na era das interceptações
1.Faltam soluções, sobram lacunas no campo político, o fato não é novidade para ninguém, o cidadão entende muito bem e sente na pele o prejuízo, enxerga claramente que as contas públicas não batem, e as faturas aumentando, e as falcatruas aparecendo nas manchetes de jornais, quase que diariamente, e gente se aventurando na caça ao voto do eleitor, e este blogger não aventa nenhuma hipótese, ah! ah!. É a republica bar zileira em 'desação', em franca desaceleração, diria um amigo de copo, poema e prosa: turminha sem noção essa aí, só entende quando a canetada roda solta a seu favor...
2. Em junho do ano de 2013 veio a surpresa boa quando jovens aos milhares tomaram as ruas e originalmente e unicamente escreveram uma página da história que ninguém em sã consciência poderá negar ou minimizar. O sangue bom do brasileiro aflorou na pele verde e amarela e muitos se perguntaram: será desta vez?
3. Quando a reserva de generosidade e heroísmo renasce no peito de um povo a gente já sabe o que acontece! A osmose coletiva pode incendiar uma nação para o bem, como foi o caso das manifestações a que as ruas do brasil foram palco. O mundo inteiro assistiu meio que boquiaberto este inusitado movimento de um povo pacato e cordato por natureza que em determinado momento grita alto e sua voz é ouvida, e bem ouvida pelos ouvidos quase inaudíveis da classe política. E que som fora este se não um basta a corrupção...
4. Este som acordou muita gente, alegrou corações patriotas, exorcizou o pessimismo e uniu o Brasil que pertence a maioria e não a meia duzia de gente sem noção de brasilidade e probidade administrativa. E a fazenda velha se viu reanimada com sua cores diáfanas de outrora e recordou de suas nupcias com o gigante e as promessas de mundo novo, de crescimento sustentável, de alegrias domingueiras, de fé aos borbotões renovaram-se à partir de um grito... somados que foram a outros e outros totalizaram-se milhões.
6. Foi o brasil ideal que vimos nas ruas em contraposição aos escândalos das mensalidades julgadas e condenadas pelo STF, um brasil carente de segurança, educação e saúde x em campo contra um arremedo de país de canetadas nervosas, de desvios de recursos, de discursos vazios onde a prática revela um assistencialismo sem eira e nem beira.
7. Os jovens saíram as ruas e deram o exemplo e as ruas estão aguardando a posição dos demais... De um lado 200 milhões querendo as coisas certas, de outro uma espécie de sugadores que fizeram 'carreira' na corrupção e 'amantes' das coisas publicas em proveito particular. Parece um absurdo a balança forte de 207 milhões perder para uma parcela ínfima e ousada de torcedores dos 'cômputos reais'.
8. Recentemente o Brasil brasileiro encontrou um aliado forte na visita do Papa Francisco, e sua preleção conclamando o redil católico a ir às ruas contra a corrupção. Lindo de ver o sucessor de Pedro encarnando a solidariedade, a justiça, o destemor, a coragem e a paz do Grande Pescador Simão Bhar Jonas e dirigir aos jovens dos hodiernos areópagos palavras de fé e determinação politica social tendo em vista a conquista do reino do outro mundo, que passa necessariamente pelo reino terreno. A pergunta vai e ainda não encontra resposta definitiva, que é até quando estes dois brasis vão coexistir e se tolerar?
9. Nas ruas pudemos conviver com o verdadeiro, cheio de sonhos, querendo uma realidade diferente que contemple todos sem distinção, todos acolhidos e regalados à mesa do gigante, sadios, instruídos, seguros e com perspectivas boas para si, seus filhos, netos e as gerações futuras. Não um estado de publicanos de 'acordos salvadores da própria pele' autuada em dolo. Mas um brasil onde o bolo será repartido para seu povo. Esquecer esta dado soberano é jogar outro dado no ralo da história. Já não tem sentido a 'sors iacta est', pois em solo brasileiro ela foi interceptada pelas lúcidas ruas do bem comum maior.
10. Vale lembrar a máxima evangélica: 'Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico diante de Deus.' E estoutra do salmista inspirado: 'Vós, Deus fazeis voltar ao pó todo mortal quando dizeis: voltai ao pó, filhos de Adão, pois mil anos para vós são como ontem qual vigília de uma noite que passou.'
11. E vamo que vamo tangendo na bigorna fria das decepções em curso, das 'desações' pavorosas da politica doméstica, da desfaçatez daqueles que deveriam guiar, prosperar em leis justas esta Terra de Santa Cruz e não o fazem, ao contrário amealham para si, os seus comandados e partidos as verbas, a fortuna da Republica federativa, e roubam do povo seus sonhos de pátria auto sustentável.
12. A mídia daqui e lá de fora, estampa diariamente as noticias verídicas a respeito da corrupção na Petrobrás e subornos de arrepiar Sir Ruy Barbosa e tantos outros patriotas que nos precederam. O fazer democrático anda sendo desvirtuado, e pululam o uso errado do erário nacional.E lamentavelmente não fazem jus da confiança neles depositada legitimante nas urnas soberanas.
13. E no momento presente em que a máquina administrativa recolhe impostos na cifra colossal de mais de 3 trilhões de reais, quando o bolsa família, aliás uma conquista justa do menos favorecidos, ela desembolsa qualquer quantia em torno de 20 bilhões, quando 'os amigos do rei', não concursados se somam a + ou - 120 mil pessoas, sem falar dos gastos com o executivo, legislativo, judiciário,etc, etc. Mesmo assim a conta não bate, pois pelos ralos sôfregos de contas fantasmas escoam as reservas de um povo soberano.
14. Considerando que lá na América democrática de fato pouco mais de 4 mil cargos servem à federação, aqui acumulam muito pessoal na indicação do QI, e tudo torna-se motivo para esbanjar e esbanjar. Assim estamos na curva de uma história que poderá tornar-se patrimônio da nação brasileira se uma grande assepsia salvadora surgir a partir da voz autorizada do povo nas ruas, dos magistrados, políticos, intelectuais em conjunto com este mesmo povo simples, cordato e sonhador de que compõe a pátria amada, idolatrada chamada Brasil.
Helder Tadeu Chaia Alvim
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