terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Reminiscências...

reminiscencias                 

1. Às vezes fico a pensar, me ponha a matutar,outros tempos, outros ventos da minha infância vivida lá na Pirineus, oh! Deus de camisa aberta ao peito, com aquele meu jeito de interiorano, não litorâneo, galopando égua baia sem malha ou cousa que valha

2. Era alegre e não atinava, nadava e peraltava respeitoso e não vacilava quanto ao futuro incerto que em São Paulo me aguardava

3. Hoje quando recordo esses tempos que já se vão, não me arrependo ter vivido, não me reporto ter sofrido nenhuma contradição.

4. Foi lá que fui jogral, no meio do arrozal, às vezes no canavial era simplesmente sensacional um palco em pleno sol as plateias eram as centopeias, os adereços os cabrestos, os bastidores, os corredores dos verdes arrozais, dos dourados bambuzais

5. Madrugava, não acordava, a boiada chamava e pastoreava o dia inteiro via sol raiar , aguardava a lua chegar, algo de diferente via naquele poente transluzente e quente dourava tudo quanto tocava
e fazia brotar canções nos lábios que acariciava.

6. Um dia pretendo voltar para lá, vir novamente a ser gente respirando os ares daquelas bandas,
respeitando os matizes daquelas plantas voltando a ser jogral em dias de sol.

7. Esse era o cenário, doce imaginário de minhas epopeias pequeninas, lupanário de feitos que até hoje me iluminam

Helder Chaia Alvim
( Cantos da Antiga Era, verso 33 )

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