Destinos em curso!
1. Sou um poeta da antiga, já percorri muito chão, já tive vida folgada montada no meu alazão, já presenciei muitos amanheceres, cantos do sabiá laranjeira, corridas da seriema ruidosa, galopar do vento norte, fortes emoções, sensações as mais diversas possíveis ao atingir o cume da serra da baleia, ouvi os causos daquela gente simples, arruei o café no terreirão de pedra, candiei muito boi nos dias chuvosos, brinquei a valer com soldadinhos de chumbo no alpendre, acompanhei as procissões no maio florido, chorei um ente querido que a picada da cobra vitimou, vi as cruzes à beira da estrada em memória de ' acidentes' ou emboscadas.
2. Vivi o bastante e pude perceber que às vezes o ouro torna-se fuligem, as vertigens assombram a mente humana que quer abarcar tudo e se consome em manhãs não abençoadas, que nem sequer podem respirar o hálito puro do orvalho originário.
3. - Será? Sim o é de verdade, vivenciei situações diversas, envelheci às pressas, sem ter sorvido o sabor que me era deveras, errei muito, acertei pouco, me iludi acerca de muitas questões, não pratiquei o aprendido no banco materno das lições. A vida passou rápido, com tons suaves, no tropel arriscado de noites indormidas, e pela graça do bom Deus estou aqui escrevendo para espairecer, tentando, talvez em vão recuperar o tempo perdido no feitio de Nelson Ned e recomeçando tudo de novo. À moda da Fênix pretendo renascer a cada dia com sangue novo, a meu jeito na voz dos poetas esparsos de meu povo.
4. Me foi concedido um tempo novo e recuperar a essência perdida será um desafio que compartilho consigo amigo on line que tem paciência e ouve calmamente o que digo. Por isso pretendo redirecionar a bússola consertada para outros horizontes, abstraindo este tempo tremendo de desencontros e danação. Como canta o poeta meu irmão José Chaia, já não canto o canto amargo, já não vivo a solidão, quem não viu que venha provar da beleza pura desta vida, se a vida é para viver, vou viver então a vida....
5. E continua: o vento que vem do norte sopra forte no sertão traz a sorte ou traz a morte ou então só ilusão. Não há força maior que tristeza, ela embeleza a vida e traz alguma redenção devido aos maus momentos de ações nada louváveis nossas, que fizeram Cristo verter sangue e a virgem chorar lágrimas de piedade.
6. Neste tempo novo que adotei, vou anotar toda sua extensa versão, sem omitir espinhos vou procurar rosas do coração, redirecionar o leme para horizontes límpidos, espelhando o Cristo e sua eterna monção, quem diz que não dá para ser moderno e trazer a essência divina para o convívio atual desconhece os bravos feitos dos santos de escol, que sorveram a seiva sagrada e se antenaram no movimento material, usufruindo à conta gotas para não manchar de pecado seu leito nupcial.
7. Sete é conta de mentiroso, não sou supersticioso por isso vou comentar que estou no poema de número 294 faltando 71 para os 365 dias agourados. Até o momento o Mecenas não apareceu, sei que surgirá na curva de um caminho não anunciado e fará, com a graça de Deus, que estes versos simples conheçam a alegria de se verem estampados nas páginas retilíneas de um livro longamente suspirado. Quando isto sói acontecer vou pedir a ele para intitular este sem título que por hora está a esperar. ou destinos em curso?
8. Poesia não tem tempo de validade, trabalha com material não perecível e na sua sensibilidade "capta as dores de seu tempo" e os momentos bons e promissores. Deixa a cargo dos sensacionalistas o ibope pretendido, ou para variar vão correndo assistir a novela para não pensarem na alma, na calma do espírito e vão se iludindo, enquanto o fogo consome o pavio.
9. Do lado de cá destas rimas mínimas, vamos observando o vento que balança a rosa, " a rosa cor de rosa, rosa flor, rosa amor." A rosa por excelência que tem sonhos mimados, a rosa que preenche as manhãs e enlouquece as noites tremendas incertas, que oferece o pólen revigorante e perfuma abençoando mãos inconformes com os destinos em curso.
Helder Tadeu Chaia Alvim
1. Sou um poeta da antiga, já percorri muito chão, já tive vida folgada montada no meu alazão, já presenciei muitos amanheceres, cantos do sabiá laranjeira, corridas da seriema ruidosa, galopar do vento norte, fortes emoções, sensações as mais diversas possíveis ao atingir o cume da serra da baleia, ouvi os causos daquela gente simples, arruei o café no terreirão de pedra, candiei muito boi nos dias chuvosos, brinquei a valer com soldadinhos de chumbo no alpendre, acompanhei as procissões no maio florido, chorei um ente querido que a picada da cobra vitimou, vi as cruzes à beira da estrada em memória de ' acidentes' ou emboscadas.
2. Vivi o bastante e pude perceber que às vezes o ouro torna-se fuligem, as vertigens assombram a mente humana que quer abarcar tudo e se consome em manhãs não abençoadas, que nem sequer podem respirar o hálito puro do orvalho originário.
3. - Será? Sim o é de verdade, vivenciei situações diversas, envelheci às pressas, sem ter sorvido o sabor que me era deveras, errei muito, acertei pouco, me iludi acerca de muitas questões, não pratiquei o aprendido no banco materno das lições. A vida passou rápido, com tons suaves, no tropel arriscado de noites indormidas, e pela graça do bom Deus estou aqui escrevendo para espairecer, tentando, talvez em vão recuperar o tempo perdido no feitio de Nelson Ned e recomeçando tudo de novo. À moda da Fênix pretendo renascer a cada dia com sangue novo, a meu jeito na voz dos poetas esparsos de meu povo.
4. Me foi concedido um tempo novo e recuperar a essência perdida será um desafio que compartilho consigo amigo on line que tem paciência e ouve calmamente o que digo. Por isso pretendo redirecionar a bússola consertada para outros horizontes, abstraindo este tempo tremendo de desencontros e danação. Como canta o poeta meu irmão José Chaia, já não canto o canto amargo, já não vivo a solidão, quem não viu que venha provar da beleza pura desta vida, se a vida é para viver, vou viver então a vida....
5. E continua: o vento que vem do norte sopra forte no sertão traz a sorte ou traz a morte ou então só ilusão. Não há força maior que tristeza, ela embeleza a vida e traz alguma redenção devido aos maus momentos de ações nada louváveis nossas, que fizeram Cristo verter sangue e a virgem chorar lágrimas de piedade.
6. Neste tempo novo que adotei, vou anotar toda sua extensa versão, sem omitir espinhos vou procurar rosas do coração, redirecionar o leme para horizontes límpidos, espelhando o Cristo e sua eterna monção, quem diz que não dá para ser moderno e trazer a essência divina para o convívio atual desconhece os bravos feitos dos santos de escol, que sorveram a seiva sagrada e se antenaram no movimento material, usufruindo à conta gotas para não manchar de pecado seu leito nupcial.
7. Sete é conta de mentiroso, não sou supersticioso por isso vou comentar que estou no poema de número 294 faltando 71 para os 365 dias agourados. Até o momento o Mecenas não apareceu, sei que surgirá na curva de um caminho não anunciado e fará, com a graça de Deus, que estes versos simples conheçam a alegria de se verem estampados nas páginas retilíneas de um livro longamente suspirado. Quando isto sói acontecer vou pedir a ele para intitular
8. Poesia não tem tempo de validade, trabalha com material não perecível e na sua sensibilidade "capta as dores de seu tempo" e os momentos bons e promissores. Deixa a cargo dos sensacionalistas o ibope pretendido, ou para variar vão correndo assistir a novela para não pensarem na alma, na calma do espírito e vão se iludindo, enquanto o fogo consome o pavio.
9. Do lado de cá destas rimas mínimas, vamos observando o vento que balança a rosa, " a rosa cor de rosa, rosa flor, rosa amor." A rosa por excelência que tem sonhos mimados, a rosa que preenche as manhãs e enlouquece as noites tremendas incertas, que oferece o pólen revigorante e perfuma abençoando mãos inconformes com os destinos em curso.
Helder Tadeu Chaia Alvim
Um comentário:
tem alguma ideia do titulo que seria melhor?
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