1. Perde-se o sono e fica-se a imaginar como loucos somos, falo de mim mesmo exatamente, quem quiser me escutar, será um prazer tê-lo como confidente, pois trocar figurinhas, distrai os problemas, aquece a alma, estreita laços, preenche a solidão cosmopolita e estabelece uma amizade plena.
2. Para variar não tenho tema, teimo em escrever, deixo rolar a tinta com prazeroso empenho no papel em branco, não domino a técnica, nem possuo estilo apurado, vou fazendo, pois aprende-se a nadar caindo n'agua, respirando no compasso ritmado, esforçando-se com os braços intercalados e quando pensamos que não nos vemos bem arranjados.
3. Agora para se tornar um profissional do nado, requer-se outras qualidades, disciplina, alimentação adequada, treinos e mais treinos, uma série de cuidados e agenda da nutricionista,seguida à risca. Na escrita da vida ás vezes o improviso ajuda muito, me vejo um poeta improvisado, pego no tranco, respiro fundo e deixo a cuca funcionar em marcha lenta , depois encaminho a direção aonde soprar o vento. Estou conversando consigo e percebo que já passou uns quilometros de puro agrado. O sono foi embora de vez, a cidade na madrugada fria não adormeceu totalmente ainda, outros se preparam nas suas casas para outro dia de ocupações, soluções esperadas, arriscadas manobras, notícias alegres, tristezas comedidas.
4.Assim é a vida e me insiro nela, também peregrino, também mortal, também aguardando a finitude que nos é peculiar. Me assusta o simples existir, o caminhar sem rumo definido, o desequilibrio descomunal, os perigos que rondam a mim e ao próximo; me consola saber que o Deus de clemencia existe e não nos faltará jamais o seu colo quente, o seu sopro salutar, a sua proteção eficaz. É, amigo perdi o sono, sem me desesperar, ganhei um confidente na sua pessoa, que compreende minha direção lenta.
Helder Chaia Alvim
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