quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

versos do amor

 Receita de como escrever um poema

magiar geza

1. De evidência desconhecida, vivencia dores, ausculta sentimentos nobres, pavores generalizados, rompantes desesperados, alegrias soltas, visões outras Assim a vida passa e ele a enlaça de matizes variados, às vezes na fragilidade de sua concepção, sem ocultar as raízes profundas de sua convicção. observa o tempo, o movimento, o sentir de sua raça e não há quem faça o ímpeto de sua elaboração silenciar.

2. Escrevo estes versos colhidos ao acaso, me embaraço nas palavras, tropeço, mas confesso ser o soneto um bem conceituado. Ele, companheiro, amigo, interlocutor, confidente, acompanha, admoesta, acalenta, alegra a existência humana. Seu numero é quase infinito, cada povo elege o seu preferido. Tudo nele encontra sentido. Amigo e irmão meu, escreva um poema, dois, três, ele se tornará uma espécie de amuleto da sorte.

 Experimente esta sensação enorme, imprima-o no formato recite-o muitas vezes, memorize o conteúdo exato, disponha-se a divulgá-lo aos colegas de trabalho, aos vizinhos aos seus chegados, o boca à boca é um fato. O email o levará a lugares distantes. Não esqueça do título, isto é importante. O hábito de sua criação constante multiplicará o seu soneto brilhante. Pode fiar, encontrará as palavras, as nuanças em forma de rimas surgirão. Um dia você me dirá que a tarefa, ora iniciada, não foi em vão.

3. É bom levar consigo um caderninho e caneta, a ideia veio, anote tudo devagarinho, na letra, afim de captar a inspiração. Em outro momento desenvolva o tema, dê asas à imaginação, consulte o dicionário, elabore tudo com exatidão. Bom poema, meu amigo, dê emocionado adeus à solidão, aconteceu comigo um dia quando exatamente subia a Consolação. Muitos anos se passaram e hoje declaro na humildade a clareza da visão e confesso na verdade ser fugaz o som das letras. O meu primeiro poema: os personagens me acompanha desde então.

4. O poeta envelhece, mas seus versos permanecem intactos na louçania, cônscios de sua inocência primeira, companheiro na hora derradeira. Confesso, quando o último suspiro colher minha existência quero recitar os meus versos mimados, quando Deus me perguntar:- Filho o que fizeste? Com calma responderei:

-Senhor, escrevi versos com amor!

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