sexta-feira, 31 de maio de 2013

a quintessência do entonces...

a quintessência do entonces...
1. Ainda nesta terra de desilusões, lágrimas sentidas florescerá a Rosa Mística, se sentirá o seu perfume melífluo do 'Fiat', em toda a abrangência do querer divino, em toda a confluência de ações meritórias.

2. A paz nascerá, o corpo conjugará as potências, a alma estará no olhar, a fraqueza será forte, a fé transportará montanhas, a esperança se consolidará e a caridade se tornará uma instituição.

3. Visão de um poeta mínimo? Nem tanto, já fora escrito anteriormente, o J não se desviará do prumo, eu presumo que muitos crerão, quando o arcano chegar e desenrolar o pergaminho do tempo, terá lugar nesta terra uma aquiescência coletiva ao 'Bem Maior!

4. Vamos passo a passo, esta era a que me refiro marcará o ponteiro e pontuará a quintessência do paraíso perdido. E todo  o passado, incluindo o da alta definição, da notícia em tempo real e dos 'milagres da tecnologia, se assemelhará a palha perante ao futuro presente.

5. Duvido que duvidarão do que está por vir, novos céus, nova terra, passada a comoção, o Amor ditará, sem se impor jamais, as normas do coração.

6. E aí, olhando à nossa volta, o ambiente denota um paradoxo irreversível, e poucos são os que aquilatam toda a extensão do abismo que se abre bem em frente dos olhos cansados da humanidade universal.

7. - Então, poeta das rimas de aparência desconexas, como se sucederá entonces, em que asa arcana apoia seu parecer? - Perguntas estas que demonstram preocupação, pois somos seres sociais e a frustração bate a todo instante em nossa porta e o mundo ideal das certezas empíricas se distancia à léguas do que a sociedade em um todo deveria ser.

8. Uma sociedade falida em vários aspectos, que sequer reflete em sua existência, que aceita passiva a corrupção, a violência, que não cultiva o calor humano, que só olha para seu umbigo, que cultua o hedonismo a mais não poder, que faz do consumo a razão de ser de sua felicidade, que assiste anestesiada migrar para a política defecções espantosas.

9. Pensando juntos vamos chegar a uma conclusão de consenso que só uma aliança forte com o supremo Bem, um olhar coletivo diferente repensando claramente a situação, uma solidariedade plena poderá fechar completamente o dique trincado, senão fora assim. mais dias, menos dias,  a ruína do nosso tempo, será a nossa própria ruína.

10.As fórmulas científicas de sociologia não existem, as teorias socialistas fracassaram em uma prática perversa do mando pelo mando,o capital está desgastado, restou o melhor: a fé, 'grande suplemento, para os sentidos completar!' 

11. Na era das catacumbas de Roma altiva,  Nero vigiava o império com olhos de lince, e não conseguiu impedir o florescimento da religião do Nazareno, e os próprios pagãos comentavam: 'vejam como eles se amam!'

12. Pronto, baseado na história universal vemos que toda vez que a humanidade cria juízo e se move sob o preceito do Amor, coisas maravilhosas acontecem e as pedras de tropeço são afastadas num átimo de tempo. Toda a vez que  ela reconhece a grandeza do Criador e vive conforme sua lei de sabedoria tudo se encaixa como luva.

13. Do número da sorte treze vou ficando por aqui, espero que estas reflexões que fizemos juntos sirva para estreitar nossos laços sagrados de amizade, aliás nesta cidade tão bela, que traz um ar pardacento e não isento de sobressaltos, mas repleta de mil lições.


Helder Tadeu Chaia Alvim
São Paulo, trinta  de maio de dois mil e treze,
Festa de Corphus Cristhi










terça-feira, 28 de maio de 2013

o sintoniza x o antoniza

o sintoniza x o antoniza
o sintoniza x o antoniza
1. Entre diferenças e semelhanças vamos pegando no tranco para escrever mais uma postagem no mês das flores, maio dos sabores e frio sem cores. Em meio aos caos quase final de uma época onde pululam noticias tristes, desencontradas, da maldade institucionalizada, onde tantos que não vão na onda fácil e quebradiça se perguntam: será o acorde final da terra?

2. De quebra, o movimento deste desgoverno interno e externo por que passa o gênero humano tem sua origem no anjo decaído e com a mãozinha das paixões não atreladas à razão, ele se congestiona e de pequenas em pequenas crises existenciais o montante absurdo se apresenta cotidianamente e apavora minha simploriedade, e o jão não encontra explicação plausível e nem enxerga solução.

3. Haja espaço, cansaço, papel em branco no aguardo da gesta simples de expor versos, na tentativa quase vã de minimizar aos meus chegados os pavores da situação enunciada, tema de nossas conversas variadas, e no aguardo da anotação, mais na frente surge a tão suspirada 'dissertação' rolada  levemente nos entornos da inspiração.

4. Tudo se passa no imprevisto, sem data marcada, pois sempre se tem de grátis o infinito para assuntar à moda de limar o juízo na interação e degustação das rimas, deduzindo o que elas oferecem ao parnaso das intenções sinceras.

5. Sem tema definido o poeta cria seus versos no exercício prazeroso da escrita melodia, conjuga as letras espairecendo na companhia delas, aparecendo na amurada singela de sua face. Pode parecer de somenos importância para alguns desatentos não afeitos à beleza de suas interjeições, mas aos amantes da poesia pura tudo se transforma em rima, fria ou quente dependendo do humor, aleite e momento exatamente.

6. Me vejo envolvido na inflexão, os minutos correm, a inquietação momentânea aparece e move o concreto e o abstrato na mesma direção, a reflexão aparece para a inter ação do ponto em questão, e o repente se enche, ciente de satisfação.

7. Oh! Deus, arquiteto das palavras, me auxilie  na soleira desta madrugada fria de maio a encontrar as palavras assemelhadas..., enquanto muitos dormem um sono prolongado para acordar às vésperas de sua última viagem, me encontro virando para o canto de minha emoção incerta, no bocejo insone quase matinal, o relógio da Igreja do Outeiro do Divino anuncia ser 4 horas da manhã.

8. Enquanto alguns poucos arriscam as ruas da solidão, por aqui vou ficando sintonizando hoje uma cantiga amarga da realidade de meus irmãos, almejando que os antônimos se afastem da sociedade e a verdadeira saciedade apareça aos borbotões. Ela já existe e um monte de versos seriam insuficientes para descrever sua beleza, abastança e tudo o mais que ofereça.


9. Ela emana de um Grande Ser, de melodia divina, o arquiteto das palavras por excelência, maestro das criações, senhor das monções, interlocutor das emoções que à luz  chamou  o caos do começo e na sua visão  perfeita desenhou ordenações magníficas, pintou nele cores diversas, aquelas que não esmaecem com o tempo e uso indevidos. Duvido que um homem possa entender toda a amplitude de sua providência, toda magnitude de sua clarividência.


10. Os versos talvez consigam entrar um pouco no seu universo e ver que no prejuízo açambarcado da hora presente poderá surgir a restauração completa da moldura trincada, o desejo sincero de renovação para si e a mãe terra quase devastada pelo lucro e ambição.


11. E na beleza intrínseca de sua liberalidade, Deus que ama a humanidade, que não quebra a aliança poderá soprar alguma mecha que ainda fumega em algum canto escondido do planeta, e não sei como operar a obra de fazer palpitar a chama da esperança que ainda fumega em algum coração fiel.


12. E ela será a alavanca para o melhor, ainda não saboreado, resta saber se o livre e solto arbítrio vai continuar obstruindo sua chegada e se algum fato novo que poderá virar o jogo e o bem vença totalmente o mal. A não pensar assim, a vida se angustia e estreita sem saída, mas analisando as gerações e tudo o que ficou para trás, vê-se claramente que a hora, o tempo e os desejos de Deus não são os do homem.


13. O sinal, sim o sinal desta nova era está no interior da alma. Quando ajuizados os ponteiros, os cômputos do tempo finalizados, a sintonia perfeita entre criador e criatura escreverá a página original da história, sem rasuras, reticências. Da diversidade do universo em sua unidade benfazeja nascerá um novo sol para aquentar as cabeças 'tontas' destas eternas crianças grandes, então elas se darão conta que existe um 'Bem Maior'.


14. Quem anda cedo bebe água limpa - canta o adágio popular - o gênio de Cartago, Agostinho de Hipona bradou um dia em África bendita: ''...tarde te encontrei oh! beleza sempre antiga e sempre nova... tarde te busquei!'. Não é de verdades científicas que fala, mas a alusão torna-se clara e insofismável, de uma vida, de uma alma, de uma eternidade. O que ele profere com magistral ansiedade vale para mim também, para todos os homens, inseridos que estamos na realidade da existência de Deus, autor da criação e fim último de todas as criaturas.

15. Por mais que não pareça, Ele está presente, está mais próximo do que imaginamos, sua presença onisciente e onipotente sustenta o universo e cada detalhe de tudo o que se move e existe, desde o fio da cabeça tonta do homem, até a evolução simétrica dos astros e átomos escondidos.

16. ' Em Deus estamos, em Deus nos movemos' exclama Paulo de Tarso, Ele sempre esteve presente na movimentação das eras, desde nossos primeiros pais até os dias que correm para o abismo dos desencontros e maldades hodiernas, sempre existiu e vai existir sempre e o que Ele mais deseja em sua bondade infinita é nos ver livres da peia do anjo decaído, preservados da 'fritura eterna' e nos introduzir em sua companhia, e a dos anjos e santos nas esferas empíricas do céu.

17. Irmãos meus, viver na terra é bom, mas é um detalhe que passa ao cabo de 80 e 90 anos, o que vier depois disso é lucro espiritual de 1ª grandeza e para sempre. Então porque não fazer daqui uma ante câmara suave da outra vida? 

18. Ingredientes temos de sobra, a natureza generosa, o firmamento de astros grandiosos em constante evolução, e mais do que isso, o coração inquieto, para cultivar a paz, a harmonia, a verdadeira fraternidade universal, basta querer!

19. Ser livre! oh! diferente do jargão de hoje em dia, significa algo transcendental e incomensurável, ser feliz é usar de todas as potências do corpo e espírito para o bem para o proveito correto de si e de outrem. Na era da alta definição tecnológica, da ressonância magnética, dos neutrinos e nióbios quânticos, um motivo a mais temos para acreditar em Deus, pois in fieri dotou o homem de inteligência suficiente para alcançar estes avanços inomináveis. 

20. Resta saber que aplicação fazem de suas faculdades cognitivas, que ações imprimem em face destas expressões de sabedoria. Deixo-os com a poesia singela do calor e abraço pois a água limpa nos espera!

Helder Tadeu Chaia Alvim 

quarta-feira, 22 de maio de 2013

O Gigante que dormia na curva do rio...

O Gigante que dormia na curva do rio                            
1. Ah! o Brasil que amamos, que nasceu à sombra da árvore da vida em que rumos encetou? Não certamente naquele que um dia o Príncipe da Paz imprimiu suavemente na terra sob o bafejo sagrado da Virgem de Nazaré. Se iguala mais aos rumos do império decadente dos Césares Romanos, ao clássico: ‘panem et circenses’ ao regalar hoje o consumo, os modismos, a ausência de cultura e calor humano.

> Em São Paulo assistimos uma Virada Cultural que não virou, teve até Senador da República assaltado em seus pertences... A coisa está séria e o markenting cultural não está resolvendo os anseios maiores da moçada... A meu ver o que realmente há mister é de políticas públicas que contemplem durante os 365 dias do ano integralmente os artistas de rua, poetas, artesãos, músicos, escritores, artistas plásticos, etc., numa bem estruturada ação e- arte e não esta - apesar da boa intenção - aglomeração perigosa em que põe em risco a vida dos cidadãos do bem.


2. Sob o jugo anestesiante do ter em prejuízo de ser uma grande nação, solidária, equânime com suas contas publicas em dia, sem este assistencialismo de cabresto, sem esta violência crassa, sem esta disjunção entre o pensamento e a prática, sem esta empreitada exaustiva nas passarelas fashion da realidade editada.

3. A Grécia de Sócrates um dia esboroou na dicotomia entre ação e lógica; Roma altiva implodiu sua gente nas sombras do mundo bárbaro e nem o grande senador Cícero conseguiu obstar seu declínio. Em tudo e por tudo nossa era não difere ‘destroutras’ quando a  democracia de uma sucumbiu ante a ambição do mando ou sob a bota de Títeres laureados, destoa sim a não ser pela amplificação dos bytes vigiados a serviço de uma política deficiente e fora do eixo constitucional que ameaça constantemente o equilíbrio e autonomia dos três poderes constituídos.


4. Em tudo e por tudo a verossimelhança entre a ‘pax romana’ e a res publica bar zileira se apresenta símile, à situação psicológica que pregou o Justo sob a ovação da turba multa, impulsionada pelo conluio sinedriano na lendária e santa Jerusalém do ano 33 da era cristã, com uma agravante que estamos no reino da alta definição nióbica que transforma seres humanos em máquinas anômalas e cilício em cérebros pensantes.


5. Pesar a mão na escrita de pouco adianta, apelar para a noção de bom senso não resolve e sequer encontram ressonância natural neste imenso país continente de riquezas 'indefinidamente' in vitro, de poder e charme esbanjados à custa do erário em contraposição ao senso comum, onde o fazer público se antoniza com o povo que o elegeu. Os anseios de unidade nacional e brasilidade como queriam Gilberto Freire e Mauá se esboroam nos muros não  representativos da atualidade brasileira. Para que? Porque? Soem acontecer desta forma, não o sei exatamente, talvez Lampedusa esclareça: ‘... para que as coisas permaneçam como estão, é preciso que tudo mude...’ Será? Serão? Em face da realidade atual, eu passo!

6. Ante os cordéis da fama agitados na azáfama do momento fútil tudo é possível, imprevisível, enredos montados, passíveis de acordos; pautas e mais pautas preenchidas pela voracidade dos interesses partidários fazem escola e impedem ao Brasil de decolar para seu destino de verdadeira grandeza pátria no conce
6 rto das nações.

7. Ao andar pelas ruas da metrópole paulista ( termômetro inconteste da situação doméstica) tem-se a impressão de ver gente que anoitece e não amanhece, gente faminta de pão espiritual, gente desnuda no seu corte à carácter, gente carente de conceitos empiristas e desapracatada em seu recato concretista, gente ativa em potencial, muitas vezes quedada em seu canto desativado, sobrecarregada pelas contas a pagar, desalentada em seu seio familiar, e descartável no que tange aos aspectos financeiros.

8. Gente que a sorte contrária condenou ao invisível de sua condição outrora pujante, gente batendo o prego sem estopa e envolta sem perceber numa vida surreal, presa a conceitos ditos modernos, mas que guardam em seu bojo o inferno existencial, gente sensata que na exata medida de suas conveniências se isola em seu ‘infinito particular ‘, esquecida da alma aquecida na cultura e prece correta. 

9. Muita gente, gente de todo o quilate humano, diversa, simpática, inteligente, sóbria, simples, empoada, introspectiva, espontânea, sombria, triste, alegre, comedida, louca, irmã, gente acelerada para não saber aonde ir, gente apressada em sua evolução neutrina, gente imprensada cantando a beleza da vida a plenos pulmões, gente poética, lírica, patética, gente a esgrimar com o tempo, o relógio e a agenda, gente a se refugiar nos smartphones, a saciar sua sede de futilidades nas redes sociais yotubeanas.

@ Gente andando de bicicleta, a pé, de moto, carro e caminhão, avião e ônibus nesta imensa e complexa cidade nação onde a vida passa de repente, às vezes com silvos de serpente e o tempo agigantado não espera e pela janela vi nuvens diversas, ao acaso dispersas, inversa de dores, de sabores perplexas.


10. Muitas realidades presenciei, infindas solidariedades vivenciei, de um povo sofrido, desapercebido talvez, no revés forte e constante, de planos periclitantes, cambaleantes de anos, sem falar dos desenganos numa extensa e rica metrópole de diversidades mil.


11. Vi gente misteriosa, desnuda, muda, atenciosa, laboriosa se quiser, se puder, silenciosa, sequer talentosa com as quais meus sonhos de mundo bom compartilhei... Com tudo isto chegar ao fim e um não valer por um sim a verdadeira rosa vai desabrochar com perfume de jasmim, afinal por sinal dos tempos a Grande Arte vai chegar!


12. Isto tudo eu vislumbrei pelos olhos dos homens simples do povo e esta gente gritava um grito forte que ensurdeceu a nação canarinha e diziam na amplitude de todos os lugares: - Acorde gigante Father de seu sono letárgico e pese bem o que realmente quer para si e sua geração de filhos devotados. E ele dormia um sono solto intercalado de pesadelos, pude perceber sua respiração ofegante. Em determinado momento seus tremores cessaram, passou para um ritmo suave, balbuciou alguns sons ininteligíveis, abriu os olhos e no seu olhar pude ver coisas que não sei contar e  palavras mais bem arranjadas não saberiam exprimir corretamente.

@ E uma série de intuições passaram em minha retina de uma só vez, eu vi o esforço de Nóbrega e Anchieta e sua fé conjunta na terra iluminada de Santa Cruz; eu vi Mem de Sá e sua épica jornada; a guerra e destemor de Arariboia e seus feitos marcantes a favor do Brasil Colonia; Bernardes e Vieira, ambos em sua oratória primorosa discorrer sobre o destino promissor reservado à jovem nação; vi a sorte de Antonio Conselheiro sua luta e prece, e depois  receber da mãe pátria, açoites, canhões e morte; a azáfama e missão de Mauá e Taunay, com visões de  além época; as andanças categóricas de Euclides e o sertão em riste de resistência. 


@ Eu vi nesta imensa amplidão um chão povoado de feitos, glórias, conquistas, tristezas, amanheceres consumidos de arranjos derradeiros, cruzeiros iluminados, procissões do divino e o terço da santa ser desfiado por mãos de esperança e devoções de reza forte.


13. Eu vi nestes olhares de fé singela tantas coisas, atos puros de tantos brasileiros a alumiar o terreirão  na lua cheia de um Brasil primevo. Vi a bondade de D. Izabel e seu coração redentor, a inteireza de carácter; genialidade, parcimônia, e  inteligência de Pedro II, o primeiro e único monarca que amou, viveu, morreu pela pátria amada e idolatrada e soube durante seu reinado gerir o reino brasileiro com equidade, amor, justiça e paz.


14. Eu vi a santidade  de Frei Galvão, a clarividência de sua fala e suas obras meritórias a favor dos deserdados da sorte, a sua fé inabalável na Providência Divina; pude saborear o lirismo de Cora, Cecília e Clarice, mulheres fortes a nos indicar o norte da beleza feminina, muito antes do feminismo crasso.


15. Eu vi Graciliano limar sua caneta na áspera e contundente escrita; vi Gilberto Freyre ensaiar sua magistral antologia remissiva de inigualável  contexto histórico, social e antropológico, com riquezas de detalhes e profundeza de pensamento; eu vi a moto serra devastando matas, a bio diversidade em mãos erradas, o ouro, estanho e esmeraldas berganhadas a preço de vidas humanas e na boleia do caminhão muitos sonhos do eldorado naufragados na cidade grande.

16. Eu vi o irmão em senzalas, vindo desterrado da vizinha Mãe África de todas as cores, vi de um lado trabalho escravo e de outro muita consideração e na pena de Castro Alves visitei os porões da vergonha em mar e terra sem vitória. Eu vi o sabiá na laranjeira ensaiar seu mavioso concerto matinal; o ipê amarelo representar a inteireza da beleza brasileira; o machado ferindo impiedosamente o jequitibá; a seriema ruidosa; o joão de barro arquiteto dos seus sonhos ao lado da amada na sua amurada de barro fresco; o fôlego do colono, os casamentos em maio florido, a festa da padroeira no arraial da santa.


@ Vi o doutor Zerbini, Carlos Chagas, camaradas da saúde modelar intuindo rumos, difundindo conhecimentos na eficácia de tratamentos espetaculares; eu vi o coração de Tancredo estudar rumos diferentes; eu vi e friso novamente tanta gente em potencial claro e insofismável de um Brasil unido a acreditar na sua gente, eu vi policia atrás de gente na ditadura inclemente, vi a abertura em caras pintadas, e as pitadas de corrupção intestina na república de nossos dias. Eu vi a descrença dos brasileiros, muita ideologia a serviço de poucos privilegiados, muito tesouro nacional  ser açambarcado nas tratativas da politicagem sem noção.


17. Eu vi os acordes maravilhosos de Milton Nascimento cantando o Brasil brasileiro por inteiro e Emílio Santiago   'ferindo' a fimbria do sentimento na afinidade de sua voz sem igual. Eu vi Airton Sena correr na amplidão de nossas conquistas com a pertinácia de um herói, eu vi o parlamentar Plínio Correa lutar pelos valores da Civilização Cristã in Terra Brasilis, revestido de  denodo e resolução de um santo e patriota, vi em seu caráter aliar-se num só lugar fé, razão e devoção.


18. Então surpreso eu vi o Gigante Father se levantando, esfregando bem seus olhos de anil e clareando as águas turvas com o elixir da fé, compostura e determinação e de pé na curva do rio da sua história tocava um acorde diferente e na beleza intrínseca de sua nova performance vi que salvaria a si mesmo e seus mais de duzentos milhões de filhos. 

19. E eu vi o tempo soberano, no acalando de seu cântico novo, revestido de brasilidade se achegando para acertar o curso do rio que um dia passou pelo coração de Deus. Eu vi outros tantos gigantes frathers se multiplicando e o mundo das certezas empíricas se concretizando para o bem do novo e felicidade da nação de abastança geral. Eu vi um enorme ralo dragando tudo que não tinha a ressonância do bem, tudo que era contrario a harmonia e a paz social.

20. Dirá o cético serem desencontradas estas palavras escritas ao amanhecer de um dia de maio frio. Tanto faz como tanto fez, apesar de respeitar seu ponto de vista, constatei que a dúvida, para não dizer descrença no sobrenatural pode prevalecer na mente do homem, no entanto ‘per si et in rebus’, o evangelista João dissera no prólogo de seu livro inspirado pelo Espírito Paráclito que o Verbo in principio pairara sobre todas as coisas e na sua essência divina conhece o passado, futuro e presente e este mesmo Verbo veio habitar entre nós.


21. Deduz-se da Profecia Joanina acima que o 'topos noetós'  rege o movimento desde os primórdios e não foi à toa sua peregrinação e sua chegada abriu o leque para uma transformação histórica inegável e de proporção universal plena, válida para todos os séculos até o cair da última folha e o secar da derradeira fonte na terra dos homens. 


22. E o Batista, ‘maior homem nascido de mulher’ em sua prédica prediz também a evolução simétrica de um Deus humanado, sua abrangência transcendental onde o querer e fazer humano, a fímbria dos corações, o cabelo de suas cabeças, às vezes empoadas, estão em suas mãos.


23. Infere-se naturalmente que entre os descaminhos desta era de trevas, a humanidade ruma inexoravelmente para a era do Pater quando as veredas serão concertadas pelo Autor da Criação, e o quadro com seus contornos sutis e diáfanos totalmente restaurado, a paz e a harmonia universais entronizadas e o pó que anda poderá finalmente suspirar pelas plagas empíricas de anilina eternas, aquela que nem os ladrões e muito menos as traças do egoismo abocanham para si.

24. Ainda nesta terra de ilusões a Luz Plena da Janua Caellis aparecerá e fustigará os caniços quebradiços das revisões sensoriais e tudo se tornará claro como o sol do meio dia, cristalino qual as decisões sobrenaturais e quem viver neste tempo dirá: - Sim, eu fico para presenciar um novo mundo baseado no calor humano, na fraternal convivência entre os povos e nações. E inserido neste nova realidade mundial  estará o Brasil da diversidade na unidade.


25. Então o Gigante Father esboçou um largo sorriso, ( E FOI ME PERMITIDO VER SUA GRANDEZA EM POTENCIAL), Ele me olhou com bondade de  confidenciou: - Poeta de nada, não se avexe, pois não fora Deus que criara o mundo do nada! Ah! Poeta amigo das rimas desconexas, eu fico para realizar o ‘fiat voluntas’ ponto por ponto até ao anoitecer dos séculos quando serei julgado pelo Amor! Quanto a ti, filii mii, eu lhe concedo o tempo suficiente e as condições módicas para atravessar as 7 cachoeiras que em sonhos desejou...

26. Acordei, confesso sobressaltado no meio da madrugada, e me pus a anotar ponto por ponto o que acabei de relatar. Disse o que disse na embolada destas linhas, no afã confessado de mudanças verdadeiras nas andanças deste Brasil que amamos com todas as veras de nosso coração mínimo, que somado aos desejos bons da maioria, a cidadania seja fato concreto em meio à abstração deste povo que guarda reservas de  generosidade e bondade para um futuro próximo, dado os cômputos descritos.

27. Tenho presente na minha ingenuidade tola de poeta que as fábulas continuarão trazendo notícias outras, tortas, caóticas, como sói acontece hoje, pirando as mentes enxutas e alastrando o pessimismo sem rumos aparentes. O nevoeiro denso e asfixiante da espera envolve cabeças togadas, magistrados, homens simples do povo, políticos conscientes de seu dever pátrio e toda a camada laboriosa da população brasileira, e a pergunta vai e volta sem resposta: E nós aonde vamos parar...


28. Ah! Posso afirmar que a espera será longa ou menos, atrelada que está ao nosso desejo de transformação sincera e total. Quando o ser humano resolve se abrir para a monção correta as pedras se afastam, os rios soberanos se encontram, a dúvida se encurta, a luz afugenta as trevas, os pássaros dos sentimentos voltam a enxergar o caminho e as rimas, ora as rimas continuam e continuam a perscrutar unidas os abismos sem casuísmos até contemplarem o grande e esperado encontro entre o concreto e o abstrato à partir da ótica inerrável, inefável e inenarrável do Grande Ser, que poucos conhecem, mas cuja a glória a natureza, o firmamento e os segredos arcanos cantam sem cessar...

29. Pelos critérios do Senhor do tempo, o porvir da Rosa se dará, após as tristezas do tempo... então se verá nuvens diversas, ao acaso dispersas, repleta de cores, semeada de favores, a rosa que o vento balança é rosa cor de rosa, rosa flor, rosa amor, há mais beleza que tristeza ou solidão, e o vento sopra forte no sertão, traz a sorte ou traz a morte ou então só ilusão...

30. Em tudo e por tudo  o que não tiver as bases no coração de uma Rosa Mística  por Deus escolhida, sempre virgem, não encontrará lastro no projeto de Deus. Lembre-se disso e quando bater aquela desolação incipiente, esquente a mente no poder daquela que sozinha enfrentou o principio do mal e conseguiu corroborar magnificamente com  plano da salvação do gênero humano e seu fiat se tornou a melhor noticia, a mais doce, auspiciosa, bela e suave de todos os tempos.

Helder Tadeu Chaia Alvim
abraços de união galera do bem!
São Paulo 22/05/2013





O cacarecado x ativismo do senso comum

  O cacarecado x ativismo do senso comum O momento estonado traz um viés de tudo ou nada, uma espécie de negação das verdades absolutas em p...