quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Sob o signo da poiétikés

sob o signo da ars poiésis

.  O andar insofismável das presentes rimas, a medida que avançam na direção dos 365 poemas, torna-se clara e espontânea sua consecução na escrita do mundo bom, aquele de oportunidades iguais para todos, sem discursos outros, na prática ações não normativas, propostas na chamada deste blog interativo, levando em conta a vocação, o talento, o esfôrço de cada um envolvido na façanha de viver sua existência terrena e fátua neste imenso deserto  de ilusões e miragens sem conta, de atravancos, percalços, surpresas, encontros, chegadas e partidas.

2. Nossa! O poeta resolveu falar bonito, sem os trejeitos interioranos, será o que vem lá? rrá, rrá! - Meu amigo que considero genial, que compartilho emoções líricas, vejo que a hora presente foge imperceptível, escoa na ampulheta do tempo inexorável e fui refletir sobre a vida e anotar depois neste diário eletrônico, canal ideal para expor pensamentos e indagações.

3. A cada passo, a cada linha e vírgula, me propus a ponderar o assunto e deixar fluir antes de tudo a inspiração, um dom gratuito das divas, que eu nem mesmo sei explicar, ou como define Anivaldo Ferreira, da Casa de Cultura Santa Teresa, no município de Embu das Artes- SP: - Poeta   das rimas soltas, não adianta arriscar outra atividade, o que a gente sabe fazer mesmo é escrever versos até ao amanhecer e depois  oferecer à roda dos amigos intuitivos. - Valeu grande Anivaldo a menção, com sua benção vou  tentar prosseguir na trilha enunciada.

4. O juiz não legisla em causa própria,  a poesia não pertence ao seu  mundo transcendental, foi desaforada na antiguidade por algum aprendiz louco e se escondeu na terra dos mortais, quando tem saudade de lá,  começa a declamar e foi assim que originou-se a arte de poetar - uma forma diferente de amar, uma saudade danada do lado de lá.

5. Abduzido por ela, estive inteiro na sua prospecção, agora que o término do projeto se avizinha, é o instante de reavaliar conceitos, limar os versos, alijar o que destoa de seu universo e prosseguir à moda dos velhos tempos, arranhando o refrão com um olho aqui e outro bem fixo  na eterna monção.

6. Percebo que passei momentos prazerosos consigo, leitor chegado e não sei se voltarão quando iniciar a segunda etapa desta idealização que será a produção, edição e divulgação. Dos momentos plácidos e líricos  de êxtase  e contemplação passar à ação concreta é que serão elas e outras. Me ajudem aí, gente sensata senão vou enlouquecer entre tanta burocracia, isbns da vida, eh! eh! eh!

7.Até daqui há pouco... vou tomar um cafezinho passado no coador de pano, tá servido?Hein?
............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ Demorei! É que fui na vendinha comprar uma bandeja de frutas para o pré lanche da tarde, aqui tá muito calor e a temperatura poluída do centro de São Paulo é osso! Viu! Também pudera com tantas emissões na atmosfera o ar fica rarefeito e a nossa mente avariada por tamanho dióxido de carbono. O abono ainda não veio, o jeito é "nóis" virar como pode, coisas da cidade avantajada em trânsito, caótica e minorada de feitos sãos.
>>> Entendam as potenciais saídas daquela que não é conduzida, mas conduz os rumos do Brasil indubitavelmente.

8. Como ia dizendo o papo tá bom, fui lá na venda e pensei no trajeto se não tiver, não trago... Pulo para a outra página da poiétikés, " dos sons e sentidos" de Paul Valéry e " do tempo e espaço" de Valter Montani.

9. Nesta espécie de rodologia, agradeço a todos os que me acompanharam até  aqui, que não oneraram em nada a caneta e o papel, pelo contrário tornaram-se minha fonte inesgotável inspiração e propulsão . Não sei viver sem filosofar, prosarei em versos o versei, versarei em agradecimentos o que constatei.

10. Pois vocês todos que me acessaram, me ensinaram em poucas palavras e olhares que rimar  é uma forma bela de amar a humanidade, e do outro lado da tela estes poemas sempre encontraram sem hora determinada, sem fronteiras demarcadas um campo florido de expansão, uma acolhida amiga em vários idiomas e continentes e perfumaram estas despretensiosas páginas, coloriram a tinta e transformaram este papel em canal de divulgação.

11. Isto me alegra sobremaneira, mima os versos do coração, alenta a responsabilidade da impressão, lima a essência, incentiva em meio à elaboração exaustiva e conduz a locomotiva do pensamento em busca da cantiga suave, perdida, esquecida, menosprezada por aqueles que deveriam ser o sal do tempero a luz do acervo da cultura mundial, da política do bem comum, da paz e da lealdade familiar.

12. Ah! como foi é bom estar aqui, compartilhar emoções com pessoas que amam as artes e as canções, oceano de puras paixões, no reverso a vida continua seu curso normal, afinal deste que o mundo é mundo a legião dos poetas cantaram seu canto, elucidaram seu pranto com arte, talento e engenho, qualidades que não tenho, apenas me empenho a vender meu peixe, não nas tendas de célebres Xeiques árabes - deis que nos livrem as divas - mas no recanto mil vezes  suave de sua atenção.

13. Foram momentos inesquecíveis que juntos atravessamos  montanhas e vales, escalamos serras íngremes, vislumbramos horizontes deslumbrantes onde nenhum ser vivo colocara os seus pés de destruição. Juntos tivemos dias de sol  a pino, noites de inverno rigoroso, primavera florida, outono faustoso.

14. Presenciamos no rebote os escalpes das ondas gigantescas, notícias de catástrofes climáticas pavorosas, atentados às nações democráticas, livres atiradores levando pânico e destruição em entidades educacionais em várias partes do mundo, gente inescrupulosa poluindo rios e mananciais, queda das bolsas mundiais, apertos financeiros, corrupção na política doméstica do Brasil, greves, blecaute, problemas na aviação civil, violência crescente contra a mulher e uma monta de coisas adversas, abalando a ordem nacional, balançando a universal e tirando quase tudo fora do eixo.

> Quiçá o querido mundo árabe insatisfeito , revolucionando o seu pensar, soltando as amarras, desengasgando um século de opressão, punindo com fôrça seus antigos títeres, empoados, agora apeados do poder. Se a moda pega por estas bandas, nem quero estar presente para ver a danação daqueles e daquelas que traem suas nações!!!

15. Por outro lado no espaço que nos foi facultado pelo destino, juntos cultivamos a simplicidade, materializamos a fugacidade do momento, o risco de viver em perigos constantes, a cada passo um lugar distante, a cada palavra um gesto consoante, a cada despedida um aperto de saudade.

16. Muitas vezes a ausência tornou-se longa, o recado constante, onde você está poeta mínimo? Abandonou o cajado? Foi flanar e esqueceu o sertão amado, a casinha branca, o cavalo baio, os trilhos da mata fechada, a Pirineus das geadas e vaga-lumes solidários? Vejo que a vela apagou o pavio! A cidade grande implodiu seu sonho latente?

17. E fui respondendo a cada indagação, com amor e carinho, sem chalerá o vizinho, sempre como pude, sempre do jeito que deu e graças ao bom Deus estamos aqui fracos, mas fortes, no cabo da enxada, leirando os versos, transportando na cacunda os feixes das rimas para apresentar no picadeiro, antes do último riso, antes do último choro, antes da quebra da última lente lucida, sem desaforos aflorando o compasso inteiro. Acenando,  mesmo sem conceber a hora que o  juiz, decano dos tempos e da história soar o apito final, anunciando o fim do jogo para a humanidade. 

18- Nossa, poeta que considero, tantas palavras faladas, quanta tinta espraiada, será que não encerra nenhuma falácia? - Fique tranquilo, interlocutor amigo, o que digo tem lastro na verdade, sem partido ou entrevista, não estou na mídia, nem pretendo dividendos, e sim escrever para espairecer, sem esmorecer ou desvanecer até o pulsar da derradeira palavra de insatisfação, seguindo a natureza deste humilde refrão.

19. Entendo sua admoestação, tem sentido perante notícia malograda, tanto sonho pisado, tantos interesses escusos escorregando nas meias águas improvisadas, que faz até santo forte se sentir fraco ao extremo.

20. Mas vamos continuar recordando coisas boas, na essência entabuladas, cozidas sem pressa nas panelas de pedra, degustadas à mesa de sua consideração. Para depois retomarmos as 'cismações' extasiados perante o inverso puro, saído das mãos de Deus, origem última de tudo quanto é pulcro na face do universo sideral. incluindo a Terra e seus milhões de segredos naturais. 

21. Lá do toponoétos, o grande artífice e poeta maior assiste pensativo o escoar desta tinta no papel em branco e o movimento louco do planeta terra. Ele que acendeu a luz do sol, que alumiou  a lua clara, que destinou Jorge Guerreiro para guardá-la dos males constantes, que a transformou numa poesia mutante, ele que concedeu aos poetas de todos os tempos a inspiração de cortejá-la de monte, e a ela a missão de arejar  a Terra e apontar aos homens um destino empírico que destoa desta realidade acachapante. 

22. Enfim, disse o que disse e precisava dizer até ao fim este pranto, que espero benéfico que aprendi a dura penas, na correição boa, sem sugar a ultima cor que  resta no quadro desfigurado da humana raça, sem pretensão de ser o último verso consciente da era atual, antes do dobre de finados, antes do explodir do caos na esfera global. 

23. Versos intimistas? Versos realistas? Versos espiritualistas? Versos do caos? Não tenho a mínima ideia do que seja, fui escrevendo, arranhando o diapasão, dizem ser inspiração. Sinais, não creio, a intenção foi de concatena-los e depois apresentá-los no parnaso das atitudes serenas.

24. Quando a balança estiver equilibrada entre a alma e corpo, se dará o início de uma nova era, lúcida e sincera, conosco e 'semnosco', virá mais tarde que a gente imagina, mais cedo do se espera, passando ao largo do apego à cidade matéria efêmera, bem colada à artéria   dos sentimentos, fornecendo o fermento restaurador, mantendo as portas da afeição bem abertas, as janelas bem arejadas e de lá poderemos calmamente voltar a escrever, literalmente para espairecer. 

25. A intenção foi essa! Me perdoem o resto, se não soube na minha ignorância ressaltar a importância de dormir vestido pois o amanhecer empirista virá, é questão reservada do Senhor do Tempo, aquele que desde todo o sempre amaina ventos e tempestades, aquele que os tronos, as potestades e dominações aquiescem ao simples clique de suas mãos. Aquele que reflui o destino do mundo segundo sua sabedoria e onisciência. 

26. Hoje no horizonte da raça humana avolumam-se problemas, amanhã os dilemas serão solucionados pelo sopro inconcebível de sua inteligência. A  era nano tecnológica que adentramos não será do marketing elaborado, e sim da alta definição divina. Duvida? Eu não!

Helder Tadeu Chaia Alvim


Um comentário:

Canjerana Alvim disse...

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