O evangelios
segundo Matthaios
1.
Matthaios
naquele dia de inicio da primavera talvez não imaginasse que sua vida iria dar
um giro de 361 graus e em uma direção espetacular pois o Mestre Jeshuá surgiria em sua vida com força bendita de um furacão do bem e o jovem hebreu entraria para a história
universal como seguidor do nazareno, apóstolo, mártir e autor do primeiro
evangelho. Filho de Alfeu, ele era da
receita federal daquele tempo de jugo sob as vigilantes sandálias romanas, e
cioso de seu cargo coletava dinheiro e entregava-o ao Tetrarca da Galileia de
nome Herodes Antipas.
2.
A
sede de sua coletoria estava na importante cidade de Cafarnaum e inteligente estudado
que era falava fluentemente o aramaico, dominava o latim e ainda conhecia a
cultura helênica e seus vieses da arte e sua influencia no império dos césares
de Roma. Certamente lera os 12 volumes da obra Eneida e cultuava o valor do
poeta Eneias, suas peripécias após a
queda de Troia...
3.
Era
visto pelos seus conterrâneos judeus com uma espécie de pária a soldo de
estrangeiros, mas ia levando sua prestigiosa vida sem se importar muito com a
falação de seu povo, até que em um belo dia arcano ‘o vem e segue-me’ de Cristo
Senhor soprou uma melodia suave e forte e ele prontamente tomou posição e iria
escrever com os outros apóstolos páginas e mais páginas da iluminura cristã até
morrer martirizado nos confins da Etiópia no ano 72 da primeira grande era.
4.
Vale
destacar que a tradição o associa aos anjos, e para tanto Matthaios deixava se inspirar por esses espíritos de luz em sua
escrita, a primeira obra prima da Igreja denominada evangelios que até hoje
enche de unção a cada página que se lê com atenção e gosto pensado. Um livro que
juntamente com outros três de autoria de Marcos, João e Lucas iria guiar e
iluminar todas as eras, principalmente da Idade Média, obras responsáveis para
alicerçar o reino do outro mundo na terra dos homens, aquele reino que nem as
traças e os ladrões abocanhariam para si. O tempo do Pater, as profecias contidas no admirável evangelios abre uma porta do porvir...
5.
Um
simples chamado, um sim imediato, uma renuncia total, uma entrega enlevada ao
Cordeiro bastou para mudar a vida deste homem e guindá-lo como estrela de
primeira grandeza e se consagraria um dos pilares da cidade de Deus. Um dia em Cafarnaum alguém,
não menos que um Deus humanado, apareceu na soleira de sua porta e abriu um
novo horizonte de fé, confiança e misericórdia que até hoje impressiona quem se
detém um momento para analisar a história verídica de um cobrador de impostos que
se tornou um dos doze apóstolos de Cristo e sonhou com ele um sonho grande de
liberdade e paz de espirito e construiu algo tão fabuloso que perdurará até o
cair da ultima folha verde na consumação dos séculos.
6.
E
seu sonho realizado o fez um gigante de santidade, um defensor dos pobres e
oprimidos do império altivo, o fez desafiar doravante tetrarcas, fariseus e
etíopes e implementar na prática o que deixou impresso no papel e sua poesia
totalmente sublime deliciou toda a face da terra com o hálito fresco e perene
do Evangelios de Cristo.
7.
E o canto
suave e forte continuou e continuou e chegou hoje aos nossos ouvidos atentos de
boas novas: "Tendes
ouvido o que foi dito: Amarás o teu próximo e poderás odiar teu inimigo. Eu,
porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos
que vos [maltratam e] perseguem. Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do
céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz
chover sobre os justos e sobre os injustos. Se amais somente os que vos amam,
que recompensa tereis? Não fazem assim os próprios publicanos? Se saudais
apenas vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não fazem isto também os
pagãos? Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito”.
1.
Um poema mais
bonito e expressivo que o outro, uma inspiração arcana: «Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal perde seu
sabor, com que se salgará? Não servirá para mais nada, senão para ser jogado
fora e pisado pelas pessoas. Vós sois a luz do mundo. Uma cidade construída
sobre a montanha não fica escondida. Não se acende uma lâmpada para colocá-la debaixo
de uma caixa, mas sim no candelabro, onde ela brilha para todos os que estão em
casa. Assim também brilhe a vossa luz diante das pessoas, para que vejam as
vossas boas obras e louvem o vosso Pai que está nos céus».
Chaia Alvim Helder
São Paulo, 21 de setembro de 2016 / Festa de São Mateus