segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

O was were e a justitia eius

o was  were e a justitia eius na era add-ons
1. Tanto se fala, tanto se declama, tanto se admira, tanto se odeia a poesia e poucos a conhecem de verdade, poucos aquilatam a sua grandeza, poucos vivem de sua seiva anímica e muitos se utilizam de sua graça para seus modismos de ostentação, quase ninguém priva com ela a essência de sua inspiração.

2. Por isso estão longe do seu pensar os namings e rigths, as passarelas fashion, a tela led da inovação e os add-ons,  recursos adicionais que complementam  a navegação cibernética. Ela está estabelecida desde a antiga Grécia na região atemporal da contemplação e seu parnaso encontra-se a disposição dos loucos lúcidos, daqueles que privam com ela a interação, a troca de benesses alheias ao mundo  da badalação.

3. Por que frisar, insistir neste tema? Pela simples razão que a poesia não é matéria comercializável nas bancas atuais e nunca se prestará às acomodações tão praticadas neste tempo sem razão.

4. Se ela trabalha com elementos palpáveis, factíveis de mutação, se isenta das definições pragmáticas, concentra sua forças espirituais no querer empírico, na consecução do mundo bom das letras e seu was were pode passar batido à distração das massas, mas nunca à alma quieta que contesta a progressão vertiginosa do ter em prejuízo gritante do ser.

5. Platão, Agostinho, Saint Exupérry, Hermann Hesse praticaram a seu modo o sonho de um mundo livre; Cristo, o Deus Humanado, senhor do tempo e dos conceitos, das vontades e das emoções verdadeiras  plasmou o conceito aludindo às traças e aos ladrões em contraposição à justitia eius.

6. Esquentar a tinta , povoar o papel em branco de traços e cores do céu parece ser o serviço de quem se dedica à poesia na prazerosa iniciativa de suas visões. Se passa mais ou menos assim qual criança que brinca com as letras e recortes de papelão e deles faz surgir figuras ou versos baseados nos anseios puros do seu coração.

7. Qual menino irrequieto vai enfileirando as rimas para mais tarde colori-las à gosto e mesmo que ninguém perceba fica em seu peito a satisfação desta criança plasmada no papel, num traço acanhado, num gesto livre personificando detalhes.

8. E nestes entalhes conceituais a sua alma canta junto ao universo imaginário de sua idealizações, canções desconhecidas, e se dependesse dele a vida seria um encanto, traria ao mundo a leveza própria contida nestas  dissertações...

9. Nasceu algo que é a razão de sua existência: a poesia simplesmente.Ela pode não ser vendável, pode mesmo não encontrar respaldo nas mentes dos que pensam o vazio, dos  que se ocupam do momento; este fomento a que se dispôs fere o ar sem se ocupar com a atmosfera crua e nua alienante da realidade.

10. Disse o que disse e teria muito mais a explicitar, no entanto foge de meus traços a palavra exata e prefiro encerrar, no aguardo da visita daquela que anuncia às manhãs outras brisas suaves, outras manhãs alvissareiras que nem mesmo sei explicar...

11. A poesia esteve aqui nestas páginas que persigo e talvez consiga numa curva de uma estrada que não é minha, mas que caminho fora do caminho, publicar no papel o alinho do que pude absorver para o bem de poucos e a felicidade do novo tempo que há de vir... pois a justiça do tempo soberano a libertará...

Helder Tadeu Chaia Alvim

Um comentário:

Anônimo disse...

Vai que vai e volta nos seus conceitos de tonalidades várias...

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