segunda-feira, 28 de novembro de 2011

o ápice do descontrole e o espírito novo

1. O nosso século é marcado por avanços sem fim em todas a áreas do conhecimento, sem dúvida. Uma notícia no século passado podia demorar até três longos meses de navio, p. ex para chegar da Europa até o nosso conhecimento. Morria-se de doenças, as mais variadas e terríveis possíveis, o tratamento para as catalogadas era um suplício. Hoje tudo está mudado em muito para melhor, em muito para pior e pesando a gente tergiversa longamente e não chega um palpite correto. 

2. É típico em nossa época a cultura do absurdo, do insensato, do anti natural, da negação do sublime, do não cultivo da honra, retidão e calor humano. A costumamos com a bazófia - dizem ultra moderna - e a demonstração de poder e prestígio e mais aquilo consome os dias e manhãs, tardes, noite e madrugadas afora da moçada desajuízada, da idade madura, do vale tudo na política brasileira, que até a merenda sagrada da criançada é desviada.

3. A nossa época optou pelas facilidades da era robótica, da vida enrolada, dos seus interesses particulares, e dane-se literalmente o bem comum. Tudo irá bem até não desmancharem nosso penteado, até não aparecerem no nosso cercado dizendo a realidade do egoismo e de tudo quanto decanta os desígnios de Deus para o corpo e a alma imortal. Dane-se o meio ambiente e ambiente todo, dane-se a camada de ozônio, pois não vou estar aqui para ver a desgraceira geral.

4. Dane-se igualmente, repetem:  Pitágoras, Confúcio, Fídias, dane-se a ordem de Deus, as suas leis ultrapassadas, o deleite espiritual. Não queremos o pão para a alma e sim desejamos as trevas para a luz, nadica de nada que alembre um destino depois da morte, um compromisso com os dez mandamentos de Moisés, odiamos - repetem inconscientemente - aquela história do mandamento do Amor. Aquela que derivou de uma voz que amou todos sem condições e levou ao ápice do sofrimento o gesto mais belo de todos os tempos: dar a vida pelo irmão na cruz redentora.

5. E assim vamos de descontrole em descontrole, que todos os conhecimentos adquiridos se pulverizam na fornalha ardente de intenções vãs. Caminhamos carregando nosso esquife para o grande túmulo da era atual e nem nos damos conta do tamanho da pirambeira no final da via. Confiamos na técnica absoluta, gostamos dos prazeres que a carne faculta a nossa presunção e perdemos o século e não ouvimos sua canção de paz e prosperidade universal.

Helder T C  Alvim

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