domingo, 20 de abril de 2014

a filosofia do mar

              a filosofia do mar

1. Ao tocar o mar  a  gente  sente uma espécie de fuga indefinida da realidade  que por exemplo nos  cerca  na  vida  cotidiana  da grande metrópole barulhenta e repleta de contrastes. A voz do mar é silenciosa, enigmática, persuasiva que aniquila e ao mesmo tempo eleva.
2. E neste macro cosmos de água transparece a pequenez humana, reflete um imponderável doido na alma e  no corpo uma sensação estranha. Ele parece dialogar com o seu interlocutor o tempo todo, e nas pausas avoluma suas águas e as esparrama na praia e pedras de sua margem.

3. O mar no seu falar intimista interage, pergunta, ouve, responde, chama o seu visitante à razão, à exatidão, à fugacidade. Sem esboçar palavras nos leva à reflexão, em sua solidão imensa declama um poema incompreendido à primeira sensação, mas convincente ao longo da conversação.
4. Se fixar nele demoradamente o olhar, você vai se emocionar e não se cansar de contemplar  suas ondulantes ondas plácidas, gigantes. Quando pensar que não, vai estar bailando com ele, sonhando com ele seus sonhos de mel, com ele recitando sua filosofia do cantar.

5. Amigos do face, em face desta escrita a brisa, o vento e o tempo no mar de Marataízes durante este feriado de páscoa me envolveu completamente e queria que todos vocês meus chegados de prosa, verso
 e mesa de bar estivessem lá comigo e o mar...

6. Ao  me afastar dele percebi que  me acompanhava em sua vibração peculiar por isso me senti diferente, mais amado, ousado, solidário, solitário;  mesmo distante, passando os dias, sei que não vou esquece-lo e suas lições de vida incisivas, serenas, fortes e comoventes.

7. No caminho de volta um adeus à coruja buraqueira da praia central e votos de felicidades em seu novo habitat, com direito a placa de sinalização bem em frente à sua morada de sol.

8. Ah! o mar, imenso, grandioso, eloquente, misterioso, suave, bravo; só adiciona quem tem sintonia com ele e parece-me dizer: 'poeta das curvas retilíneas, meu chegado, amigo e confidente não esquente doravante a moringa,  deixe de bobagem quanto mais preocupações e necessidades  menos liberdade...'

9. Ah! o mar ensina a gente tantas coisas em sua imensidão, e parece em sua prece dizer a quem o toca: -  Vê lá hein meu chegado de prosa que tudo seria mais simples se você atentasse mais para o bem comum que lhe cerca, para o senso critico que o sustenta em suas crises existenciais, para aquele olhar de anjo arcano que o encanta, para aquela fala direta que o norteia, para aquele andar despreocupado que o alivia, e viveria mais feliz e o timbre de sua voz seria mais sincero, e não se aveze pois quanto mais preocupações você carrega menos liberdade terá!

Helder  Tadeu Chaia Alvim

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