Infância de folguedos, de inocencia, sonhos e ar fresco,
tudo trazia um significado,
primos bem educados,tios bem humorados,
irmãos adorados,
papai e mamãe cuidando primorosamente de seu recado
Dandão que nos recebia em Itaperuna, belo achado,
era sinônimo de férias inesquecíveis, andávamos na linha do trem,
no bairro da Reta, as bolachas caiam bem. Tios Carmélio e Edinha,
atenciosos e carinhosos.
Nas matinês fantasiados, o papagaio que cuidava dos vinténs,
recordações, confabulações sem fim, Lady Mathildes, uma avó e tanto,
muito devota do Coração de Jesus, confeccionava chinelos de sola,
acabamento que era um espanto de perfeição.
Dela recebíamos muita afeição, que até hoje emociona nosso pequenino coração.
Tio Totonio e Tia Elza, sempre atentos, nos obsequiando a todo momento
Muitas coisas teria a relatar, mas preciso encerrar este capítulo
e a jornada em ritmo sequente deve continuar em nossa mente.
E no retorno para a serra dos Pirineus, mais façanhas nos esperava...
caminhos ínvios, chuvas torrenciais, ao atravessar o Morro do Padeiro, o ônibus jardineira
munido de correntes nos pneus traseiros, enfrentando aquele barreiro.
Tio Jorge, condutor exímio, no volante, melodia andante, sabia o que fazia, nossa mãe implorava
de joelhos aos céus, à Patrona Bendita, que guiasse o motorista da Auto Viação Rio Ita,
pois uma manobra desajeitada e todos iríamos para o precipício,
felizmente tudo acabava bem, sem prejuízos
Hoje, DEPOIS DE MUITO CHÃO posso desfiar as memórias e o sabor que a
existência trazia, AS HISTORIAS QUE TRAGO NA MEMÓRIA...
Helder Chaia Alvim
Poeta minimalista
Deixar a palavra impressa acarreta responsabilidades e a probabilidade de ser compreendido, a meu ver, fica um tanto obnubilada, se a essência não for bem limada. Do que adianta elaboração exaustiva se a locomotiva do pensamento não acompanha a inspiração e a aparência carrega consigo a ausência de uma cantiga suave. Não sei se a hora é propícia, só há um jeito de saber, falando agora, pois o anoitecer da vida bate à minha porta.
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