Os
Anjos, esses desconhecidos
1.
O proseio hoje é denso, de uma densidade
transcendental, anímica, se quiser se puder empírica, será um longo caminho
permeado de luz e trevas, um tema desconhecido à beça das estantes virtuais do
mundo contemporâneo, olvidado por aqueles que se consideram lentes da ciência da religião. O aluvião é
sagrado, dinâmico e potente, e a ordem do universo depende dele ou melhor
desta legião de Deus chamada: A n j o s.
2.
A que tudo indica o planeta está prestes a
vivenciar sua presença palpável, de tonalidade suave, também forte e decisiva, pois a hora presente
requer sua revoada arcana, a natureza os chama, a alma desalentada reclama lá
no fundo sua presença de luz. Confesso que a missão desta linhas será dora em
diante trazer á sua apreciação alguns detalhes que passam desapercebidos da
galera, nem por isso me acanho diante da tarefa difícil de falar sobre estes grandes desconhecidos da
mídia, de nós mesmos então.
3.
Que para tanto me ajude a inspiração divina,
pois na hora presente a monção densa, triste e tensa bate à porta da humanidade, açoitando sonhos,
amanhã quando acordarmos do pesadelo hodierno, quem sabe o panorama será outro
, de proporções avassaladoras, que nenhuma força humana conjugada poderá salvar
a terra dos homens, palco de enormidades tal, que a então passada conflagração
da 2ª guerra mundial parecerá um game infantil.
4.
Então infere-se daí que o assunto traz uma
relevância prática, e nesta visão vamos tangendo a bigorna no intuito de
acordar e acordar a rima, a prosa e os versos ao amanhecer, e ousar aprochegar
bem juntinho aos seres de luz, a
caminhada tornar-se mais leve,
suportável do ponto de vista espiritual, este é meu pensamento.
5.
Na infância, tivemos presente a figura do anjo
da guarda, com sua proteção e amparo, rezávamos com nossa mãe a oração do
zeloso guardador, confiado a nós pela piedade divina, nos iluminando e guiando
no alvorecer da vida. Então fomos crescendo e esquecemos de tudo, menos a obrigação de vencer... e o anjo ficou em segundo plano. Veio a
adolescência, as descobertas, os desafios, e fomos perdendo a familiaridade com
ele, mas seu quadro ainda está dependurado na parede de algum canto da casa
materna. Os anjos existem mesmo, embora outras emoções nos afastaram de suas
asas aladas...
6.
A idade madura chegou, e tragou a nossa
inocência, o mundo absorveu nossos pensamentos, a combustão esmaeceu quase completamente
esta nossa amizade e deu no que deu. E cismando percebemos o quanto perdemos, o
quanto nada completou nossa vida exatamente. A fugacidade apareceu quando perdemos um ente
querido num desastre, numa morte repentina, e o flash acendeu e trouxe a triste
realidade existencial. Nesse momento lembramo-nos do nosso anjo da guarda, onde ele estaria
agora? Não fomos só nós, mas a
história também o esqueceu, mas ele continua próximo, e sua missão só se encerrará quando cair a
ultima folha verde na consumação dos séculos. Daí a necessidade vital de uma
reflexão acerca da corte angélica e sua
função social, espiritual e humana na terra
dos homens. Conhecer sua organização celestial só trará benefícios palpáveis a
quem se dispuser a entender um pouco de sua ajuda especial e intervenção secular.
7.
E digo que houve um tempo no céu que um deles se
revoltou, queria ocupar o lugar do Altíssimo Senhor, Ele, Lucífer carregava a
luz, e detinha um alto posto na hierarquia, era uma espécie de general, se
rebelou contra a ordem divina, e se tornou o anjo das trevas com outros
seguidores, a quem diga que 30% da legião o seguiu, expulso que fora para os
lugares inferiores ou inferno. De lá tentaria os humanos, e não daria trégua à terra dos homens.
8.
Foi um auê monumental, pois o arcanjo Miguel
liderou a 1ª batalha do Bem contra o
Mal, e vitorioso Miguel lançou esta corja para o quinto dos infernos, alguns
titubeantes ficaram rondando o mundo, e indiretamente tentam abduzir os seres humanos,
dotados do livre e solto arbítrio. Os anjos maus ou demônios conservam sua
propriedade de inteligência, mas perderam a inocência, os seus lugares no
paraíso seriam preenchidos pelos homens criados à imagem e semelhança de Deus.
Veio a promessa através do Redentor gerado pela Sempre Virgem Maria, a
constituição do primado do Grande
Pescador Pedro, a possibilidade da ascese cristã através dos sacramentos, e a
história seria doravante escrita com lágrimas, suor e sangue pelos santos e
santas em todas as eras históricas.
9.
A batalha do céu se estenderia ao universo com
lances heroicos dos bons, tentação e
traição pavorosa dos maus, haveria
guerras, ódios, intolerâncias, escravidão, exploração do homem pelo homem,
muita gente erguendo bandeiras sociais para roubar do semelhante seu pão e
esperanças. Haveria atitudes louváveis, belos gestos ao longo da história da trajetória humana, a
medida que esses e essas se aproximassem dos anjos bons ergueriam catedrais, evangelizariam toda a
terra esparzindo sobre ela o sangue Redentor do Cordeiro, a paz e o bem estar
social.E quando se afastassem da luz diáfana das asas arcanas ergueriam castelos
assombrados da perfídia de outros Loudas Iskariotis.
10.
Inocência
e pecado se enfrentariam disputando cada parte do coração dos homens,
ceticismo, pragmatismo, relativismo ocuparia as ações da nações, fé e
metafisica se uniriam para erguer a Idade da Luz, depois viria a era do
renascimento e a presença dos anjos iria se rarear a olhos vistos, ficaria tão
somente nos afrescos das Igrejas, em algum pórtico de catedrais e na lembrança
um tanto esmaecida de algum(a) devoto(a).
11.
Seria interessante notar que as santas
escrituras confirmam sua existência, a patrística e a tradição da Igreja
também; e eles estavam presentes na criação do mundo e ficaram tão cheios de
admiração que ‘gritaram de alegria’ ( Jo, 4, 18). Mas não se apoquente, eles
nos acompanham, dado à sua natureza especifica, não choram, não se afligem, mas
se compadecem do mundo e de seus erros, e estão agora mesmo nos acompanhando e
inspiram-nos bons pensamentos sempre.
12.
E mais, não arredam pé de sua missão cabal e
assistência pessoal a cada individuo a si confiado, e assim será até a nossa
última viagem, aquela do decesso de desdobramentos eternos, pois em lá chegando
não careceremos do bilhete de volta. Haverá um tribunal a nossa espera,
inafiançável sobre vários aspectos, naquele anoitecer haverá mister sim da
presença de nosso guardião e de seu amor etéreo.
13.
Se, se tivermos a ventura de ser achados
agradáveis aos olhos do Senhor, nosso anjo da guarda nos introduzirá na posse
do reino, aquele que nem as traças e os ladrões abocanham para si, aquele que ‘
os olhos não viram, o coração não sentiu’, aquele que não carecerá de sol, pois
o Sol de Justiça o alumia com sua resplandecência de diáfana luz.
14.
E vemos que a par de sua bondade, os anjos tem
missões especificas como o relatado no livro do Gênesis (19,13), quando dois
anjos foram encarregados de destruir Sodoma, Gomorra, Admar e
Zeboim; quando o rei
David faz o censo do povo eleito,
um anjo os destrói pela peste, e por um anjo que o exercito Assírio é destruído
( 2 Reis, 19,35), e Ezequiel ouve seis anjos receber o comando para destruir
aqueles que eram pecadores em Jerusalém, e Anjos aparecem a Jacó em sonhos, e o
anjo que aparece a Balaão é visível primeiro a jumenta, e o anjo que segurou a
mão de Abraão para não sacrificar Isaac, seu filho na montanha de Moriá.
15.
Inúmeras citações permeiam o antigo testamento e
não deixam dúvidas quanto a sua existência, a visitação destas benditas hostes
angélicas à Terra dos Homens, demonstrando que o elo entre o Senhor e sua
criaturas não fora rompido jamais, mundos distintos mas ligados constantemente
por estes emissários de luz, uma movimentação que até hoje acontece apesar de
nossas vistas emblemáticas não perceberem não quer dizer que não existam e
estão neste momento entre os atordoados habitantes deste mundo enganador.
16.
Foi em meio à nuvens resplandecentes que um anjo
anunciou a presença de Deus ao patriarca Moisés, e quando veio ao topo da
montanha sagrada do Sinai, ele estava acompanhado de milhares de anjos, tinha
raios brilhantes em suas mãos, e foi tão terrível a visão que Moises quedou
tremendo, assombrado.
17.
Um anjo apareceu no deserto de Sur, à escrava
egípcia Hagar, anjos anunciaram o nascimento de Isaac a Abraão, anjos salvaram
Ló do meio da destruição das cidades sodomitas, anjos guardam Jacó em sua vida
de peregrinação, um anjo conclamou Moisés a libertar o povo hebreu da
escravidão egípcia, um anjo guiou Israel no deserto, um anjo do Senhor falou a
Josué quando se encontrava ao pé de Jericó, e também um anjo ordenou a Gideão
que livrasse o povo de Deus do jugo dos Midianitas, um anjo anunciou o
nascimento de Sansão.
18.
Durante o período da monarquia judaica os anjos
tornaram se assíduos na vida daquele povo, algumas vezes livrando-os, outras
castigando-os, um anjo feriu a 70 mil escolhidos de Israel no tempo de David,
um anjo acudiu ao profeta Elias quando fugia da fúria de Jezabel, Elizeu de
certa feita viu-se cercado de anjos, durante o cativeiro babilônico um anjo
livrou o profeta Daniel da cova dos leões, um anjo ajudou a Zacarias na redação
de seu livro. E assim foi durante todo o período da antiga aliança os anjos
estiveram presentes, estas citações tão somente exemplificam as manifestações
tópicas, mas durante todo este tempo os anjos estiveram presentes, porém
invisíveis aos olhos humanos.
19.
Uma palavra sobre os anjos envolvendo a crença
judaica seja importante mencionar, pois eles também acreditavam nesses
mensageiros celestes, máxime no período inter testamentário por ocasião do
retorno do cativeiro da Babilônia e a construção do segundo templo. A convicção
aumentara a medida que escasseava os profetas, então elegeram outros mediadores
da vontade divina: o ministério dos anjos.
20.
Mesmo antes da vinda do Messias, esperado das
nações, a angeologia estava incipiente na cultura greco romana, e o misticismo
helênico que o diga. Os historiadores encontraram vestígios nas obras de Platão, Homero, Xenofonte,
Sófocles e Epícteto, pois eles afirmam que os inúmeros cativeiros forçados do
povo hebreu e a convivência com estes povos, alguma referência aos anjos foram
passadas a estes povos antigos.
21.
A língua hebraica traz a definição de anjo ou
mala’k, aggelos ( mensageiros) que povoam o mundo celeste e assistem
constantemente o trono de Deus. Em tudo e por tudo no novo testamento vemos nos
evangelhos sinóticos a intervenção divina, direta, clara e insofismável por ocasião da
encarnação do verbo no seio da Sempre Virgem Maria, em Belém de Judá no
primeiro natal, na fuga para o Egito, na tentação de Cristo, no Getsemani, na
Ressurreição, e o Mestre menciona várias
vezes em suas preleções que os anjos o assistirão em sua segunda vinda ( era do
Pater) e também no juízo final.
22.
Não fora Jesus mesmo que dissera uma vez às
margens do mar da galileia: ‘ ... Cuidado para não desprezar nenhum destes
pequeninos, eu afirmo que os anjos deles estão sempre na presença de meu Pai
que está no céu.’ (9 Mt 18-10,6). Também temos noticia dos anjos em Atos (1,10-11)
que foi visto dois homens com vestes resplandecentes no local da Ascenção; o livro do novo
testamento está repleto de presença deles e trazem em mensagem oficial o pacto
de Deus, acrescendo à sua missão a função protetora. Por duas vezes libertou os
apóstolos da prisão, ou mesmo punir algum mandatário do poder, especificamente
o rei Herodes ( At, 12,23).
23.
Enfim, anjos eles existem mesmo, são mencionados
no antigo e novo testamento, pelos Padres da Igreja primitiva e acompanham a
gesta da humanidade em cada era histórica, não há como negar, e com acentuada
nitidez na Idade Média, a era por excelência da luz, eles voltaram a conviver na terra dos
homens, pois nesta época (‘ não nos
disseram’), o evangelho imprimiu sua marca de bondade, paz e harmonia entre os
povos e surgiram as catedrais, a hagiografia cristã está repleta de belos
gestos, de virtudes e heroísmo de congraçamento eficaz, de equilíbrio social,
de avanços no saber que até hoje impressionam os estudiosos do assunto. A vivo
e a cores os afrescos de Fra Angélico, a Suma teológica de Santo Tomás de
Aquino atestam que quando um povo se abre para a realidade angélica ele voa
voos de liberdade e felicidade de situação, fatores ausentes em nossa era
massificada e totalmente avessa à realidade anímico empírica.
24.
Na renascença pagã, eles, os anjos foram
maldosamente estereotipados de forma tendenciosa e puramente humana, e ao que
parece se distanciaram de nós, e os séculos subsequentes foram endeusando a
matéria, foram explorando o trabalho pelo trabalho, foram aparecendo teorias e
mais teorias, ilusionismos, ceticismos, e o elo entre o profano e o soberano se
partiu, no coração do homem se abriu fendas de desamor, ele quis ser um outro
deus que renascia das cinzas da incredulidade, mas se afundou em crises
existências, engendrou poder, e pela arte da guerra espalhou as desavenças seculares,
e sem saber onde ir, idealizou o mundo sem Deus, até que em 1917 apareceu
novamente em Fátima o Anjo de Portugal a três humildes pastorzinhos nos campos
de Leiria, precedendo as aparições da Virgem Maria em Fátima. O anjo, revestido
de luz trazia o cálice santo e a hóstia nas mãos.
25.
E na inflexão portentosa de Deus, Nossa Mãe do
céu revela segredos da maior importância, que se desdobrarão na perda paulatina
da fé, no advento de guerras mundiais, na expansão da hegemonia bolchevique, e
delineia a era mística do seu Sagrado Coração, e depois da grande procela,
enfim a paz para todo o mundo. Infere-se que estará a cargo dos anjos o ante e
o pós, e hoje enquanto traço neste papel, muitos estão despreocupados em seus afazeres,
muitos armando traição em plena era quântica dos neutrinos enriquecidos, mal
sabem que está se aproximando outra de
tonalidades totalmente diferentes, sim, vai acontecer mais acontecimentos tristes, não
podemos perder a esperança de um tempo de paz, e quem soprará os ventos
arcanos, eles os grandes desconhecidos, os anjos de Deus!
26.
Estas rimas acanhadas vão ficando por aqui em
sua módica expressão, e não almejam créditos na versão, a não ser saudar os
pregoeiros do mundo bom: os Anjos e agora você
vai conviver com um portento no assunto, o doutor Tomás de Aquino, Os capítulos subsequentes vão tratar de
alguns tópicos DE ANGELIS, ou a brilhante
tese que o santo medieval discorreu com
maestria sobre o assunto. Aliás em Motu
próprio o Papa São Pio X o denominou Doctor Angelicus, pois sua inteligência,
argúcia se equipararam a dos anjos, pois ninguém em sua suma teológica
conseguiu conciliar fé e razão, ‘ ... e pelo mesmo fato de tratar os
anjos de criaturas puramente espirituais, se não o vemos, eles existem sim, não
possuem matéria, e nem estão submetidos ao movimento e ao tempo.’
27.
A origem, natureza, faculdade e hierarquia
específicas desses seres alados sempre chamou a atenção da exegese bíblica: ‘
Coisas essas que os anjos anelam
perscrutar.’( 1 Pedro 1:12),
e Santo Tomás melhor que ninguém abrangeu extensamente, e que a molde de
conclusivas citaremos neste capitulo final. E ele adianta que ‘... houve um espaço de tempo entre a
criação e a queda do anjo, se não fora assim, alguns anjos não se teriam
afastado de Deus depois de sua criação.’
28.
‘... os
anjos são eviternos, porque não são nem eternos, justamente porque foram
criados e começaram a existir a partir de um momento, nem temporais,
precisamente por serem de natureza puramente espiritual, sem nenhuma mescla com
a matéria e por não estarem absolutamente sujeitos ao tempo., mas pode atuar no
tempo em razão de sua operação se referir ao homem.’
29.
‘... Por
isso o anjo, mediante seu dom natural, é capaz de conhecer a si mesmo, outro
anjo, a Deus, as coisas corporais, o homem, mas nem o anjo bom, nem o mau podem
conhecer o futuro e as intenções humanas.’ ‘... e resumindo a faculdade do
anjo: amar, pois o amor é a síntese de entender a verdade, querer o bem e
servir no bem. O anjo que, mediante sua faculdade livremente entendeu, quis,
aceitou, escolheu e decidiu-se pela verdade que lhe foi manifestada no instante
da criação, foi confirmado no amor e no
serviço a Deus, num instante imediatamente posterior: eis a bem-aventurança. Mas o anjo que fez o contrário, que decidida e
livremente afastou-se do amor e serviço a Deus, logo no instante depois de sua
criação, com uma decisão que o determinava para todo o sempre, caiu: eis a
queda.’
30.
‘... O non
serviam livre e voluntário do anjo, que era superior a muitos outros, deu
origem ao mal de culpa, cujo pecado induziu à queda de muitos que lhe eram
inferiores, enraizado soberba por não quere submeter-se a Deus naquilo que que
lhe era devido, na inveja, na inveja, por não conseguir-se que não existissem
os santos., e entristecer-se diante do bem do homem e da grandeza de Deus,
desejou ser semelhante a Deus por virtude própria e não por auxilio divino, ao
mesmo tempo em que quis tomar para si aquilo que, para Deus, é o seu bem mais
precioso na criação: o homem, criado à imagem e semelhança de seu filho.’
31.
‘...
Afastou-se da presença de Deus por causa de sua maldade, isso privou seu
intelecto da verdade, a qual de fato não quis conhecer, e excluiu de sua
vontade o bem. Converteu toda a sua inteligência à mentira e sua vontade obcecou-se
plenamente no mal. Incapaz de amar, à semelhança do amor divino, embora ame
desordenadamente a sua própria natureza, são lhe imperativos a partir de então,
a dor, o ódio, e a mentira, que o fazem contorcer-se por se voltar inteiramente ao que é contrário
à sua natureza. Por causa disso padece essas penas do inferno e elas se
intensificam quando atormenta os que lá estão sob seu jugo ou quando, no mundo,
tenta ou possui o homem, ou ainda infesta os locais onde esse vive.’
32.
Ao
contrario da atitude acima afirma o
gênio tomista: ‘ ... A individualidade especifica do anjo bem aventurado o
torna mais semelhante à unidade divina, em razão da unidade da verdade revelada
e iluminada em sua natureza. Essa mesma individualidade especifica auxilia na
atuação de guarda individual de cada homem, segundo aquilo que cada homem
necessita para alcançar a salvação. de fato a individualidade humana exige uma guarda individual, pois seria sem
sentido que o bem mias preciosos da criação, o homem, por representar a modo de
imagem e semelhança a perfeição do Filho do Homem, não fosse guardado
cuidadosamente.’
33.
E o grande teólogo da fé e filosofo do
pensamento vai alumiando em seus estudos a ordem entre os anjos, a sua missão
na terra, a sua função e especifica substância que a gente fica boquiaberto
acerca do ele traz em sua suma, apenas estou citando trechos esparsos para alinhavar
estes versos escritos ao amanhecer, pois ‘no anoitecer de nossa vida seremos
julgados como diz Santa Teresinha do Menino
Jesus, seremos julgados pelo amor’. E esta ultima viagem pode acontecer
a qualquer hora, e eu resolvi humildemente aproveitar o sopro de vida para
deixar anotado a quanto em Deus vai minha inspiração.
34.
‘... O
demônio fingiu conhecer o futuro para ludibriar o homem, e fazer-lhe crer que
tem tal poder, na verdade conhece a causalidade material do mundo melhor que o
homem, por isso infere seus efeitos como
se fosse uma previsão do futuro... o anjo mau pode enganar o homem fazendo-lhe
crer que conhece, mas não conhecendo, com efeito como as intenções se traduzem
em ações, pelo movimento do corpo, dos sentidos, ele pode antecipar qual será o
efeito mesmo antes que o homem aja. Do mesmo modo que, pode agir influenciando
com imagem a fim de que o homem realize sua intenção, mesmo sem a conhecer. E
isso pode fazer tanto o anjo bom quanto o mau, mas com finalidade distintas.’
35.
E Lúcifer no seu orgulho entranhado tem a
faculdade ‘ de pensar ser sua unidade a
referencia da individualidade humana.’ Ele e seus asseclas mentem para si e
espalham o mal no mundo, onde eles vão espalham danação, perfídia, onde vão
geram a negação, por isso infestam, possuem, não tem limites para o mal, ele
mente ser forte, e seu poder é um poder limitado de criatura, suas juras são falsas,
seu espelho é o orgulho, dai a inesgotável guerra, invejam os humanos criados à
imagem e semelhança do Criador. Enquanto na corte angélica, OS ANJOS DE LUZ, se decidiram in fieri pelo bem, pulcro e belo e mereceram a
bem aventurança, estão felizes, incomensuravelmente felizes, ditosos.
F i n a l
Tocamos ao termo destas rimas mínimas, hoje visitadas
pela celebre pena de um sábio, e erudito do pensamento teológico e filosófico, um santo que se debruçou atentamente sobre as sagradas escrituras, nas teses de Aristóteles,
nos conceitos de matéria e forma, na ordem da criação divina e material e
sorveu no tabernáculo as verdades da religião. Em ultima análise compreendeu
que fé e razão coabitam sem crises e em riste sagrada defendeu a escolástica e
lançou luzes para todas gerações futuras enquanto o mundo for mundo.
Quanto a mim, na humildade reconheço ser fugaz o som
de minhas palavras, muitas noites insones, para traçar neste cânhamo acanhado
um esboço sobre esses grandes desconhecidos desta era afônica: O S A N J O S ! ! ! O peito bate forte, e nesse acorde vejo que
as citações da Suma de Santo Tomás envolveram o tema para resgatar para você a
realidade anímica que envolve esses seres alados potencialmente salvadores do
planeta, realmente protetores da raça humana contra as hostes infernais.
Esses seres de luz que refletem a bondade, a justiça e
força do Altíssimo Senhor, são dotados de beleza, amor, determinação, são eles
os guardiões da terra dos homens em meio aos caos, em meio aos perigos em que
hoje nos encontramos, em meio ao desvario existencial do mundo, somente esta
profilaxia bendita do céu poderá afastar os flagelos em curso, e apontar o
caminho em meio à borrasca iminente.
E o Doutor Angélico afirma alhures ‘que o bem em si se difundi’, possam
estas páginas contribuir um tanto para tal ensejo, e no contraponto deste tempo
adoidado em que vivemos, possa o Amor total do Espirito Santo Paráclito
inflamar os corações, e preparar a humanidade para o advento da era das
promessas contidas na oração de Cristo Senhor: o Pai Nosso, quando a Rosa Mística de eleição se manifestará e falará aos anjos como dissera um dia nas bodas de
Caná da Galiléia: ‘ Fazei tudo o que
meu Filho amado disser.’
Então meus
irmãos a terra, após uma consternação momentânea e salutar, será restaurada pelo hálito fresco dos anjos arcanos
e vai provar, ditosa, o ardor caritativo
dos Serafins, a plenitude de ciência
dos Querubins, o juízo divino dos Tronos, as decisões das Dominações, as Virtudes e suas determinações físicas do bem comum, as Potestades e suas espadas flamejantes,
os Principados e o destino das
nações, a guarda intuitiva dos Arcanjos,
e os Anjos anunciadores do mundo bom
das certas certezas anímico empíricas. Então somente então ‘ Fé e Razão’ unidas, tão
ao gosto pensado do Doutor Angélico serão os condimentos de sobra, a perfeita equação entre alma e corpo, a bem querença do
céu transportada à Terra dos Homens pelos nossos amigos do outro mundo: O s A n j o s ! ! !
Chaia Alvim
Helder