quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

O mar e o canto chão

1. Versos se oferecem sem querer retribuição,a aranha tece a teia e aguarda a provisão, há quem queima a pestana na lousa da inspiração,a profissão fica sujeita a criticas e avaliação severa que empurra a rima para a transformação adequada ao seu perfil de aprendiz de cantiga ou arranhadora de diapasão.

2. Ás vezes ela segue tranquila, também tem hora de turbulência e sobressaltos, sua trajetória segue a vida humana. O poeta escreve o que escreve nas entrelinhas o que deseja, está antenado no giro da alma. Tem por companheira inseparável a calma, estiliza a intenção, interativa a dissertação. E vai vivendo a seu momento entrelaçando o mundo de versos de alento.

3. Canta o chão,canta as estrelas, conhece as encruzilhadas dos caminhos, admira o polifônico e a harmonia do gregoriano. Estica a linha, encurta as palavras,se faz taciturno, prolixo,contemplativo. Sua sorte pulcra não frequenta a abastança do consumo nem pactua com  a desordem do chavão miseré. Para tanto tem o aval da inspiração, respira fundo, olha em torno e entorna a tinta de versos em forma.

4. Suas lágrimas são dissonantes, umas amargas trazendo o sabor do mar, outras de alto preço, equilibrando-se na garupa da ilusões ou quebrando-se ao encontro dos vagalhões, sorvem até a última gôta o cálice de dores alheias, patenteiam a felicidade de outrem.

5.Assim se conhece a função de rimar, assim se parece amar, assim o mar estatela nas areias sua ânsias, alegrias e tristezas. E quando pensa que está dormindo plácido, resurge com fôrça e agiganta-se para a terra qual fantasma de sombras medonhas.

Helder Tadeu Chaia Alvim

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