1.Décio Pignatari se foi, partiu deixando a cidade de São Paulo sem a presença de um gênio acessível e disposto a ouvir, que transitava por sobre as várias tendências culturais sem perder sua essência própria. Partiu deixando a cidade de São Paulo, sua família, amigos e admiradores esparsos pelo mundo afora, órfãos de sua pessoa e poesia concreta.
2.Ele melhor que ninguém soube aproximar a poesia da arte visual. Adeus grande poeta e ensaísta, você passou da fugacidade à visão empírica da realidade, das incertezas à definição plena da poiésis que tanto amava, que tanto respeitou e fez respeitar, que tanto admirou e fez admirar.
2.Ele melhor que ninguém soube aproximar a poesia da arte visual. Adeus grande poeta e ensaísta, você passou da fugacidade à visão empírica da realidade, das incertezas à definição plena da poiésis que tanto amava, que tanto respeitou e fez respeitar, que tanto admirou e fez admirar.
3. Mais um natal chega, ambientado por tantos desencontros mundiais, tanta tristeza acortinada pela maldade e insensatez sem noção da época atual de tanta conquista científica, de tanto conhecimento emproado em que vemos valores do passado esquecidos, descartados, deixados de lado. Mais um natal transcorrerá sem a presença meiga da saudosa mãe Geralda, com meus irmãos distantes, mas pertinho do meu coração fraterno...
4. Mais um natal se aproxima em meio às novidades tecnológicas pululando nas mãos das grandes feras, expoentes máximos da era da alta resolução. De um lado a data magna da cristandade se pulveriza na corrida às compras, em meio às inovações personalizadas sensíveis ao toque do consumidor que deixarão o papai noel e nós boquiabertos.
5. Aliás, o bom velhinho estará quase sem ocupação, não há mister mais de arriar suas renas, abastecer seu trenó de presentes e se abalar do ' paulo norte ', e encetar sua longa viagem tinida. Para que ele viria? Afinal não tem mais sonhos nas cabeças dos pequeninos, à magia deu lugar a realidade virtual dos games sem fim, dos ' Ipads, dos Nooks HDs e Windows Phone B'. Acabou, seu moço a emoção, a fantasia gostosa, a inocência dos folguedos em torno da árvore de natal. A meninada está plugada na proximidade virtual de última geração.
6. Acabou igualmente a lareira, sininhos e as chaminés iluminadas, a meia não está mais dependurada na porta do quarto, pois não existe mais a expectativa da passagem do noel abençoada pela árvore enfeitada. O mistério se foi, a quebra da inocência se deu no coração das crianças e o presépio feliz foi trocado pela tela fátua e os games divertidos com bites atualizados.
7. A lição de pobreza, realeza, humildade que emanam do mistério natalino pertence ao recanto escondido de poucos corações 'saudosistas' e repletos de fé. O maior e mais importante acontecimento da história humana deixou de lecionar a vida hoje em dia. Perdeu-se na memória do tempo e o sentido transcendental do nascimento do menino Deus na gruta de Belém foi absorvido pela onda tecnológica dos neutrinos e afins.
8. Sem negar frontalmente a pedra de contradição e sua vinda messiânica, rodeada de reis, pastores, anjos, e animais sob a tutela de José e sob os olhares puros e sonhadores de Maria, a diretoria habilmente inventou os games atrativos, os adicionamentos compulsivos e deixou o natal à margem da sociedade. No coração da maioria implantou ora o consumismo voraz, ora as panaceias políticas e filosóficas, ora as guerras...
9. Mas,a pedra fundamental, a única sólida e verdadeira que traz um sentido à existência humana clama sem cessar a cada natal que se renova pela voz dos anjos belemitas: ' Gloria in excelsis Deo, et in terra pax hominibus boni voluntatis.' Quando esta era da alta resolução estiver fora de moda e se espatifar em sua emproação atonal, a pedra angular empoada pelo esquecimento generalizado da moçada estará de volta para o centro de gravitação do universo. Os que propugnaram contra, de uma três: ou já se foram ou o meu amigo o tempo se encarrega de quebrar sua cerviz ou fica a cargo dele julgar suas ações no exercício do livre e solto arbítrio.
10. Creio que o mundo bom teve três manifestações cabais na história das inter relações divinas e humanas: no natal, nas bodas de Caná da Galiléia e no lava-pés.Três momentos de graça e verdade que na sequência do tempo estampou o amor, a bondade, e o serviço do coração de Jesus. A renovação pateriana passará necessariamente por estas vertentes. Quando a fé voltar ao convívio dos homens e eles compreenderem a grandeza de servir ao próximo em Deus então poderão rezar de fato e de direito: Adoramus,benedicimus, glorificamos, laudamus te...
11. O lucro, o status social, o poder não encontrará mais lugar na terra renovada. A calma contemplativa acenderá a luz que alumiará todos os cantos da terra sem ferir nossos olhos e sem inquietar nosso coração. A caridade de Cristo vai enlear o tempo, a bem querença se tornará uma instituição, o lavá pés se concretizará à serviço do irmão e desaparecerão as potências ionizadas sem noção.
12. A poesia divina é concreta e na sua abstração intrínseca não necessita de recursos de linguagem, ela espera que aqueles que acreditam rezem na noite de natal do ano da graça de dois mil e doze por si e seus irmãos na esperança suave que amanheça logo o tão sonhado 'fiat voluntas tua sicut in coellis et in terra'. Cabe ao tempo soberano definir o tempo do tempo... E ao Pontifex trazer o toque perene e pacífico à alma inquieta do mundo hodierno customizado.
13. Uma coisa é certa, num relance pela história da hagiografia cristã ao longo desses dois milênios da fundação da mais sólida e longeva instituição, a que pertenço na humildade pela graça do batismo, a Igreja Católica, podemos vislumbrar certezas e não meras suposições que o espírito do natal sempre existiu desde a era das catacumbas, passando por Teodósio, Carlos Magno, Fernando de Castela, Luis IX até aos conturbados dias atuais, ele atravessou incólume o tempo no frescor de seu primeiro alvorecer.
14. Ele, a par dos céticos, continua leve, vivo, atuante, atraente. Ah! a sua melodia original, mesmo esquecida por muitos, negada pelo laicismo dos estados, perdida no amálgama de nossa era 'sensível' renasce a cada ano, mesmo na aparência agrilhoada em seus pulsos eternos pela sandice das criaturas terrenas, ela ressurge, sem cópias falsas, luzente de asas em seus ombros a rogos da melhor e mais pura de todas as mães: a sempre Virgem Maria a nos conclamar na suavidade de sua canção: 'fazei tudo o que ele vos disser.' Assim Sea! Embraço de união!
Helder Tadeu Chaia Alvim
13. Uma coisa é certa, num relance pela história da hagiografia cristã ao longo desses dois milênios da fundação da mais sólida e longeva instituição, a que pertenço na humildade pela graça do batismo, a Igreja Católica, podemos vislumbrar certezas e não meras suposições que o espírito do natal sempre existiu desde a era das catacumbas, passando por Teodósio, Carlos Magno, Fernando de Castela, Luis IX até aos conturbados dias atuais, ele atravessou incólume o tempo no frescor de seu primeiro alvorecer.
14. Ele, a par dos céticos, continua leve, vivo, atuante, atraente. Ah! a sua melodia original, mesmo esquecida por muitos, negada pelo laicismo dos estados, perdida no amálgama de nossa era 'sensível' renasce a cada ano, mesmo na aparência agrilhoada em seus pulsos eternos pela sandice das criaturas terrenas, ela ressurge, sem cópias falsas, luzente de asas em seus ombros a rogos da melhor e mais pura de todas as mães: a sempre Virgem Maria a nos conclamar na suavidade de sua canção: 'fazei tudo o que ele vos disser.' Assim Sea! Embraço de união!
Helder Tadeu Chaia Alvim
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