A evolução do poder in power struggle
Sou um poeta da antiga, já percorri muito chão, já tive vida folgada montado no meu alazão, já presenciei muito amanheceres, cantos do sabiá laranjeira, corridas da seriema ruidosa, galopar do vento norte, sensações as mais diversas possíveis, ao atingir o cimo da serra de Pirineus, minha estância adorada, Por diversas vezes ouvi o causo daquela gente simples, rincão da minha origem, arruei o café no terreirão de pedra, candiei muito boi, brinquei a valer com soldadinhos de chumbo no alpendre, acompanhei as procissões da santa em maio florido, minha mãe Geralda com terço em arrimo, já chorei um ente querido que a cobra venenosa vitimou, vi as cruzes à beira da estrada pelas malditas emboscadas. Vi meu povo em demanda da cidade grande, esquecido de seu passado modesto e das cigarras nas tardes ensolaradas. Vi a parabólica virar moda, gente apinhada na boleia do caminhão, vi o sertão das pacas e irerês acabar, mas nunca desanimei do sonho de infância do mundo bom, da brasilidade à beira do fogão à lenha, das lendas de saci e lobisomem. Hoje estou aqui conversando consigo minha amigos intuitivos e convidando- os a conhecer meus humildes versos que lhe ofereço de coração singelo! E hoje espreguiçando na amurada florida vamos versar na humildade sobre a evolução do poder, tema por demais atual tendo em vista os recentes enfrentamentos medonhos nesta eleição para lá de judicializada;
Não é de hoje que o tema ocupa um lugar central na mesa da humanidade, e houve tantos e tantas lentes no assunto que suas teses locupletaram estantes e mais estantes ao longo da história, celeumas à parte hoje em dia poderia se encher os espaços da mídia virtual e escrita quase ao infinito. “afinal, o que vai mal no mundo”? Indaga e responde Chesterton em seu inconfundível estilo intuitivo e penetrante: - “eu mesmo!”
Poder,
mando, liderança, influências, permearam a vida na terra dos homens desde priscas eras, e ao longo da história vão mudando de mãos, formato, situação geográfica, histórica e econômica de cada região, continente ou povo. Mas se nos detivermos a reflexionar sobre, veremos que em sua linha condutora, tudo é a mesma coisa: eu mando, decido, legislo, ordeno, se precisar com o uso de força, e você obedece, e se não questionar é melhor! E e e e e e e ! ! ! ! ! ! Eu idealizo utopias, manobro a opinião alheia, engabelo, e direciono ações concretas ao fim proposto, de vez em quando elimino desafetos, faço alianças espúrias, e no escopo de minhas razões sempre justifico os meios utilizados.
Assim foi, acho eu, assim é tenho certeza, e assim não será indefinidamente. Não pode ser que o Grande Ordenador Divino vai permitir estragarem na totalidade sua obra de perfeição intitulada terra dos homens. Mas por enquanto ainda não se tem sinal das revoadas arcanas que irão restaurar tudo e todos no amplexo universal do mundo bom das certas certezas empíricas. Até lá o que temos para hoje é essa desagregação sistemática da alma humana.
No antigo testamento as ordenações divinas visavam organizar o povo eleito em tribos e a orientação ficava a cargo dos patriarcas, os reis Salomão e David são estes arquetípicos de soberanos justos e bondosos. A inspiração do alto vinha dos profetas, canais diretos entre os hebreus e Deus. Jonas, Isaias, Jeremias, Ezequiel, Daniel, Oséias, Amós, Miqueias, Habacuque, Ageu, Naum, Baruch, Joel, Sofonias, Zacarias, Abdias, Josué, Samuel, Esdras, Neemias, Tobias, Judite e Ester, Jó, Malaquias, e Macabeus, Elias e Enoque, entre tantos, pontuaram a vontade de Javé a respeito das ações e intenções de seu povo, de suas relações Inter pessoais e coletivas.
Outros povos também tiveram seus reis, uns cruéis, outros equitativos e inteligentes. Alexandre, o grande e Ciro deram exemplos de uma psicologia profunda, de uma visão extensa e de uma bravura sem limites. Apesar de não terem a iluminação do Altíssimo Senhor, eles seguiam sua consciência e a lei natural em prol de seus reino e súditos, e fizeram história na era antiga de uma maneira surpreendente.
No alvorecer da Era Cristã, deparamo-nos com eles, sempre ciosos de seus cargos, e endeusados em si mesmos. Na altiva Roma dos césares, Ponce Pilatos e Herodes tetrarca da galileia, encarnam a percussão dúbia e cruel da ambição que fará uso sistemático de suas sandálias e elmos em nome da Pax romana. E o fio condutor da história assistirá ao longo de sua evolução a mesma trajetória de milhares deles até tocar em nossa era afônica e escatológica, sem precedentes na memória dos tempos.
Mas, tanto Pilatos e Herodes, e posteriormente os imperadores romanos sentirão uma ponta de inveja do Justo Jesus, o Deus humanado, e ao se defrontarem com Ele e seus seguidores, a pretexto de aplacar suas consciências perversas, buscarão a “verdade”, o que não ocorrerá de fato. E conluiados com a autoridade religiosa dos fariseus culminarão com a sangrenta crucifixão de Cristo, e depois com as dez tremendas perseguições nos séculos adiante.
Eles não imaginavam que estavam diante da realização do mistério da redenção humana previsto pelas profecias, e que estava alvorecendo um novo tempo de perdão e bondade infinitas, que a partir do gólgota salvífico iniciara-se a Parusia do mundo bom que duraria até ao cair da última folha seca na consumação dos séculos. E que suas demonstrações de força de nada valeriam contra o Autor da criação e por extensão a todos aquele e aquelas que acreditassem ser sempre unidos a Pedro e seus sucessores: ‘Cristo o filho do Deus Vivo” Seria questão de tempo, um tempo que já duram mais de dois milênios até que a suave vontade do Cordeiro e Pastor universal seja feita plenamente na terra dos homens.
A nova organização da sociedade, deixou bem claro Jesus em suas predicas as margens do mar de Tiberíades, seria baseada no amor, paz, concórdia, doação e no exercício do bem comum maior. Restaurou com os sacramentos de sua Igreja o elo perdido dos profetas, e abriu a possibilidade de ingresso no reino do outro mundo, aquele que nem as traças, muito menos os ladrões e potentados roubariam para si.
Vivemos minha gente em um tempo ao extremo do extremo, ninguém em sã lucidez ousa negar, direitos divinos e a dignidade humana dos povos conspurcada. E em pensar que o Criador da vida encheu de cores e enzimas, de sementes e paisagens a terra inteira, e dela fizeram um palco de horrores e mal querença.
No entanto a consciência histórica dos povos e nações, que se encontra adormecida, quando despertar vai estar com fome e sede de justiça, então se dará o grande reencontro de criador e criatura, terão muito o que conversar... Muitas decisões a tomar, muita saudade a reviver, e um pedido formal de perdão universal das criaturas ao criador. E a firme decisão coletiva de viver no bem comum, e fazer da sua terra uma antecâmara do paraíso.
O pesadelo de uma noite eterna está reservado aqueles e aquelas que feriram a Deus na pessoa de seus filhos e filhas... E não se trata de figura de linguagem, mas a cristalina verdade que sobeja das palavras de um Deus: ‘’’’’’- “o céu e terra passarão, mas as minhas palavras” de justiça, paz, concórdia e bem comum não passarão.
E no brasilzão pós eleição muito pano para manga vai aflorar, muitas intenções escondidas também, pois a América Latina tem uma vontade danada de tornar-se o contrário de seus designíos de nações autossustentadas, e livres para outrossim servir a uma utopia desclassificada no concerto das nações. E o Brasil irmão gigante deu o passo para tal. Será questão de tempo, breve ou longo, mas com o troar da carruagem eleita o trajeto das pedras, espinhos e desagregação social se apresenta solerte.
Uma grande cama de espinhos chegará em breve, e a quem recorrer? Quando o poder perde sua baliza equalizadora do senso comum, surgem os caudilhos aplantonados na antípoda do bem comum, e na ponta o povo padece às pampas. E nem precisa desenhar pois este filme já fora rodado diversas vezes na Latina América e nem mais disfarçam a sua insensatez.