terça-feira, 10 de maio de 2011

Efeito midiático e os 365 dias de poemas.

1. O impacto da mídia determina a média do consumo, isto todos sabem. Influencia as preferências dos clientes e é responsável pela alta cifra de lucros obtidos. Dizem que a marca é tudo, aliada é claro a qualidade do produto, serviços e satisfação final do consumidor.

2. Isto posto quero falar de um produto que atravessou séculos na característica própria de sua essência, na transparência clara de suas abduções, é a poesia. Isto mesmo, ela é universal, plena, querem-na a temporal, no entanto se existe alguém que ame, acolha, perceba, chore, lamente, alegre-se com o caminhar dos homens para o mundo bom, é ela, sem dúvida. Se se esquiva, foge desapercebida, se brinca com as letras, acompanha o trovão, se alumia as trevas das noites sem calor, é ela "merma".

3. Enquanto o consumo foca no perfeccionismo de sua missão de lucro, ela continua plena em suas intenções,enlaçando as almas com versos de alento. Mesmo hoje em dia, ela não morreu, ela não desapareceu, vai atravessar conosco estes momentos decisivos da nossa era da alta definição eletrônica.

4. Ela vai privar com a engenharia cibernética suas rimas em cima do que acredita. Está interligada, não abandona o posto de observadora criteriosa dos sentimentos humanos, nunca deixará de ser, quando solicitada, mediadora de conflitos

5. O ser, este desconhecido, constitui a riqueza de suas inspirações,de seus vôos de águia cativa, de suas aspirações  transcendentais. De La Fontaine, Shakespeare, Camões, Stevenson, Exupéry,Hesse, Kafka, Cecilia, Guimarães, Humberto Eco, Carlos Drummond, Suassuna e um rol de poetas novos e antigos vem a preocupação maior de plasmar o mundo bom das certezas anímicas, que encanta, emudece, extasia os olhos da humanidade em todos os tempos e lugares.

6. Conhecidos ou não,sempre estiveram lado a lado com as conquistas, tragédias e  movimentos dos seres humanos. Sempre procurando desvendar a intrigante arte de suas existências.

7. A poesia é eterna e humana, impressionista e expressionista, se apega aos detalhes, generaliza o seu tale, toca as fímbrias do mistério, fala a linguagem dos homens, toca-os mesmo com asas de anjos. E na sua expressão, ora direta, ora indireta continua leve e viva e não vai desaparecer assaz facilmente, pois ao tanger a tinta finita acena e busca incessantemente, não para si, mas para os seus a infinitude divina plena.

8. Amigos, por mais que possamos falar a respeito dela, muito faltará ainda. O poeta, o agente responsável, equalizador de sua emoções, não trabalha, ao talhar artesanalmente as rimas,com material perecível. O poeta não carrega consigo a pretensão de explicar tudo, apenas a intenção de escrever na simplicidade, sem buscar o impacto midiático, tão propalado nas várias funções da economia moderna.

9. Seu trabalho persegue outras esferas, fica lá impresso, falado, declamado, musicado. Desde os cordéis, os clássicos, os versos fluem no ritmo cadenciado, simbolizando a vida, a morte, as conquistas, os erros e acertos dos homens. Se querem conhecer bem seu tempo, auscultem os poetas, midiáticos ou não. Com menção especial para aquele anônimo do guardanapo de bar- que frequenta p.ex. a Augusta Paulistana, que escreve de coração e nos deixa sem pretensão seu recado. Já me deparei com muitos deles e digo que gostei de suas performances originais.

10. Por sua ótica passam bois e boiadas, pela sua inspiração intuitiva as rimas da verdadeira solidariedade envolvem esta cidade de São Paulo dos constrastes, das belezas, dos problemas e sempre e sempre das soluções ligeiras, da São Paulo das jornadas líricas,dos companherismos em torno da caneta e o papel em branco,donde surgem inesperados ensaios e versos de acalantos.

11. Versos do âmago, versos alinhados na retórica pura, versos desencontrados  da linguagem pública, versos suados, alheios a desenvoltura da linhagem culta, mas que trazem ainda a esperança criadora e forte de rumos pautados na convivência pacífica de todos os povos, na paz das nações, na tolerância alegre de pontos de vistas, enfim versos sonhados, de sonhos ainda não realizados.

12. Quando tiver um tempo, puxe com o poeta uma prosa, cante com ele um verso, escreva também no reverso, e juntos disponham-se a colorir um pouco mais a realidade pardacenta da São Paulo de mil facetas. Aparte-se um pouco da internet, insira-se no universo eclético da poesia, desenvolva estilo próprio e viva mais tranquilo. A grande Metrópole que acolhe a todos, percebe que já tem tudo, Ipads, Tablets e muita tecnologia virtual.  A ideologia plena pertence ao ser, se vc quer saber...

13. E se em cada esquina nascer um poema, plantado talvez por sua mão criadora, amigo que me ouve, a balança serena vai pender sem encrencas para o lado bom da vida, vai preencher seus dias, vai iluminar suas noites sem neon, desplugada e voltada para a amplidão de temas perenes.

14.Falei o que falei, não exatamente tudo o que queria, rabisquei estes dizeres agalopados à margem da fantasia, não espero efeito midiático, apenas seu olhar simpático.Ele me importa muito, é a razão última destes versos, se o poeta - no meu caso aprendiz - vira o mundo da inspiração, guarda alegre a sensação de que viveu consigo um instante de satisfação.

HelderTadeu Chaia Alvim

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