Vou declamar uma poesia sertaneja. Meu tio Jorge Chaia, passou um dia lá pelo sertão, certa vez, encontra um sertanejo e perguntou porque razão a flor do maracujá nasce roxa ?
Então, ele respondeu: sô moço maracujá já foi branco eu in té posso jurar, mais branco do que as paiadas, mais claro que o ar. Quando as flor brotava neles, seu moço, lás prás bandas do sertão, maracujá in te parecia, seu moço um ninho de algodão.
Eu não sei se foi novembro ou dezembro, o mês que é já nem me alembro. Nosso Senhor Jesuis
Cristo foi condenado a morrer crucificado, longe daqui, pregaram Cristo com um martelo.
Ao ver tamanha crueza, a natureza inteirinha, seu moço, pôs-se a chorar de tristeza, chorava os campos, as queimadas, chorava as matas, os sabiá tombém chorava, seu moço, nos gaios das laranjeiras.
A lua na amplidão a gente havera de vê-la, com seus zóios rasos d'água, seu moço, chorava clareando o madeiro. Foi por isso, seu moço, que as florzinhas aos pé da cruz, ficaram roxa
tombém como as chagas de Jesus.
H.T.C.A
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