THE
DECLINE OF COMUM SENSE
1.
Há
muito tempo que se perde nas brumas da historia existiu um reino que se chamava
Paina do Cácter Geral. situado no hemisfério sul, era rico em recursos naturais, possuía dimensões continentais,
de solo fértil, irrigado por rios soberanos, banhado por oceano, possuía as praias e falésias mais belas do
mundo, parecia um paraíso de delicias naturais, vegetação exuberante, de altas
serras, onduladas montanhas azuis, um primor de lugar.
2.
Seus
habitantes, naturais da terra tinham herdado de seus ancestrais o sonho latente
de liberdade, uma ideia entranhada do bem comum maior, eram uma raça audaz e
hospitaleira, cordata e simples que encantava a outros povos.
3.
Solidariedade
era seu lema, tanto que quando um vizinho ou mesmo alguma aldeia distante
carecia de trigo podia está certa que o auxilio vinha quando menos se esperava.
Trabalhadores, honestos e de fé viva reportavam ao Criador a abastança em tempo
de safra abundante e pediam o auxilio divino na estiagem prolongada.
4.
Tudo
era motivo do riso solto, e as efemérides da vida eram sempre motivo de
comemoração. Na colheita lá se punham eles a dançar e festejar, nos matrimônios
numerosos mais festança e jantarado, nos nascimentos flores, e na hora da
travessia de algum ente querido a compunção e as rezas prolongadas.
5.
Muito
bem, sonhavam ao amanhecer de olhos abertos despertos e ao anoitecer se reuniam
em torno do fogão à lenha embalados que eram pelos contadores de estórias sem
fim... e naquela hora que convida à oração abriam suas mentes para seu destino
certo de paz e harmonia,
amor, camaradagem e
bem querer.
6.
O
acalanto era seu hino nacional, a sua bandeira motivo de orgulho e admiração,
pois retratava a beleza dourada de suas convicções, o verde do eco sistema, planícies
e montanhas, o azul de seu céu, o branco de sua paz sem condições. Tudo muito
lindo, tudo muito alvissareiro.
7.
Não
existia as grandes cidades em seu reino, apenas vilas e povoados entrecortados
de paisagens campestres de perder o fôlego e encher a visão de alegria e
felicidade de situação. Este reino do qual me refiro existiu aos quinhentos
anos atrás e tinha uma população de 5 milhões de habitantes.
8.
Mas
um belo dia, um vento estranho soprou em suas faces e viram gente diferente
aportar em suas remansas praias, eles viram a ganancia nos olhos deles, e pouco
a pouco, dado a hospitalidade dos habitantes daquele reino, os estranhos seres
foram assenhorando-se de seus domínios,
e pouco a pouco um movimento contrário se fez sentir, e não correram cinquenta lustros adiante o declínio do então reino
de Paina do Cácter Geral se fez ver a
olhos vistos.
9.
Poucos,
muitos poucos resistiram, a maioria aquiesceu e saudou o progresso fisiologista
dos novos mandatários, ora eleitos pelo voto da maioria, retalharam o reino em
estados, e municípios e arquitetaram tributos em forma de impostos. Nas
capitais seus filhos vestiram togas, receberam o titulo de doutores, as tribunas
substituíram seus sonhos, as Igrejas deram lugar às tribunas, a luz de neon
substituiu o brilho fátuo da lamparina, os valores se tornaram outros. Honra,
justiça e bom senso se ausentaram dos corações daquele gente.
10.
Muitos até se abalaram para as recém criadas
megalópoles ditas modernas, a quem se esqueceu de seu passado modesto, e depois
de muito chão a face daquele reino fora desfigurada e que passava por ele não o
reconhecia dado a balburdia de suas tavernas, dado a movimentação financeira de
seus átrios, dado a correria insana daquele povo, outrora tão calmo e dono de
si, agora elétrico e focado no consumo de bens perecíveis.
11.
Criaram bolsas de valores, bancos, arranha céus,
o lucro, o comércio e ninguém era mais conhecido pelo seu nome, apenas numero,
qual mercadoria em série. Abandonaram o salutar hábito de pensar, de olhar no
olho do semelhante, e acreditavam em tudo que os meios de comunicação
despejavam a toda hora em sua mente.
12.
Na
sua central organização bolaram leis até razoáveis mas deixaram duplas e tripas
interpretações, e na sua dúbia maneira de enxergar a realidade desestimularam
ações heroicas para focar no ganho e ter fortuna, sucesso e aplausos, mesmo que
para tal tenham que trapacear, claudicar e burlar as mesmas leis que idearam
para a sociedade.
13.
E não pararam por aí, de geração em geração o
mais esperto era visto como vencedor, os que cismavam na abstração foram
tachados de loucos e armou-se uma espécie de patrulha ideológica em constante vigilância
para não deixar mais brotar o bom senso e a elevação de pensamento.
14.
Idearam um tal supremo que não suprema, mas
que suprimia os direitos e os senso comum dos habitantes do outrora reino do
sonho sonhado. A politica não cuidou mais de suas relações exteriores, de sua
defesa territorial, nem tão pouco da justa fiscalização de suas contas
publicas. Os impostos de elevado teor tributário eram cobrados
Pontualmente, e que
atrasasse reincidia sobre o tributado multas exorbitantes. Inventaram o
dinheiro de plástico, e que excedia o limite os juros se tornavam mortíferos e
assustadores.
15.
É pois zé sem falar que os tais impostos
arrecadados não voltavam para a população em forma de melhorias, e a corrupção
se alastrou naquele reino privilegiando a ‘ casta’ dos honoráveis políticos, e
se puseram a legislar em causa própria e fatiar a nação em novas sesmarias
deixando o povo no apartheid total, sem rumo, voz e vez. A prudencia, a paciência de outrora esboroou-se e em seu seu lugar apareceram as aventuras emocionais e a irracionalidade tomou conta quase por completo daquele reino e de seus habitantes. A corrupção sistema se alastrou pela malha politica alijando de vez o salutar senso comum e a auto determinação daquela gente.
E se me perguntarem o
que aconteceu com o destino daquele povo digo sim que um dia foram as ruas, e
no outro começou uma tremenda comoção social em detrimento da paz sonhada, do
sonho de liberdade, do desejo bem comum!
16.
Para meu alivio acordei, foi um pesadelo e tanto... e
passei a anotar para compartilhar aos meus chegados, de mesa, prosa e bar...
será?!
Chaia Alvim Helder
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