segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Vôos Intermitentes


Voos intermitentes
Tantas vezes escrevi, esbocei realidades,
das contrariedades me apartei,
querendo que o mundo você de pura felicidade,
não me enganei quanto a forma de minha criação,
porém com matéria instável me deparei,
instinto de precariedade da condição humana,
fragilidade que não engana à simplicidade interiorana.

Me desiludi feio, derrapei nas curvas da estrada, quase sem freio,
novamente me lancei, construindo castelos de areia,
das sublimes miragens me aproximei,
voltei às raízes, aprendi com as cicatrizes
e por um triz não naufraguei.

Graças a Estrela da Manhã, que me alumia e guia,
perdoa sempre minhas manhas de menino,
que se lança a novos e mansos desafios.

No fundo eu queria ser poeta,
olhar para o firmamento,
destrinchar seus julgamentos,
inquirir de seus juramentos,
enlaçar o mundo com versos de alento.

Acho que vai demorar um bom tempo,
dedicar-me integralmente,
alçar vôos mais tranquilamente,
O trabalho interfere um bocado e deixa-se de lado,
a aspiração ao lúdico desejado.

Mas, a chama da poesia, confesso,
cada vez mais minha alma inflama,
ou, talvez, nunca aconteça exatamente,
levitar como a gente pretende,
só me resta o lenitivo, neste espaço aberto da Google,
de poder falar, acerca destes escassos vôos intermitentes.

Helder Chaia Alvim

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