1. Chegou o Natal e a corrida às compras é inevitável. Nada contra se a demonstração não fosse
só material. Pois bem é iniciada a maratona, a distância se alonga, delinea os contornos, demonstra tenacidade, exige paciência, bom preparo emocional, afinal é Natal!
Para isso o afoito consumidor ultrapassa os limites do cansaço, o suor aflora no seu rosto.
É natural, até vejo com bons olhos tal disposição, de alguma forma quer expressar o quanto ama o ente querido. O convite da propaganda é um incentivo à parte, vá lá. O que importa é não olvidar o sentido da data Magna da Cristandade.
2. O que diria o Mestre Jesus? Afinal não podemos esquecer que o aniversário é dele. Ao soprar a vela qual seria o seu pedido? Posso imaginar, mais compreensão, perdão sem limites, a paz perene. É seu perfil divino. Com o seu poder ilimitado, tem a seu serviço, anjos, potestades, tronos, dominações, mil riquezas, reinos soberanos. Mas, o Senhor do Tempo preferiu nascer em gruta fria na Judéia. A Ele bastou um dia o calor maternal da Virgem Maria, o carácter do Justo
José, os Pastores contemplativos, o boi, a ovelha, todos atraídos por uma luz intensa, também Reis de dinastias distantes vieram visitar o aniversariante, Deus Infante e a profecia se viu realizada naquele instante: " Gloria in exelsis Deo..."
3. O calendário gregoriano computou recentemente dois milênios de natais comemorados. Nos castelos, burgos e cidades, nas choupanas, palacetes, catedrais suntuosas, humildes igrejinhas das roças, por toda a parte, em meio às circum-navegações,conflitos mundiais, cruzadas, catacumbas,
colônias, promontórios, protetorados, impérios, repúblicas, era antiga, moderna e pós. Sempre,
meus amigos, a bondade e suavidade de Deus-Menino acompanha, iluminando os passos de cada um de nós "... et in terra pax hominibus."
4. Neste ano de 2008, o cenário continua, não tão intenso, devido as vários acontecimentos que seria longo enumerar. É só a gente olhar em volta e vemos que a humanidade está cansada, desesperançada. O ouro dos bons sentimentos ficou na saudade, o incenso da oração na distração, a mirra do sofrimento em padecimento.Tão bom seria se os caminhos tivessem continuado tranquilos, a poesia divina presente, o meu, o seu, o nosso natal seria bem diferente!
"Laudamus te, benedicimus te, adoramus te, glorifimus te."
Helder Chaia Alvim
Poeta Minimalista
Deixar a palavra impressa acarreta responsabilidades e a probabilidade de ser compreendido, a meu ver, fica um tanto obnubilada, se a essência não for bem limada. Do que adianta elaboração exaustiva se a locomotiva do pensamento não acompanha a inspiração e a aparência carrega consigo a ausência de uma cantiga suave. Não sei se a hora é propícia, só há um jeito de saber, falando agora, pois o anoitecer da vida bate à minha porta.
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
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