lucrativas que elegeram o ter para a façanha de sua vidas corporativas, intuíram mover os cordéis do consumismo aleatório, do lucro perverso, relegaram intencionalmente o ser para o acostamento de suas vias expressas, e na pressa determinou direções que nem eles mesmo sabem onde vão chegar, no céu de valores transcendentais é que não será por certo, pois o anjo decaído tanto quanto se saiba pelos livros sagrados mora nos lugares inferiores, e eles mesmos não se entendem entre si e somente costuram alianças com a pretensão soberba de serem outros deuses, e enlear os mortais em sua teias de intrigas eternas, e tormentos de gogo sem fim... 

9. A meu ver neste fundo de quadro encontramos a explicação do bem e do mal na terra, o livre arbítrio, a mão mantenedora do Criador, a interferência inócua dos cidadãos e cidadãs do mundo a serviço do anjo decaído.

10. E nesta dicotomia perversa o sobrenatural é retalhado, a alma caricaturada, a vida desprovida de atrativos transcendentais, o ambiente sem paladares definidos gerou estas aberrações de convívio doméstico e universal que muitos se perguntam: já é o fim do mundo?

11. À calma sobrepuseram a pressa inconsequente, a falta de respeito pela mulher, fina flor da criação, roubaram  a inocência das crianças, inventaram uma tal de telinha mágica onde todos querem habitar em seus devaneios vãos, a criação literária, humana, divina, se extinguiram quase que completamente, e viraram tudo às avessas, borraram o quadro da criação com guerras, hegemonias, e instalaram nos governos e administrações a cultura da corrupção, da demagogia e das vantagens indébitas. 

12. Infere-se naturalmente que se faz necessário um banho de luz benfazeja no momento atual para trazer de volta a verdade plena, a justiça atuante, a bondade contagiante, a misericórdia exuberante venham o quanto antes, e agreguem valores esquecidos, esmaecidos pela longa espera. E aquele grito lancinante do Gólgota Salvífico, aquela promessa do Homem Deus se realize: ' Pai seja feita a vossa vontade assim na terra como nos céus!

Helder Tadeu Chaia Alvim

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