sexta-feira, 25 de junho de 2010

Inspiração momentânea

inspiração momentânea...

1.Todos os dias me posiciono em frente a esta tela do blog da google para rabiscar alguma ideia nova para proveito de alguém. É uma maneira que encontro para conversar despreocupadamente consigo que ora me lê e pensa senta que lá vem estória, rss... rs... rs... pois tenho emitido conceitos sérios nestas últimas postagens e vejo que vai estranhar a mudança de estilo.

2.De antemão considero uma responsabilidade escrever, pois a gente deixa um pouco de nós em tudo o que fazemos, em se tratando de palavras o ônus é maior, emitir opiniões não é fácil nesta sociedade pragmatista ao extremo.Ou é ou não é, e para cair na malha fina da imposição é um dois.

3.Prá começar o mais das vezes não costumo pré estabelecer nada. Gosto da inspiração momentânea aquela que aprendi no sarau do KVA quando a microfone aberto desfiavamos poemas e mais poemas mediado sempre pelo consenso presente. Uma poesia puxava a outra e assim por diante noite a dentro. E ainda se duvidasse continuava manhã afora na barraca de pastel da Vila Madalena em SP ou no dogão do Maurão. Bons tempos que não voltam mais.

4.Isto tudo para prologar o que tenho a dizer e nem sei ao certo. Mas vamos lá que já já sábado vai raiar, São João ficou na saudade e acabei de lembrar dum causo passado lá perto de Juazeiro que ouvi de João, cabra bom que respeito.Estava bem cedo no café Floresta do Luís Sousa Andrade na Augusta paulistana, lugar que frequento onde encontro Canuto Ramos e Deusamar amigos do peito.

5. E João foi proseando que Virgulino Lampião um dia quando vivia acordou bem cedo e chamou seu bando e a Maria Bonita e foi dizendo: Cismei a noite toda hoje vai dá raposa na cabeça e mandou que um cangaceiro arriasse um potro e fôsse a Juazeiro jogar no bicho raposa mil conto de réis na milhar seca.

6. O dito cujo saiu zambeiro e foi tratar de cumprir a ordem com respeito e pressa avisada. Apeou do cavalo baio em frente a banca de apostas, riscou na terra batida da rua a espora e foi logo dizendo: o patrão mandou fazer uma fezinha poe aí mil conto de réis na raposa da sorte. O homem cabisbaixo sem olhar semblante do emissário retrucou azedo: Pode voltar da onde veio pois aqui não tem a maldita rapôsa no jogo que premeio. 

7. Do mesmo modo que chegou voltou o cangaceiro, cuspiu três na rua e esporeou o animal premido de raiva e ... Galopou a manhã inteira por entre catingas e sarmeiros ao avistar Lampião foi dizendo seu proseio. O homem lá meu chefe disse que não vai fazer jogo nenhum não senhor. E porque retrucou Lampião com olhar zombeteiro. O outro explicou que não tinha a tár de rapôsa prá apostar. Ô se tem sim, volta e diga prá receber a aposta pois eu sonhei com a darnada a noite inteira!

8. Do jeito que veio voltou num galope só. Ao chegar foi dizendo sem enrrolar:seu moço, olha que voltei e meu patrão disse que tem sim a raposa, sô!Não tem não senhor, não tem não senhor... Tem sim, tem sim.E quem é esse seu patrão... O sinhô não sabe é Virgulino Lampião. Ah! diga a ele que tem sim e já deu na cabeça, tá aqui o premio! po levar!

9. Foi assim que a teimosia e a autoridade de Lampiâo ganhou o sertão.Se o caso é verídico ou não cito e deixo a você a conclusão, pois eu ri um tanto...
e valeu a sensação e o mote do João!

Helder Tadeu Chaia Alvim


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