A sensação do vazio me invade, persuade a insignificância, quando me dou conta tudo adormece
no pluralismo de avalanche medonha.
Tento entabular idéias, semear flores
encontro contradições e dores,
a minha vida se esvai e nessa evasão descontrolada
as potencias de alma resistem
personificando a infância ensolarada.
Me encontro de calças curtas,
pescando no rio neblina
me entusiasmo com pequenas coisas
o coelho saltitante, a coruja muda
o céu claro, o horizonte avermelhado,
a azáfama dos colonos, o cruzeiro iluminado...
Porque a gente envelhece, oh! Deus!
Tudo se desvanece, a luta pela vida caleja a existência,
embota a alma simples, desbota as cores
que outrora eram vivas, hoje, depois de muito chão,
cinzas se apresentam.
Ah! se pudesse parar o tempo, meu irmão mecenas,
por um minuto apenas,
volveria à Pirineus bendita,
lá no doce aconchego de minha gente amada,
me refugiaria das intempéries, não correria mais atrás das vaidades,
apenas contemplaria aquele cenário de verdade,
abraçaria aquele povo, diriaoquanto de riqueza eles representam hoje no meu imaginário.
Agora, Googlenses, me sinto melhor, as reminiscências me trouxeram a paz e tranquilidade
perdidas e vejo que tudo valeu a pena, embora a insignificância persista, as lembranças são mais
fortes e me sustentam contra as avalanches da sorte.
Helder Chaia Alvim
Deixar a palavra impressa acarreta responsabilidades e a probabilidade de ser compreendido, a meu ver, fica um tanto obnubilada, se a essência não for bem limada. Do que adianta elaboração exaustiva se a locomotiva do pensamento não acompanha a inspiração e a aparência carrega consigo a ausência de uma cantiga suave. Não sei se a hora é propícia, só há um jeito de saber, falando agora, pois o anoitecer da vida bate à minha porta.
terça-feira, 4 de novembro de 2008
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