segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

poeta chucrista x crise sistêmica

1. Hoje fiquei no lucro, uma pessoa doce me chamou de canto e disse achar que sou poeta  chucro. O dicionario traz os significados, uns pejorativos, outros até expressivos. Até Lustosa se refere a D. Pedro I como chucro. Logo eu mínimo devo aceitar a alcunha sem ressentimentos. Tudo é ponto de vista e no final das contas devo ser chucro mesmo. Sua alteza real não escapou, não deveria se safar os lacaios pertinentes.

2. A poesia não rende dividendos financeiros, queimar as pestanas nas lides da inspiração não é tarefa fácil, pois ficar aí a pescar um poema - se torna um dilema. Há quem ache, a consulente acima deve estar neste numero - que o poeta é uma espécie de vagabundo cultural - que não enfrenta a vida, pois o mais das vezes é faltoso de recursos materiais, que poderia usar sua energia criativa para capitalizar din, din e depois usufrui-los à beira da piscina e coisas acima.

3. Se ele não se esquematiza assim, parece um ser anômalo, fala de assuntos não palpáveis, filosofa, borra o papel com tinta fresca e põe-se a flanar calmamente nas rimas secas.Não tem casa de elevador, carro na garagem, não tem garagem, muito bem um espaço exíguo físico, mas uma resrva espiritual de generosidade para perdoar e acreditar no ser humano.

4. Agora posar de poeta consagrado não dá - disse-me ela. No entanto o simples gesto de manusear a caneta e olhar o ambiente em volta e mais além incomoda as pessoas hiper ativas, ainda mais se estamos no seu cercado. O melhor é pular fora e ir para algum terreiro amigo que seja do parnasianista, concretista, simbolista,chucrista,mais que respeite pontos de vista e tudo o mais. Assim será melhor para não deflagrar uma crise sistêmica.

5. Vou agradecer de antemão, seu olhar carinhoso, seu acesso de amizade, mesmo sem ter tudo o que preciso, me sobra uma sacada, uma nesga de céu, a lua quando a vejo no céu paulistano, os rumores do vento na janela, o papel aguardando meus rabiscos insones e fica o convite, pois o pouco que tenho de inspiração posso repartir consigo a mancheia e de gosto inspirado.

Helder Tadeu Chaia Alvim

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