A janela da alma ou uma canção para Luciana
Introdução
1. O seu nome traz uma conjugação de Luar e luminosa, do latim raiz Ly ke > luc > luk > luz , mais Ana do Hebraico, graciosa. O seu ser carrega um quê indefinido de duplat, o seu olhar uma suavidade sem fim, ajuntando a delicadeza de seu toque assim...Foi num domingo qualquer que nosso encontro se deu numa mesa de bar. Aconteceu justamente naquele lugar que tantas vezes estive, proseei com os poetas do guardanapo. Tinha que ser e quando a vi pensei: uau!!! Sem rodeios me aproximei, travamos rápidos olhares e na significância daquele momento único em meio a um trago do cigarro L&m e da pinga maravilhosa nos entendemos de relance ...
2. E dali há pouco dois olhares estavam se encontrando na sintonia de um abraço num laço de imprevisíveis e afinadas melodias do coração, a saber a sintonia de uma amizade sem fim... Sei pouco dela e ela sabe bem pouco de mim, mas parece que a conheço faz tempo. Um tempo que o vento, o mar, a lua a trouxeram bondosamente para a Mesa 18 da augusta paulistana. As pedras rolaram e rolaram e acabaram se encontrando na esquina de uma rua conceitual, amada, cantada em prosa e versos sentidos pelos meus chegados do mundo bom que acreditamos ser possível.
3. O incrível é que o destino encaminhou duas razões opostas para se encontrarem na harmonia de um só abraço, na emoção de um momento de festa, confetes e colombinas. No eterno instante de um abraço depois veio a despedida, aquela dor ao ver a pessoa querida se distanciar e seus passos lentamente se afastando deixando no ar aquele perfume de duplat.
4. Olha que sou poeta e aprendi a admirar a mulher como obra primeira do Criador e tenho que lhes confessar que ele caprichou e a presença dela é especial demais!
5. Mas tem aquela de sua predileção e às vezes você passa um bom tempo idealizando uma visão, que um dia surge em sua frente uma mulher diferente com jeito de menina, olhar que ilumina e nessa claridade feminina seus voos de sublimação são o que mais encanta o coração de um homem que se deixa banhar por este bálsamo de tons impressionantes.
6. E ostro dia por acaso me encontrei com ela e pude vislumbrar mais uma vez sua presença e dizer-lhe em minha prece parece o quanto ela é amada e lembrada nas manhas, tardes, noites e madrugadas de uma rua augusta entre todas.
7. Ela foi o melhor de meus sonhos creditados e acreditei nesta página do caderno para oferecer-lhe o néctar de uma homenagem sincera e duradoura mesmo sendo um esboço percebo que vai nascer do mesmo um linda pintura
8. Depois de uma noite de sonhos mesmo não sendo Homero em busca da Ilíada, nem também Camões pranteando a Dinamene abandonada no mar das desilusões, tenho minha opinião a respeito dela e neste diapasão canto uma canção para Luciana meu anjo em botão, razão e emoção juntas, uma autêntica poetisa comandando a situação...
9 E numa mesa de bar entre confetes e serpentinas de rimas sem fim não afoguei o amor em um copo de vodka como no passado, nem chorei alguma colombina perdida no meio dos foliões; não era preciso tive a ventura de ter conhecido um sorriso cativante de uma janela que se abriu e de repente comecei a acreditar de novo na amizade...
10. Depois retornei para meu sertão mar a imaginar... e na próxima parada relatarei a quem possa interessar o que da escrita surgiu...
Deixar a palavra impressa acarreta responsabilidades e a probabilidade de ser compreendido, a meu ver, fica um tanto obnubilada, se a essência não for bem limada. Do que adianta elaboração exaustiva se a locomotiva do pensamento não acompanha a inspiração e a aparência carrega consigo a ausência de uma cantiga suave. Não sei se a hora é propícia, só há um jeito de saber, falando agora, pois o anoitecer da vida bate à minha porta.
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