sexta-feira, 20 de junho de 2014

A fé e o suplemento dos sentidos na era do 'app Slingshot

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1. '... Não te esqueças do Senhor teu Deus que te fez sair do Egito, da casa da escravidão, e que foi teu guia no vasto e terrível deserto, onde havia serpentes abrasadoras, escorpiões, e uma terra árida e sem água nenhuma. Foi ele que fez jorrar água para ti da pedra duríssima, e te alimentou no deserto com maná, que teus pais não conheciam.' ( livro do deuteronômio) Dessa maneira discorreu o patriarca Moisés elucidando ao seu povo a predileção de Deus, e me veio à memoria a festa do Corpus Cristi, que a Igreja comemorou ontem.

2. Um paralelo se abre naturalmente, e mesmo neste imenso deserto da tecnologia, dos selfies da precificação, dos apps invisiveis  conectados constantemente,  temos o mestre dos mestres  presente e ele o está realmente nas espécies escondidas do pão e vinho consagrados, maná da vida eterna que contém todos os sabores.

3.  Nesta suave e variada melodia Cristo embalou as eras históricas e tão Deus, e tão humilde esteve e está presente entre os homens, na sua infância, juventude e idade provecta e na última instância da vida se apresenta misericordioso e clemente como viático da tremenda e desconhecida viagem sem bilhete de volta., reservada aos caminhantes do deserto da vida.

4. A solene comemoração litúrgica remonta ao pontificado de Urbano IV na Idade Média quando em Orvieto instituiu esta magna festa. Coube ao doutor angélico a confecção do hino Lauda Sion em forma de poesia surgiu uma obra literária grandiosa, comovente, com seu ritmo, melodia, unção sem igual:

5. "Louva Sião, o Salvador, louva o guia e pastor com hinos e cânticos, tanto quanto possas, ouses tu louvá-lo, porque está acima de todo o louvor e nunca o louvarás condignamente. É nos hoje proposto um tema especial de louvor: o pão vivo que dá a vida.

6. É Ele que na mesa da sagrada ceia foi distribuído aos doze, como na verdade o cremos. Seja o louvor pleno, retumbante, que ele seja alegre e cheio de brilhante, júbilo da alma, porque celebramos o dia solene que nos recorda a instituição deste banquete.


7. Na mesa do novo Rei, a páscoa da nova lei põe fim à páscoa antiga, o rito novo rejeita o velho, a realidade dissipa as sombras, como o dia dissipa a noite, o que o Senhor fez na Ceia, nos mandou fazê-lo em memória sua, e nós instruídos por suas ordens sagradas, consagramos o pão e o vinho em hóstia de salvação.


8. É dogma de fé para os cristãos que o pão se converte na carne e o vinho no sangue do Salvador, o que não compreendes nem vês, uma fé vigorosa te assegura, elevando-te acima da ordem natural, debaixo das espécies diferentes, aparências e não realidades, oculta-se realidades sublimes.


9. A carne é alimento e o sangue é bebida, todavia debaixo de cada uma das espécies, Cristo está totalmente , e que o recebe não o parte nem divide, mas recebe-o todo inteiro, quer o recebam mil, que um só, todos recebem o mesmo, nem recebendo-o podem consumi-lo.


10. Recebem-no bons e os maus igualmente, todos recebem o mesmo, porém com efeitos diversos: os bons para a vida  e os maus para a morte. Morte para os maus, e vida para os bons: vede como são diferentes os efeitos que produz o mesmo alimento.


11. Quando a hóstia é dividida não vaciles, mas recorda que o Senhor encontra-se todo debaixo do fragmento, quanto na hóstia inteira. Nenhuma divisão pode violar as substâncias: apenas os sinais do pão, que vês com os olhos da carne, foram divididos, nem o estado, nem as dimensões do Corpo de Cristo são alteradas.


12. Eis o pão dos Anjos  que se torna alimento dos peregrinos: verdadeiramente é o pão dos filhos de Deus que não deve ser lançado aos cães, as figuras o simbolizam; é Isaac que se imola, o cordeiro que se destina à Páscoa, o maná dado a nossos pais.


13. Bom pastor, pão verdadeiro, de nós tende piedade, sustentai-nos, defendei-nos, fazei-nos na terra dos vivos contemplar o Bem Supremo, ó vós que tudo o sabeis e tudo o podeis, que nos alimentais nesta vida mortal, admiti-nos no Céu, à vossa mesa e fazei-nos co herdeiros na companhia dos que habitam a cidade santa. Amém, aleluia! "


Helder Tadeu Chaia Alvim

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